Homenageados faltam e Zema é vaiado na entrega da Medalha da Inconfidência

Vários homenageados não comparecerem para receber o Medalha da Inconfidência (Fotos: Guilherme Bergamini/ALMG)

A cerimônia da Medalha da Inconfidência de 2024, realizada neste domingo (21), em Ouro Preto, foi marcada pela ausência de alguns dos principais homenageados, incluindo o escolhido para receber o Grande Colar, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O governador Romeu Zema (Novo) comandou a cerimônia e foi vaiado pelo público na Praça Tiradentes.

O governo do estado informou que FHC se ausentou “por motivos de saúde”. Na sequência, o ex-presidente recebeu uma salva de palmas.

Após ser vaiado, Zema aproveitou os aplausos a Fernando Henrique. “Me inspiro em Fernando Henrique para que o legado do meu governo não seja algo pontual, mas sim uma mudança de paradigma em Minas Gerais”, declarou.

Zema foi chamado de ladrão por manifestantes

A ex-ministra da Agricultura e senadora Tereza Cristina (PP-MS) – que comandou a pasta durante a gestão Jair Bolsonaro – também não compareceu, assim como o ex-jogador de futebol e gestor do Cruzeiro, Ronaldo Fenômeno. Já na lista de homenageados que foram ao evento, estão o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto e o senador Irajá Filho (PSD-TO).

Também estiveram presentes o vice-governador Mateus Simões (Novo); o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Tadeu Martins Leite (MDB); e o secretário de Estado de Casa Civil, Marcelo Aro (PP).

Como FHC, que está com 92 anos, não compareceu a Ouro Preto por motivos de saúde, ele e Zema vão precisar agendar um encontro, já que o Grande Colar só pode ser entregue pessoalmente – nem mesmo um representante poderia recebê-lo. O mais provável é que eles se reúnam em São Paulo, onde mora o tucano.

A escolha de FHC acontece em meio às comemorações dos 30 anos do Plano Real, que ele implementou como ministro da Fazenda, em 1994, durante o governo do ex-presidente Itamar Franco. Fernando Henrique Cardoso ocupou a Presidência por dois mandatos consecutivos, de 1995 a 2002. Ele também é sociólogo e autor de vários livros.

O prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo (PV), afirmou, em discurso que o evento é uma vacina contra o fascismo. “A celebração da Inconfidência é uma espécie de vacina que Ouro Preto aplica-nos a cada 21 de Abril para nos imunizar contra a epidemia dos diferentes vírus do fascismo”, disse.

A declaração foi feita no mesmo palco em que estava Zema, que já se posicionou contra a obrigatoriedade da vacina e é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que também defendia que as pessoas não precisavam se vacinar durante a pandemia de Covid-19.

EVENTO COM VAIAS

A primeira parte foi um momento cívico-militar na Praça Tiradentes, no Centro de Ouro Preto, com a cerimônia oficial de tiros pelos Dragões da Inconfidência, hasteamento da bandeira, ritual do fogo símbolico e a colocação de flores no monumento a Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

O momento foi aberto ao público e cerca de 50 pessoas vaiaram o governador aos gritos de “Fora Zema” e “Zema Caloteiro”.

Depois, o chefe do Executivo seguiu para o Panteão, onde foram colocados os despojos do túmulo da poeta Bárbara Heliodora, heroína da Inconfidência. O espaço abriga outros integrantes desse período emblemático da história, incluindo Tiradentes e Alvarenga Peixoto, que era casado com Heliodora. Por fim, no Centro de Convenções, foi feita a solenidade de entrega das medalhas.

MEDALHA DA INCONFIDÊNCIA

A honraria foi criada em 1952 pelo então governador Juscelino Kubitschek e é entregue em 21 de abril, Dia de Tiradentes. Além do Grande Colar, também são entregues a Grande Medalha, a Medalha de Honra e a Medalha da Inconfidência.

Com informações da ALMG