Sob pressão, presidente da Câmara retira de pauta projeto que libera R$ 266 milhões para o prefeito gastar em ano eleitoral

Diretores do Sintram e servidores fizeram ruidosa manifestação na Câmara contra o cheque em branco ao prefeito (Fotos: Pollyanna Martins/Sintram)

 

A reunião extraordinária da Câmara Municipal da tarde desta segunda-feira (8) foi marcada por uma importante vitória do movimento sindical. Conforme o Portal do Sintram vem alertando desde outubro, o prefeito Gleidson Azevedo (Novo) vem tentando mudar a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) para colocar as mãos em R$ 266,5 milhões do orçamento para gastar sem autorização da Câmara. A LDO prevê 5% do orçamento (R$ 66,5 milhões) para o chefe do Executivo gastar sem autorização legislativa. O prefeito vem tentando mudar o percentual para 20%, que o que lhe dará R$ 266,5 milhões para gastar em ano eleitoral sem passar pela aprovação do legislativo.

O presidente do Sintram, Marco Aurélio Gomes, liderou a manifestação na Câmara (Fotos: Pollyanna Martins/Sintram)

Gleidson Azevedo já enviou três projetos à Câmara na tentativa de garantir a bolada. Dois foram protocolados no ano passado e , o primeiro projeto do prefeito a dar entrada na Câmara esse ano foi o 01/2024, que propõe aumentar para 20% o percentual do orçamento para o chefe do Executivo torrar sem passar pela fiscalização do Legislativo. O presidente da Câmara, Israel da Farmácia (PDT), que defende os interesses de Gleidson Azevedo na Câmara, imediatamente pautou o projeto para ser votado na reunião extraordinária desta segunda-feira (8).

Para evitar que o prefeito tenha um cheque em branco para torrar em ano de eleições, a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram) agiu rápido. Diretores e servidores ocuparam o plenário da Câmara na abertura da sessão extraordinária em uma pacifica, mas ruidosa manifestação contra o projeto.

Alem da pressão dos servidores, a votação do projeto esbarrou na falta de pareceres das Comissões. Israel da Farmácia estava ansioso para votar a proposta e suspendeu a reunião para tentar um acordo com os vereadores e votar o projeto sem os pareceres. Depois de quase uma hora, a reunião foi reiniciada e o presidente da Câmara não teve outra alternativa a não se retirar o projeto da pauta.

“Nossa luta contra esse projeto tem como objetivo defender o dinheiro do povo. Essa bolada de R$ 266 milhões que o prefeito quer a todo custo para gastar em ano eleitoral vai sair do orçamento do município e do dinheiro de todos os cidadãos. Essa batalha ainda vai longe porque o prefeito manda na maioria dos vereadores e continuara insistindo com todas as ferramentas possíveis para mudar a LDO e atingir seu objetivo. Vamos continuar vigilantes, contando com o apoio de dois ou três vereadores, para tentar impedir essa patifaria”, destacou o presidente do Sintram, Marco Aurélio Gomes.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram