PSL pede suspensão de Eduardo Bolsonaro e mais 13 deputados federais do partido

A Executiva Nacional do PSL pediu nesta quarta-feira (27) a suspensão de 14 deputados que, durante a briga que rachou o partido entre bivaristas e bolsonaristas, apoiaram a condução de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ao cargo de líder do PSL na Câmara. A suspensão tiraria esses deputados de todas as comissões e cargos cuja indicação cabe ao partido. Eduardo, por exemplo, poderia perder novamente a liderança. Porém, ainda precisa ser homologada pelo Diretório Nacional do PSL para ser aplicada, o que deve acontecer na próxima semana. Veja abaixo a lista de processados e o tempo de suspensão sugerido para cada um deles.

Aliado de Luciano Bivar (PE) e vice-líder nacional do PSL, o deputado Júnior Bozzella (SP) explicou que a decisão desta quarta-feira é referente aos processos que foram apresentados contra deputados como Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli (SP), Major Vitor Hugo (GO), Bia Kicis (DF), Bibo Nunes (RS), Filipe Barros (PR), Luiz Philippe de Orleans e Bragança (SP), Alê Silva (MG), Carlos Jordy (RJ) e Daniel Silveira (RJ) durante o auge da briga entre bivaristas e bolsonaristas. Os processos acusam esses deputados de terem violado o Código de Ética do partido por conta das críticas publicadas contra deputados como o próprio Luciano Bivar e Joice Hasselmann (PSL-SP) e também por terem trabalhado para tirar o Delegado Waldir (GO) da liderança do PSL na Câmara.

Os processos, ainda segundo Bozzella, já haviam sido aceitos pelo Conselho de Ética do PSL. “O Conselho de Ética entendeu que os deputados eram passíveis de punição. Cabia à Executiva Nacional indicar a punição. E agora o Diretório Nacional vai se reunir para decidir se homologa ou não essa punição”, explicou o vice-líder do PSL. Ele admitiu ainda que, como o diretório é comandado por Luciano Bivar, que virou desafeto de Jair Bolsonaro nessa briga pelo controle do partido, a tendência é que essa suspensão seja homologada na próxima semana. “É meio que unânime o entendimento de que eles feriram o Código de Ética”, disse Bozzella.

A maioria dos 14 deputados que podem ser suspensos pelo PSL ainda não se manifestou sobre o caso. Eduardo Bolsonaro, que nessa quarta-feira (26) já havia visto um processo contra ele avançar no Conselho de Ética da Câmara, por exemplo, não comentou o ocorrido. Bibo Nunes, Major Vitor Hugo, Filipe Barros, Bia Kicis e Luiz Philippe de Orleans e Bragança também não.

Carla Zambelli, por sua vez, postou um vídeo no Twitter pedindo a opinião dos internautas sobre esse processo que, segundo ela, foi apresentado por Joice Hasselmann e Major Olimpio (SP). Ela disse que não poderia comentar muita coisa, mas contou aos seus seguidores o impacto de uma possível suspensão. “Eu poderia exercer meu mandato, mas sem falar nada. Não posso falar em comissões, falar no plenário, assinar a lista de líderes. Não posso exercer meu poder de falar, que é a principal coisa que um parlamentar faz”, reclamou.

Já Alê Silva disse é “uma grande honra ter estado à frente da trincheira pela luta de de uma política decente”. “Não me importo de estar sofrendo a pena máxima ao lado de Eduardo Bolsonaro e Bibo Nunes. Só gostaria de saber qual crime cometemos”, escreveu a deputada. “Inacreditável que o partido que cresceu graças a Bolsonaro tome atitudes como essa”, acrescentou Carlos Jordy.

Deputados que podem ser suspensos pelo PSL

Bibo Nunes (RS): Suspensão de 12 meses
Alê Silva (MG): Suspensão de 12 meses
Bia Kicis (DF): Suspensão de seis meses
Carla Zambelli (SP): Suspensão de seis meses
Carlos Jordy (RJ): Suspensão de sete meses
Daniel Silveira (RJ): Suspensão de 12 meses
Eduardo Bolsonaro (SP): Suspensão de 12 meses
General Girão (RN): Suspensão de três meses
Filipe Barros (PR): Suspensão de seis meses
Junio Amaral (MG): Suspensão de três meses
Luiz Philippe de Orleans e Bragança (SP): Suspensão de três meses
Márcio Labre (RJ): Suspensão de seis meses
Sanderson (RS): Suspensão de dez meses
Major Vitor Hugo (GO): Suspensão de sete meses

A Executiva ainda recomendou a advertência aos deputados Hélio Lopes (RJ), o Hélio Negão; Chris Tonietto (RJ); Aline Sleutjes (PR) e Coronel Armando (RJ).

Fonte: Congresso em Foco