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Zema descumpre lei, esconde índice de perdas acumuladas dos servidores do Estado e recebe ameaças das forças de segurança

Zema descumpre lei, esconde índice de perdas acumuladas dos servidores do Estado e recebe ameaças das forças de segurança

 

O Governo Zema admitiu publicamente que não vai informar o percentual acumulado de perdas salariais dos servidorse públicos estaduais, conforme determina a Lei 24.260, de 2022. Nesta segunda-feira (16), em audiência da Comissão de Segurança Pública, três secretários de Estado confirmaram que esse índice será informado somente quando houver possibilidades financeiras para concessão dos reajustes. Houve protestos dos servidores da segurança.

A audiência na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) foi a segunda solicitada pelo deputado Sargento Rodrigues (PL), presidente da comissão, para cobrar a informação do índice. A primeira foi em setembro deste ano, sem a presença de secretários. O parlamentar reforçou que a lei não prevê o envio de projeto de lei para pagamento da recomposição, mas apenas a informação do índice devido.

O artigo 1º da Lei 24.260 prevê a publicização do índice na internet e em outros canais de comunicação, assim como o seu encaminhamento à Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da ALMG, por meio de ofício. O índice de revisão geral anual da remuneração dos servidores está previsto no inciso X do artigo 37 da Constituição da República.

Sargento Rodrigues reforçou que tentou obter a informação por meio de requerimentos à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) e ao próprio governador. Sem resposta, ele convocou a titular da pasta, Luísa Barreto, e o secretário de Fazenda (Sefaz), Gustavo Barbosa. Barbosa reafirmou que o índice será informado somente quando houver recursos para honrá-lo.

Também compareceu o secretário de Governo, Gustavo Valadares, que enfatizou ser essa a “resposta do governo, objetiva e verdadeira”. Segundo ele, o Executivo não vai criar expectativas mentirosas na cabeça de ninguém. Ele reconheceu o mérito dos servidores da segurança, mas afirmou que a gestão pública tem muitas prioridades. “Esse governo não vai gastar mais do que arrecada”, pontuou.

INSATISFAÇÃO NA SEGURANÇA

Dirigentes de vários sindicatos e associações dos servidores da segurança compareceram à audiência e criticaram a postura do governo em não cumprir a Lei 24.260. Eles também usaram expressões como “botar o pé no freio”, “greve” e “paralisação” para indicar que podem cruzar os braços se não houver reposição salarial. As perdas são estimadas em 40%.

“Os policiais não aguentam mais. Estamos aqui cobrando perdas que são nossos direitos”, afirmou Wemerson Oliveira, presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil. E ameaçoou:  “O secretário disse que não quer criar ilusão com o índice. Nós também não criaremos a ilusão de que vai ficar tudo bem.”

O sargento Michael André Santos, diretor de comunicação do Centro Social dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiros Militares, lembrou a paralisação geral da categoria em 1997 e salientou que insatisfação semelhante ocorre agora. “Precisamos fazer com que a sociedade entenda o que está acontecendo”, sinalizou também Eduardo Paolinelli, vice-presidente do Sindicato dos Peritos Criminais.

Vários dirigentes também salientaram que o governador Romeu Zema, por duas vezes, prometeu a recomposição salarial aos servidores da segurança. Um vídeo de uma dessas ocasiões foi exibido e mostra o chefe do Executivo, na Associação dos Oficiais, em setembro de 2022, se comprometendo a fazer reajustes anuais. “Ele não cumpre os acordos. Se houver uma greve geral, não é de se assustar”, afirmou Sargento Rodrigues.

A titular da Seplag, Luísa Barreto, reforçou que o governador não mentiu ao dizer que deseja fazer a reposição inflacionária anual. “É um pedido dele para que façamos isso, desde que tenhamos condições financeiras. Mas essa situação financeira do Estado é muito ruim e a recomposição não cabe no nosso caixa”, afirmou.

A secretária deu como exemplos o gasto de 97% da arrecadação com despesas obrigatórias e a queda de 10% na arrecadação do ICMS no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2022.

O líder da Maioria, deputado Carlos Henrique (Republicamos), citou as últimas recomposições dadas aos servidores da segurança e o comprometimento das receitas do Estado com a folha de pagamento. “As necessidades dos servidores são justas, mas há o esforço do governo”, defendeu.

Sargento Rodrigues contrapôs que, em 2022, o reajuste de 10% foi dado porque 35 mil servidores foram às ruas. “Não acredito que os sindicatos vão ‘pelegar’ diante dessa negativa do governo em informar o índice das perdas exigido na lei”, acrescentou.

Também estiveram na audiência os deputados João Magalhães (MDB), líder do Governo, Antonio Carlos Arantes (PL), Grego da Fundação (PMN), Cássio Soares (PSD) e Gil Pereira (PSD).

Fonte: ALMG

 

 

Copasa e Cemig poderão ser obrigadas a informar ao consumidor por e-mail sobre suspensão parcial dos serviços

Copasa e Cemig poderão ser obrigadas a informar ao consumidor por e-mail sobre suspensão parcial dos serviços

 

Na próxima quarta-feira (18) moradores da Rua São Braz e outras vias do Bairro Maria Helena, em Divinópolis, ficarão sem energia elétrica no horário de 12h às 17h. Em e-mail encaminhado aos consumidores cadastrados no último dia 4, a Cemig informou que precisará realizar uma interrupção no fornecimento da energia elétrica naquela região, “para realização de obras e manutenções programadas na rede elétrica, que vão garantir a melhoria na prestação do serviço pela companhia”. Os consumidores do bairro esperam soluções para problemas pontuais, como cortes frequentes no fornecimento de energia e queda de tensão que ocorre todos os dias.

O e-mail enviado pela Cemig aos consumidores do Bairro Maria Helena, poderá passar a ser uma obrigação legal para  todas as concessionárias e permissionárias de serviços públicos contínuos (como o fornecimento de energia, água e gás) em Minas Gerais. No caso da Copasa, a companhia não informa aos consumidores sobre cortes com antecedência, como faz a Cemig. A empresa de abastecimento se limita a enviar um comunicado à imprensa, quase sempre no dia em que ocorre o corte no fornecimento de água, não havendo tempo para o consumidor se preparar para enfrentar o desabastecimento.

A obrigatoriedade para informar ao  consumidor por e-mail sobre suspensão de serviços, consta do Projeto de Lei 4.028/2022, do deputado Raul Belém (Cidadania), que tramita na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O projeto recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e está pronto para ir a plenário. Segundo o projeto, os consumidores devem ser informados, por meio eletrônico, sobre a suspensão parcial ou total desses serviços.

Também deverão ser informados o prazo de duração do serviço de manutenção, tarifas em aberto e, consequentemente, a possibilidade de suspensão de fornecimento para esses consumidores.

O relator, deputado Charles Santos, apresentou o substitutivo nº 1 para promover ajustes na técnica legislativa e limitar o alcance da futura lei aos serviços públicos contínuos de responsabilidade do Estado. O novo texto esclarece que a notificação deverá ser realizada por qualquer meio que permita comprovar que a informação foi transmitida ao consumidor.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram