Covid-19: Contaminação de servidora confirma omissão da Prefeitura de Divinópolis tantas vezes denunciada pelo Sintram

Desde o início da pandemia do Covid-19 (Novo Coronavírus), no Centro-Oeste de Minas Gerais, a diretoria  do Sintram promoveu diversas ações cobrando dos prefeitos municipais medidas para garantir segurança à saúde de todos os trabalhadores da base de representação do sindicato, a qual inclui 36 cidades. Divinópolis foi uma das cidades mais cobrada pelo Sintam em virtude de várias denúncias de servidores, inclusive é um dos municípios que tem inquérito civil do Ministério Público do Trabalho justamente para apurar denúncias, que chegaram também ao órgão, devido à falta de condições adequadas aos trabalhadores nesta situação de pandemia.

Álcool gel vencido, falta de Epis,  máscaras inadequadas para servidores da linha de frente, produtos de higiene em falta, servidores lanchando nas ruas, local de coleta de sangue improvisado para suspeitos de Covid -19, ou seja,  uma série de irregularidades, que colocam em risco a saúde do trabalhador municipal de Divinópolis foram noticiadas pelo sindicato e cobrado providências através de ofício à Prefeitura.

Ontem, o site de notícias Divinews  informou a confirmação de contaminação de uma fiscal da Secretaria de Meio Ambiente e Políticas Urbanas. De acordo com o site, essa fiscal trabalhava com outros fiscais em um veículo, assim como teve contato com várias pessoas no Centro Administrativo, localizado na Av. Paraná, além de ter tido contato com outras pessoas de empresas, em que ela exerceu fiscalização. Ela trabalha no município, porém reside em Carmo do Cajuru.  O site pontua que o “a Prefeitura precisa, é de mais transparência, informar por exemplo o que tem feito em tais casos. Estão cobrando da população, mas não estão fazendo o dever básico de casa”.

Defesa

A diretoria do Sintram assim que teve acesso a notícia questionou a  Secretária de Administração, Raquel Oliveira,  o estado de saúde da servidora e quais são providências que a administração está tomando diante dessa confirmação. Foi informado à presidência do sindicato que a trabalhadora está em casa e o estado de saúde é estável.  “Desde o início temos cobrado da administração medidas para segurança aos servidores  e a confirmação desde positivo no setor de fiscalização demonstra a omissão da Prefeitura, tantas vezes denunciada pelo Sintram. É preciso ações efetivas no sentido de zelar pela saúde de cerca de cinco mil servidores e seus familiares. O que a administração,   o Comitê de Enfrentamento ao Covid, o Cresst  estabeleceu neste caso de confirmação de casos de servidores?  Como estão procedendo, qual é o protocolo? É preciso divulgar e colocar isso em prática, porque essa situação traz ainda mais insegurança aos demais trabalhadores, que já estão sofrendo com falta de Epis e material para higienização das mãos”, disse Luciana.

Cresst

A diretoria do Sintram critica também a omissão do  Centro de Referência em Saúde e Segurança do Trabalhador – Cresst, já que é esperado que o órgão atue de forma autônoma e estritamente técnica no sentido de garantir a segurança à saúde do trabalhador municipal, dentro da gestão municipal.  Foi informado pelo setor que um estudo técnico havia sido elaborado para concessão da insalubridade e foi negado o envio para conhecimento do sindicato, alegando que o mesmo teria que ser solicitado à administração municipal. “O Cresst tem que atuar de forma técnica, autônoma e imparcial para garantir a segurança do trabalhador. Temos vários trabalhadores atuando na linha de frente sem receber a insalubridade  e esse estudo  do Cresst o que diz? O sindicato questionou e não obteve resposta. Tivemos situações que o Sintram que levou ao conhecimento do Cresst material inadequado de trabalho aos servidores municipais. Ou seja,  é preciso mais atuação desse órgão. Estão sendo feitas vistorias, fiscalizações? Qual é o protocolo de segurança?  Não vamos esperar ter mais contaminação aos nossos trabalhadores, que os técnicos de segurança do trabalho atuem junto ao Comitê de Enfrentamento do Covid-19, cobrando providências de forma autônoma e efetiva”, declarou o vice –presidente, Wellington Silva.

Oficio

O Sintram irá enviar hoje (28) ofício a secretária de Meio Ambiente, Flávia Mateus Gontijo D’Alessandro, questionando quais as medidas de segurança estão sendo tomadas no setor para garantir a segurança à saúde dos demais servidores.  Será enviado também ofício à engenheira do trabalho, Rinara Duarte, lotada no Cresst, questionando quais são as medidas que estão sendo efetivadas pela Prefeitura de Divinópolis neste caso de contaminação, quais protocolos estabelecidos  e se estão sendo feitas vistorias por parte do órgão. “O sindicato espera transparência e zelo na promoção da saúde dos servidores. Estamos enviando mais um  ofício e esperamos o mais breve possível o retorno e providências por parte da administração municipal”, finalizou a presidente Luciana Santos.