Os servidores públicos municipais de Divinópolis, que estão em campanha salarial, correm o risco de ficar sem o gatilho salarial mais uma vez esse ano. Além disso, as reivindicações aprovadas em assembleia também estão fora do planejamento da Prefeitura. Essa foi a posição firmada nesta segunda-feira (8) durante reunião entre diretores do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram) e a secretária municipal de Fazenda, Suzana Xavier.
Nesta segunda-feira, os diretores do sindicato Antônio Leonardo Rosa (Jurídico), Demetrio Bento da Cruz (secretário-geral) e Lucilândia Alves (conselheira) se reuniram com a secretária para cobrar um posicionamento sobre o gatilho salarial e a pauta de reivindicações dos servidores aprovada em assembleia ocorrida no mês passado. No dia 25 de março, a direção do Sintram encaminhou ofício ao prefeito apresentando a pauta de reivindicações e solicitando a abertura das negociações. Como até agora o Executivo não havia marcado a reunião para tratar do assunto, os diretores do Sindicato se reuniram com a secretária em busca de informações.
RESPONSABILIDADE
Ao ser cobrada pelos sindicalistas sobre a revisão salarial e a pauta de reivindicações dos servidores, a secretária Suzana Xavier deixou claro que isso só será viável com a aprovação de três projetos que afetam diretamente a vida dos servidores. A Prefeitura joga a responsabilidade para a Câmara, conforme deixou claro a secretária. Suzana Xavier disse aos diretores do Sintram que já é decisão definitiva do Executivo, que aumento só com aprovação dos projetos de segregação de massa, a Planta de Valores do IPTU e o Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS). Ele foi enfática ao afirmar que se esses três projetos forem aprovados, o prefeito poderá conceder a revisão salarial, ou seja, o gatilho, de 4,59%.
COMISSIONADOS
No início do ano, o prefeito Galileu Machado (MDB) exonerou todos os ocupantes de cargos comissionados para implantar a reforma administrativa. Imediatamente 143 foram recontratados. De 10 de janeiro até esta terça-feira (9), o prefeito já nomeou mais 34 ocupantes de cargos confiança, chegando a 177 vagas ocupadas.
Durante o encontro, os sindicalistas cobraram explicações sobre esse volumoso número de nomeações, enquanto o prefeito não cumpre a lei em vigor que estabelece a revisão salarial do funcionalismo. De acordo com a conselheira Lucilândia Alves, a secretária Suzana Xavier deixou claro que os cargos que estão sendo ocupados servirão como barganha entre o prefeito e a Câmara para conseguir a aprovação de seus projetos. “O prefeito está fazendo a plataforma política para aprovar a Planta de Valores”, foi a explicação dada pela secretária para o volumoso número de comissionados nomeados nos últimos meses.
Os diretores do Sintram continuam lutando pela reposição e pelo atendimento das reivindicações dos servidores. A diretoria participará nesta terça-feira da reunião da Câmara Municipal e o objetivo é se encontrar com os vereadores e pedir uma participação mais efetiva nas negociações junto ao Executivo.