Autor: Jota

Vereador protocola projeto pedindo a revogação do título de Cidadão Honorário concedido ao gestor da Trancid

Vereador protocola projeto pedindo a revogação do título de Cidadão Honorário concedido ao gestor da Trancid

Câmara já engavetou pedido de revogação de título de Cidadão Honorário concedido pelo então vereador Cleitinho Azevedo

Vereador Vitor Costa quer revogar título de Cidadão Honorário concedido a um dos donos da Trancid (Foto: Reprodução/TV Câmara)

Está tramitando na Câmara Municipal de Divinópolis o Projeto de Lei 36/2025, que propõe a revogação do título de Cidadão Honorário concedido a Felipe Nejm Carvalho, principal gestor da Trancid, empresa que detém 95% das linhas de transporte coletivo urbano de Divinópolis. De autoria do vereador Vitor Costa (PT), o projeto pede a revogação do título concedido em 2013, por iniciativa do então vereador Adair Otaviano de Oliveira.

A situação dos trabalhadores da Trancid foi o principal motivo para apresentação do Projeto. O vereador petista participou ativamente da campanha de reivindicação salarial dos motoristas que culminou com a paralisação ocorrida na segunda-feira (10). Ele afirma que a revogação do título visa resgatar os princípios de justiça social, dignidade humana e respeito aos direitos trabalhistas. “Esses valores precisam ser refletidos nas atitudes daqueles que são reconhecidos publicamente pelo Município”, pontuou.

Ainda de acordo com o vereador, os motoristas trabalham em condições precárias, com salários defasados, jornada de trabalho extenuante e “sem atualização justa por longos anos”. Para o vereador, o título deve ser retirado em razão da “postura irresponsável e desrespeitosa com os trabalhadores e com a sociedade”.

“O Sr. Felipe Nejm Carvalho, ao se recusar a realizar justa negociação com seus funcionários, ao manter salários baixos e condições de trabalho desumanas, demonstra total desinteresse pelo bem-estar social e pelos cidadãos que dependem do transporte coletivo para suas atividades diárias”, finaliza Vitor Costa. O projeto aguarda pareceres das Comissões.

SEGUNDA VEZ

Em toda a história da Câmara Municipal de Divinópolis essa é a segunda vez que há um pedido de revogação de um título de Cidadão Honorário.  Em 2020, o então vereador Renato Ferreira, à época filiado ao PSDB, protocolou o Projeto de Resolução 05/2020, pedindo a revogação do título de Cidadão Honorário concedido ao advogado Robervan Faria. O advogado foi homenageado com o título através de iniciativa do então verador Cleitinho Azevedo, hoje senador da República pelo Partido Republicanos. Cleitinho justificou que Robervan Faria era um homem exemplar e os muitos serviços que ele havia prestado a Divinóplis o credenciavam a receber a homenagem.

Em 2018 o advogado Robervan Faria recebeu o título das mãos do então vereador Cleitinho Azevedo (Foto: Arquivo/Câmara)

O pedido de revogação do título de Cidadão Honorário concedido a Robervan Varia foi baseado numa investigação do Ministério Público na qual Robervan Faria era suspeito de apropriar indevidamente de pouco mais de R$125 mil, referentes a uma ação ganha em favor de uma ex-cliente. No Projeto, Renato Ferreira destacou que “documentos apresentados à Câmara Municipal de Divinópolis pelo município demonstram que o profissional do direito recebeu recursos através de precatório não transferindo à sua representada o que lhe era de direito”. Em agosto de 2020, quando o projeto foi protocolado, Robervan Faria era pré-candidato a vereador pelo PSB.

O Projeto pedindo a revogação do título de Robervan Faria foi protocolado no dia 26 de agosto de 2020 e recebeu todos os pareceres favoráveis. O então presidente da Câmara, Rodrigo Kaboja, nunca colocou o projeto para votação e no final de dezembro de 2020, sem justificativa, arquivou a proposta. Rodrigo Kaboja acabou afastado da Câmara no ano passado e responde a uma ação criminal por pedir propina a empresários para aprovação de projetos de mudanças no zoneamento urbano.

Reportagem: Jotha Lee
Sintram Comunicação

Conclusão de pavimentação da estrada de Buritis emperra e líder do prefeito mente para justificar atraso da obra

Conclusão de pavimentação da estrada de Buritis emperra e líder do prefeito mente para justificar atraso da obra

O vereador Hilton Aguiar perguntou se o prefeito vai esperar o ano eleitoral para concluir a obra (Foto: Reprodução/TV Câmara)

Iniciada em julho do ano passado e com previsão de entrega em janeiro desse ano, as obras de asfaltamento da estrada da comunidade de Buritis deverão estar concluídas somente em junho. Pelo menos esta é a nova previsão de entrega feita pela Prefeitura, entretanto, como a obra foi paralisada e ainda não foi retomada, esse prazo poderá ser dilatado. A primeira etapa da obra, que deveria contemplar o asfaltamento de pouco mais de três quilômetros (3.683 metros) foi entregue à empreiteira Terramares, ao custo inicial de R$ 4,1 milhões.

Os atrasos na execução da obra exigiram um primeiro aditamento contratual de R$ R$ 610.301,91, além da prorrogação do prazo de entrega da obra para junho. Com o aditamento, o custo desta primeira fase pulou de R$ 4,1 milhões para R$ 4,7 milhões (R$ 4.760.301,91).

Para a execução da segunda etapa, a Prefeitura contratou a Empresa de Construção e Conservação Rodoviária (ECR) ao custo de R$ 951.168,96. A empresa foi contratada em outrubro do ano passado e o prazo de conclusão era de dois meses. Entretanto, um aditamento contratual assinado pela Prefeitura e a ECR adiou a conclusão da segunda etapa para 24 de abril.

REFORÇO DE CAIXA

Até agora, o custo final da obra está estipulado em R$ 5,7 milhões (R$ 5.711.470,87). Em janeiro desse ano, a obra ganhou um reforço de caixa. O deputado federal Domingos Sávio (PL) anunciou que havia liberado R$ 2 milhões, através de emenda parlamentar, para ser aplicado na execução do asfaltamento. O reforço de caixa não deu o fôlego que se esperava na continuidade da obra, que vem sendo usada como palanque político pelo prefeito Gleidson Azevedo (Novo) e por vereadores de sua base.

Na sessão da Câmara Municipal desta quinta-feira (13) o vereador Hilton de Aguiar (Agir) cobrou a continuidade da obra e lembrou que a o asfalto já era para estar concluído. “Era para ter feito tudo, mas está pela metade”, disse. “No período eleitoral as pessoas vão ali e falam, babam, vomitam em cima do povo, e infelizmente o povo acredita, agora vem o desgosto para a população”, disse o vereador.

Sem citar a Prefeitura, o vereador foi irônico. “Estão fazendo [o asfaltao] de pedacinho em pedacinho. A promessa era realizar o asfaltamento em todo o trecho. Se foi prometido o asfaltamento de seis quilômetros, então tem que cumprir. Se não faz, é um tapa na cara da população que mora ali [no Buritis]”, disparou.

O vereador, que teoricamente é da base do prefeito na Câmara, lembrou que em meados de fevereiro foi prometido a conclusão das obras. “Tá esperando o que? Vai esperar outro ano eleitoral, no ano que vem, e mentir de novo para o povo?”, questionou. Hilton de Aguiar disse ainda que não há nenhuma programação para a continuidade da obra.

LIDER DO PREFEITO MENTE

O lider do prefeito, Ney Bruger, mentiu ao usar a tribuna da Câmara para justificar o atraso da obra (Foto: Reprodução/TV Câmara)

O Portal do Sintram pediu um posicionamento da Prefeitura sobre a situação atual da obra, porém, como resposta recebeu um vídeo com o pronunciamento do vereador Ney Burguer (Novo), líder do prefeito na Câmara. O vereador afirma que a obra está sendo executada através de recursos de emendas do Deputado Domingos Sávio e do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) e disse que o dinheiro para a continuidade da obra ainda não está liberado.

Ney Burger ainda mentiu no plenário da Câmara ao tentar transferir a responsabilidade da paralisação da obra para o governo federal. Durante seu pronunciamento, ele disse que os recursos são federais, provenientes de emendas do deputado  Domingos  Sávio e do senador Cleitinho e que é responsabilidade do governo federal liberar a verba. Mentira. O governo federal não assinou nenhum convênio com o município de Divinópolis para asfaltamento da estrada de Buritis, portanto, não é responsabilidade federal a paralisação das obras por falta de dinheiro.

O Portal Transparência confirma que o líder do prefeito é mentiroso e mostra que os recursos para o asfaltamento da estrada devem sair da rubrica orçamentária destinada para obras e instalações da Secretaria Municipal de Fiscalização de Obra Públicas. A cláusula 14ª do contrato administrativo firmado entre o município e a empresa Terramares, que venceu a concorrência para a execução da primeira parte da obra, indica de onde deverão sair os recursos. Veja:

Reportagem: Jotha Lee
Sintram Comunicação