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Doador da campanha de Eduardo Azevedo, policial militar é interrogado pela Comissão Processante da Câmara

Doador da campanha de Eduardo Azevedo, policial militar é interrogado pela Comissão Processante da Câmara

Cabo Adalberto Rodrigues foi homenageado por Rodrigo Kaboja na Câmara em 2019 (Foto: Montagem/Sintram)

A Comissão Processante da Câmara, que conduz o processo de pedido de cassação dos mandatos dos vereadores Rodrigo Kaboja (PSD) e Eduardo Print Júnior (PSDB) ouviu mais duas testemunhas na última sexta-feira (16). Arrolados pela defesa de Roboja, foram ouvidos o cabo da Polícia Militar, Adalberto Rodrigues de Souza, e Sílvia Madureira, moradora do Bairro Jardim Primavera, onde também reside o vereador Rodrigo Kaboja.

O depoimento de Sílvia Madureira não trouxe nenhuma novidade no caso. Sobre o possível envolvimento do vereador Rodrigo Kaboja em um esquema de propina na Câmara para aprovação de projetos de mudança de zoneamento, a depoente disse não saber de absolutamente nada. Se limitou a relatar sobre a ação do vereador Rodrigo Kaboja em melhorias para o bairro e discorrer sobre o caráter e as qualidades do vereador.

Já o depoimento do cabo PM Adalberto Rodrigues, que também não trouxe nenhuma novidade sobre o caso do esquema de propina, acabou fornecendo algumas revelações curiosas. Em 2019, Adalberto Rodrigues recebeu da Câmara Municipal, por indicação do então presidente Rodrigo Kaboja, a “Comenda Profissional da Segurança Pública”. A comenda foi criada em 2018, através de um projeto de autoria do então vereador Elton Tavares, sargento aposentado e um dos autores do pedido de cassação de Kaboja e Print Júnior.

O cabo revelou que sua esposa possui uma empresa ligada à construção civil, porém nunca precisou de qualquer projeto de alteração de zoneamento. Disse que não participa da administração da empresa, se limitando à sua atividade na PM. Disse também desconhecer todas as acusações contra Rodrigo Kaboja. O policial revelou, ainda, que na campanha eleitoral de 2022, fez juma doação de R$ 5 mil para o então candidato a deputado estadual Eduardo Azevedo (PL), irmão do prefeito Gleidson Azevedo (Novo) e do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos). Disse ainda que a doação foi espontânea, já que as propostas de Eduardo Azevedo foram as que mais lhe chamaram a atenção. O salário de um cabo da Polícia Militar hoje está na média de R$ 6 mil.

DEPOIMENTO DOS RÉUS

A Comissão Processante da Câmara, que decidirá sobre a continuidade ou arquivamento do pedido de cassação dos mandatos de Rodrigo Kaboja e Eduardo Print Júnior, marcou para a próxima quinta-feira (22) o depoimento dos dois vereadores. Com esses dois depoimentos, a Comissão entra na reta final para chegar uma decisão.

Por outro lado, ainda não se tem notícias sobre o depoimento do prefeito Gleidson Azevedo. Convocado pela Comissão, o prefeito se negou a prestar depoimento presencial e, numa decisão contrária à orientação da Procuradoria Jurídica da Câmara, os vereadores Ney Burger e José Braz, integrantes da Comissão Processante, autorizaram o prefeito a entregar o depoimento por escrito. Gleidson foi o autor da denúncia no Ministério Público que acarretou no afastamento de Kaboja e Print Júnior, que agora são réus na 2ª Vara Criminal por corrupção e lavagem de dinheiro, além do processo de cassação em andamento no Legislativo.

