Varíola dos macacos: OMS declara surto como emergência de saúde global

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A Organização Mundial da Saúde declarou a varíola dos macacos como emergência de saúde global neste sábado (23). Mais de 16 mil casos já foram relatados em 75 países, com cinco mortes, assinalou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

“Decidi declarar uma emergência de saúde pública de alcance internacional”, disse Tedros em entrevista coletiva, afirmando que o risco no mundo é relativamente moderado, exceto na Europa, onde ele é alto.

No Brasil, o Ministério da Saúde contabilizou, até o último dia 21, 592 casos confirmados da doença. Há trinta dias, havia 3.040 casos relatados em 47 países. Desde então, o surto continuou a crescer, e agora há mais de 16 mil casos relatados de 75 países e territórios, além de cinco mortes, enfatizou o diretor-geral em seu discurso.

PROPAGAÇÃO ATÍPICA

A varíola dos macacos é uma doença causada por vírus e transmitida a partir de animais silvestres, normalmente roedores, para humanos. Ela é endêmica em alguns países do continente africano, principalmente em áreas de florestas.

Por mais de 40 anos não houve registros de contaminação em pessoas, até que novos casos foram relatados na Nigéria a partir de 2017.  Ainda assim, transmissões de humanos para humanos não são comuns.

Esse é um dos pontos que intriga a ciência no momento, além do fato de que as pessoas infectadas não viajaram para as áreas de risco e nem tiveram contato com viajantes que estiveram nesses locais.

“O que estamos vendo agora, é uma transmissão de humano para humano, o que não é comum, inclusive para pessoas que nem viajaram para áreas de risco. É uma novidade ruim para nós e coloca o mundo em alerta. O pior que poderia nos acontecer neste momento é ter duas epidemias ao mesmo tempo”, afirma a pesquisadora Ethel Maciel.

Pertencente ao gênero ortopoxvírus da família Poxviridae, o vírus da varíola dos macacos é da mesma família que a varíola humana – que causou crises sanitárias no mundo todo por séculos, até que foi controlada pela vacinação na década de 1970. Mas ele não costuma levar pacientes a casos graves. Entre os registros atuais, por exemplo, não há nenhuma morte. Ainda assim, representa risco, principalmente para gestantes e bebês.

Os sinais da doença são febre, dores no corpo e na cabeça, cansaço, gânglios inchados e lesões com feridas espalhadas pela pele. Os machucados causam dores e coceira e algumas manchas podem deixar cicatrizes.

A transmissão se dá a partir do contato próximo com fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como vestimentas, toalhas e roupas de cama. O período de incubação sem sintomas costuma durar de 6 a 13 dias, mas pode chegar até 21 dias.

JAPÃO

O Japão foi o primeiro país a seguir a recomendação da OMS. O país emitiu hoje (25), em Tóquio, alerta de nível 1 contra a varíola dos macacos, em meio a um surto global do vírus.

Autoridades governamentais pedem que cidadãos japoneses ao redor do mundo tomem medidas meticulosas de precaução para não contrair a doença. Afirmam, ainda, que pessoas que planejam viajar para o exterior ou permanecer fora do Japão devem estar especialmente atentas.

O alerta de nível 1 é o mais baixo da escala japonesa que vai de um a quatro. No sábado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto de varíola dos macacos como “emergência de saúde pública de preocupação internacional”.

Com informações da Agência Brasil
Foto:
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, durante o anúncio sobre a varíola dos macacos (Foto: OMS)

 

 


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