Sintram se posiciona sobre aumento de doenças e afastamentos de servidores municipais da Saúde

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A operação policial realizada essa semana que culminou com o afastamento do secretário municipal de Saúde de Divinópolis, Amarildo Sousa, trouxe outros desdobramentos, além dos dois objetos principais da investigação, que são o suposto desvio de recursos pela gestão da UPA 24h e possível favorecimento no processo licitatório que garantiu a gestão da unidade ao Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (IBDS).

Um desses desdobramentos foi a nota divulgada pela diretora da Vigilância em Saúde, Janice Soares, que expôs um quadro da pandemia do coronavírus em Divinópolis, até então não divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa). A nota revelou a superlotação dos leitos hospitalares disponíveis na cidade e classificou que “Divinópolis se encontra no pior cenário da pandemia”.

Para o Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram) chamou ainda mais a atenção o trecho da nota que revela do número de servidores do sistema de saúde afastados. “Muitos profissionais de saúde estão adoecendo e se ausentando com licenças médicas. Os serviços de saúde estão com dificuldades de contratar profissionais de saúde para repor os que adoecem”, afirmou a nota da Vigilância, que ainda fez uma previsão catastrófica: “Se a situação continuar se agravando, muitas pessoas podem ir a óbito por falta de assistência médica”.

A presidente do Sintram, Luciana Santos, disse hoje que é inadmissível o silêncio da Prefeitura sobre essa grave informação divulgada pela Vigilância. “O que foi revelado pela Vigilância em Saúde é muito grave. O aumento de doenças entre os servidores do sistema de saúde e o consequente afastamento precisam ser explicados pela Prefeitura. Que tipo de doença esses servidores contraíram? Foi a covid? Não sabemos. Não sabemos por que nem mesmo a Semusa tem uma estatística sobre o número de servidores contaminados pela pandemia. E, agora, a Vigilância revela que muitos profissionais estão adoecendo e não há uma posição oficial do governo do município a respeito disso”, ponderou a presidente.

Para Luciana Santos, é preciso mais transparência do município. “Saber o número de servidores afastados, os motivos desses afastamentos, é essencial para que medidas possam ser tomadas. E, se não há profissionais para contratar como disse a Vigilância, pode haver uma sobrecarga para quem está na linha de frente, podendo tornar a situação insustentável. E nesse momento fica até difícil saber a quem recorrer porque em meio a essa crise tão grave, Divinópolis continua sem um secretário de Saúde. Esperamos que a operação policial não interfira na tomada de medidas administrativas, porque isso é urgente para o bem da saúde do servidor e, principalmente, para o bem da saúde do povo divinopolitano, pois são os funcionários públicos os principais responsáveis para conter o avanço da pandemia, além de salvar muitas vidas com muito esforço e dedicação. Mas, para isso são necessárias condições básicas de segurança e comando, pois é impensável que um sistema de saúde para uma cidade de quase 250 mil habitantes possa funcionar sem um comando geral, que é claro, só pode ser do secretário”, finalizou a presidente.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram

 

 


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