A Comissão tem mantido absoluto silêncio sobre o depoimento do prefeito. Ainda não se sabe como esse depoimento será feito, como por exemplo, se ele enviará uma declaração livre ou se serão enviadas perguntas da Comissão para serem respondidas. Também não se sabe quando isso ocorrerá e o prefeito, que tem maioria na Comissão Processante, está dando as cartas sobre a forma de prestar os esclarecimentos.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram

 

 

Print Júnior contra-ataca, cobra interrogatório presencial do prefeito e diz que família Azevedo está desesperada

Print Júnior contra-ataca, cobra interrogatório presencial do prefeito e diz que família Azevedo está desesperada

 

O vereador afastado Eduardo Print Júnior (PSDB), acusado de envolvimento em um esquema de propina na Câmara para aprovação de projetos de mudança no zoneamento urbano, resolveu contra-atacar após as audiências da Comissão Processante da Câmara que ouviu empresários e vereadores. O processo analisa o pedido de cassação dos mandatos de Print Júnior e Rodrigo Kaboja (PSD), também envolvido no esquema de propinas, segundo conclusão de inquérito do Ministério Público de Minas Gerais.

Nas duas últimas semanas, a Comissão Processante da Câmara ouviu quatro empresários e cinco vereadores convocados como testemunhas no processo de cassação dos mandatos. A Comissão, no entanto, foi benevolente com o prefeito  Gleidson  Azevedo (Novo), autor do denúncia no Ministério Público que culminou com o afastamento dos dois vereadores. Convocado como testemunha pela Comissão Processante, o prefeito se negou a comparecer pessoalmente e foi autorizado pelos vereadores Ney Burger e José Braz a conceder o depoimento por escrito, contrariando orientações da própria Procuradoria da Câmara.

CONTRA-ATAQUE

Os quatro empresários ouvidos pela Comissão Processante confirmaram o pagamento de propina a Rodrigo Kaboja, porém nenhum deles disse ter repassado dinheiro diretamente a Eduardo Print Júnior. Dois empresários informaram que parte do dinheiro cobrado em propina pela aprovação de projeto foi deixada no auto-posto de combustível pertencente a Eduardo Print Júnior, mas, jamais foi entregue nas mãos do vereador.

Após os depoimentos, em suas redes sociais, Eduardo Print Júnior disse que a denúncia feita por Gleidson Azevedo foi retaliação política por sua atuação na CPI da Educação, que embora tenha acabado em pizza, descobriu um superfaturamento de quase R$ 10 milhões em compras efetuadas pela Secretaria Municipal de Educação (Semed). Print Júnior também afirma que a manifestação de sua pré-candidatura a prefeito nas eleições desse ano.

“A família Azevedo se desesperou ao assistir as oitivas do Legislativo nos últimos dias, ao ver que, os mesmos empresários (uns grampeados), e até mesmo alguns vereadores da Casa – Ana Paula do Quintino, Hilton de Aguiar, Israel da Farmácia, Flávio Marra e Rodyson do Zé Milton, negaram à Comissão Processante terem tido qualquer contato, solicitarem ou pagado propina ao ex presidente da Câmara”, disse o vereador através da rede social Instagram.

“Oito empresários e cinco vereadores negaram contato, negaram negociata e negaram terem me pagado qualquer quantia nesse caso que eu fui envolvido! Com a verdade vindo à tona, eu pergunto a população de Divinópolis: Tem cabimento pedirem a minha cassação?”, questionou Print Júnior.

“E mais ainda. Por que o autor dessa denúncia caluniosa, autoproclamado melhor prefeito do Brasil, não quer ir à Câmara e testemunhar a respeito dessa acusação, agora que os empresários e os parlamentares negaram minha participação? A quem interessa acobertar a mentira e acusar um homem inocente e tentar destruir sua vida pessoal e política ?”, acrescentou.

O vereador insinuou que as acusações contra ele foram motivadas por questões políticas e pelos acordos de colaboração com a Justiça para outros vereadores escaparem das denúncias formalizadas pelo MP. “Motivações políticas, por trás das famigeradas delações premiadas e acordos de não persecução penal, que ficaram infamemente conhecidas no Brasil durante a Operação Lavajato”, concluiu Print Júnior.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram