A denúncia apresentada pela vereadora Lohanna França (Cidadania) contra o vereador Eduardo Azevedo (PSC) à Corregedoria de Ética da Câmara Municipal de Divinópolis por quebra de decoro, embora ainda esteja somente na fase inicial do processo, já está causando desdobramentos no legislativo municipal. Na sessão desta quinta-feira (9), o presidente da Corregedoria, vereador Edson Sousa (Cidadania), declarou-se suspeito para presidir o processo.
Ao se recusar a conduzir a investigação contra o vereador Eduardo Azevedo, irmão do prefeito Gleidson Azevedo (PSC), Edson Sousa tomou a única decisão ética que lhe cabia. Afinal, Edson e Lohanna, autora da denúncia, são do mesmo partido, o Cidadania, do qual a vereadora é a líder da bancada. Não bastasse a ligação política com a vereadora, Edson Sousa ocupa a liderança do prefeito na Câmara, fator que poderia gerar dúvidas sobre um julgamento isento do mais ferrenho aliado de Gleidson Azevedo.
Na abertura da sessão ordinária da Câmara desta quinta-feira (9), Edson Sousa comunicou que protocolou ofício solicitando seu afastamento da condução do processo. O vereador admitiu estar sob fogo cruzado e afirmou: “mediante da vereadora denunciante ser minha líder nessa Casa e mediante parecer do vereador denunciado, estou alegando suspeição para conduzir o processo contra o vereador Eduardo Azevedo”. Edson insinuou que conversas de bastidores já haviam colocado seu nome sob suspeição. “Encaminho esse documento para que não haja nenhuma dúvida sobre o meu comportamento. Doa em quem doer”, acrescentou.
O presidente da Câmara, vereador Eduardo Print Júnior (PSDB), não fez nenhuma consideração sobre a decisão tomada pelo vereador Edson Sousa. Entretanto, caberá a ele designar outro vereador para conduzir o processo. A resolução 553/2019, que criou a Corregedoria de Ética da Câmara não prevê as medidas que devam ser adotadas em caso da declaração de suspeição de seus membros em um determinado processo.
Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram