Autor: Jota

Operação do Tribunal de Contas passa pente fino nas condições da UPA Padre Roberto em Divinópolis

Operação do Tribunal de Contas passa pente fino nas condições da UPA Padre Roberto em Divinópolis

TCE faz auditoria nas condições da UPA nesta quarta-feira (Fotos: Jotha Lee/Sintram)

Uma equipe de auditores do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE) encontra-se em Divinópolis nesta quarta-feira (6) em uma operação exclusiva para verificar as condições da UPA Padre Roberto Cordeiro. A unidade, que vem sofrendo com a superlotação já há mais de 30 dias, está sendo avaliada integralmente, desde a situação de pacientes, até as condições de trabalho dos funcionários, situação da medicação e equipamentos.  A Fiscalização Ordenada da Saúde realizada pelo TCE começou ontem e está sendo feita de forma simultânea em todo o estado.

Ontem, primeiro dia da Operação, os auditores estiveram em 24 municípios, entre eles a cidade de Formiga, na região Centro-Oeste. Nesta quarta-feira (6), a operação está ocorrendo em 12 cidades, entre elas Divinópolis.

O TCE explica que a Fiscalização Ordenada na Saúde tem por objetivo avaliar a qualidade do serviço prestado na saúde pública, utilizada por 70% dos mineiros. No balanço parcial divulgado até agora, os auditores encontraram diversos equipamentos médico-hospitalares, – como ventilador, eletrocautério, incubadora para recém-nascidos e cardiotocógrafo – que não eram utilizados pelas unidades, sejam por estarem quebrados ou serem obsoletos. Além disso, em 93% dos hospitais e UPAs visitados nesta terça-feira, a escala de jornada de trabalho dos médicos não estava em local acessível ao público.

Nas primeiras 27 unidades de saúde fiscalizadas no primeiro dia, outros pontos críticos foram identificados, como acondicionamento equivocado de resíduos sólidos, medicamentos vencidos e controle manual (folha de ponto) de frequência dos médicos. Em 90% das unidades visitadas não há relatórios gerenciais que indiquem o tempo médio de espera do usuário para ser atendido. Já em 80%, não há divulgação para os pacientes das especialidades médicas ofertadas pela UPA ou hospital.

Situações mais graves foram encontradas nos hospitais de Itabira (Hospital Nossa Senhora das Dores) e de Januária (Hospital Municipal) onde pacientes estavam em macas pelos corredores das unidades a espera de atendimento ou de transferência para hospitais. Nenhuma das unidades hospitalares vistoriados até às 17h desta terça-feira tinha o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) vigente.

UPA PADRE ROBERTO

A operação na UPA Padre Roberto em Divinópolis começou pouco depois das 10h. A vistoria ainda não foi concluída. Ao Portal do Sintram, a assessoria de imprensa do TCE informou que o relatório será divulgado ainda hoje. A reportagem apurou que a superlotação da unidade é um dos principais problemas verificados pelos auditores. Há outros problemas que serão incluídos no relatório. Assim que o TCE liberar as informações sobre a fiscalização na UPA Divinópolis, essa reportagem será atualizada.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram

Prefeitura de Pequi receberá quase R$ 1,4 milhão do acordo de reparação de Brumadinho

Prefeitura de Pequi receberá quase R$ 1,4 milhão do acordo de reparação de Brumadinho

Além das 272 mortes, a tragédia de Brumadinho deixou sequelas irreversíveis em todo o Estado (Foto: Direito Profissional)

A Justiça de Minas Gerais, por meio da 2ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias de Belo Horizonte, autorizou o repasse de mais R$ 125 milhões a prefeituras de nove municípios da região atingida pelo rompimento das barragens da Vale em Brumadinho. Este montante é destinado à execução de projetos de fortalecimento do serviço público. 

A maior parte do recurso, R$ 122 milhões, está sendo destinada a três novas iniciativas definidas a partir da Consulta Popular realizada em Betim, Biquinhas e Felixlândia. Os demais valores são para continuidade de iniciativas de fortalecimento da área da saúde e da assistência social nos municípios atingidos

“A cada nova decisão da Justiça para a transferência destes recursos para as prefeituras, podemos observar um protagonismo do poder público municipal na execução de iniciativas de extrema relevância para a população. Os compromitentes, que são o Governo de Minas, o Ministério Público de Minas Gerais, o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública, trabalham de forma ininterrupta para que este acordo saia do papel e leve uma reparação efetiva e responsável para as pessoas da região atingida”, afirma o coordenador do Comitê Pró-Brumadinho e secretário adjunto de Planejamento e Gestão, Luís Otávio Milagres de Assis.

Serão transferidos para Betim R$ 70 milhões para a construção de um viaduto rodoferroviário na região do bairro Imbiruçu. A cidade ainda vai receber R$ 1,1 milhão referente à segunda parcela da iniciativa “Fortalecimento dos serviços socioassistenciais municipais”. Em Biquinhas, R$ 42 milhões vão possibilitar a reforma e a estruturação do acesso, na entrada da cidade.

Já Felixlândia vai receber R$ 10 milhões, para aquisição de 12 máquinas e ainda R$ 135 mil referente à 2ª parcela de uma iniciativa de fortalecimento dos serviços da Rede de Atenção Psicossocial.

PEQUI

A Prefeitura de Pequi vai receber RF$ 1,37 milhão para ser aplicado na continuidade das ações na área da saúde, dividido conforme critérios assistenciais definidos pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG), órgão responsável pela orientação técnica e metodológica dessas iniciativas. Esse mesmo valor também será destinado para Igarapé, Paineiras e Três Marias.

Caetanópolis e São Gonçalo do Abaeté vão receber cerca de R$ 600 mil, para continuidade de projetos de assistência social também divididos conforme critérios assistenciais definidos pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese-MG).

Já foram repassados às 26 prefeituras cerca de R$ 2,3 bilhões do Acordo Judicial. Nesta parte da reparação socioeconômica, Brumadinho é o município que mais recebeu recursos, sendo R$ 730 milhões para execução de dez iniciativas. O rompimento em Brumadinho tirou a vida de 272 pessoas e provocou uma série de danos sociais, econômicos e ambientais.

VALORES POR MUNICÍPIO

Caetanópolis: R$ 330 mil referente à 2ª parcela da iniciativa “Fortalecimento dos serviços socioassistenciais municipais”;

Igarapé: R$ 480 mil referente à 2ª parcela da iniciativa de saúde “Promove Minas” e R$ 502 mil referente à 2ª parcela da iniciativa “Fortalecimento da Atenção Primária em Saúde”;

Paineiras: R$ 144 mil referente à 2ª parcela da iniciativa de saúde “Fortalecimento da Atenção Primária em Saúde”; e R$ 273 mil referente à 2ª parcela da iniciativa “Fortalecimento dos serviços socioassistenciais municipais”;

Pequi: mais R$ 203 mil referente à 2ª parcela da iniciativa de saúde “Fortalecimento da Atenção Primária em Saúde”;

São Gonçalo do Abaeté: R$ 272 mil referente à 2ª parcela da iniciativa “Fortalecimento dos serviços socioassistenciais municipais”;

Três Marias: R$ 192 mil referente à 2ª parcela da iniciativa de saúde “Promove Minas”.

Fonte: Agência Minas