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Conselhos impõem derrota ao prefeito, rejeitam nova reforma do Diviprev e estabelecem condições para retomar discussão

Conselhos impõem derrota ao prefeito, rejeitam nova reforma do Diviprev e estabelecem condições para retomar discussão

 

O prefeito Gleidson  Azevedo (PSC) sofreu uma dura derrota na noite desta quarta-feira (19), imposta pelos Conselhos Administrativo e Fiscal do Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Divinópolis (Diviprev).  Por seis votos contra três, os conselheiros rejeitaram votar ainda esse ano a proposta do Executivo de estabelecer nova reforma no Instituto e impuseram condições para que o assunto volte a ser pauta dos Conselhos somente no ano que vem.

A votação dos conselheiros aconteceu na noite desta quarta-feira, em reunião convocada pelo superintendente do Diviprev, Agnaldo Henrique Ferreira Lage. O objetivo era aprovar a proposta do prefeito de nova reforma no Diviprev. Conforme noticiado pelo Portal do Sintram, no ano passado Gleidson Azevedo encaminhou ao Diviprev a minuta de um Projeto de Lei para nova reforma no Instituto. A proposta, que já vem sendo discutida desde o ano passado, só não foi votada pelos Conselhos diante da interferência do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram), que se opôs às mudanças pretendidas pelo Executivo, que de modo geral transcrevia a reforma da previdência estadual.

LEIA: Conselheiros do Diviprev são convocados para iniciar novo processo de reforma do Instituto

Na noite desta quarta-feira, durante a reunião extraordinária dos Conselhos, foi apresentada uma segunda proposta, ainda mais dura que a anterior, já que previa implantar no Diviprev praticamente as mesmas regras que foram aprovadas pelo Congresso na reforma da Previdência, que se transformou na Emenda Constitucional 103/2019.

Veja a nova proposta de reforma no Diviprev enviada pelo prefeito Gleidson Azevedo

Após uma acalorada discussão, os Conselheiros do Diviprev, por seis votos contra três, rejeitaram votar a reforma ainda esse ano e impuseram algumas condições para que a reforma volte a ser pauta em 2023. Foi aprovada a proposta apresentada pelo presidente do Conselho Fiscal, Cássio Ferreira. Ficou decidido, em caráter irrevogável, que até o fim desse ano, a discussão de qualquer projeto que trate da reforma do Diviprev não será feita. Os conselheiros também decidiram que a apreciação de nova reforma do Instituto fica condicionada à substituição dos trabalhadores contratados por servidores efetivos aprovados em concurso, a disponibilização de imóveis para venda com o objetivo de amortização do déficit atuarial, apresentação de projetos do Executivo visando aumentar a receita do município com ampla participação dos servidores e seus sindicatos e convocação de audiência pública para a construção coletiva de nova reforma.

Votaram contra a proposta do prefeito: Bruno Camargos, Anderson César de Oliveira, Marco Aurélio Gomes, Daniel Otaviano de Araújo, João Renato Souza e Vander Lúcio Penha.

A favor da proposta do prefeito:  Jonas de Alcântara, Vanessa Cristina Xavier e Breno  Campolina. (três conselheiros representantes do Executivo não compareceram à reunião)

O conselheiro Cássio Henrique Ferreira não votou, uma vez que presidiu a reunião.

Veja a ata da reunião desta quarta-feira

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram

Levantamento feito pela Secretaria de Administração revela alta pressão sobre o Diviprev

Levantamento feito pela Secretaria de Administração revela alta pressão sobre o Diviprev

 

No último dia 19 de agosto o Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Divinópolis (Diviprev) fez a apresentação de sua prestação de contas relativa ao segundo semestre de 2022. Durante a audiência pública realizada na Câmara Municipal, o vereador Josafá Anderson (Cidadania) questionou o superintendente do Diviprev, Agnaldo Henrique Ferreira Lage, sobre os riscos que a redução dos concursos públicos e aumento das terceirizações na Prefeitura de Divinópolis representariam para o Instituto.

A resposta do superintendente do Diviprev foi uma surpresa: “Com relação a essa questão de concurso não afeta diretamente [o Diviprev], porque a gente teve exemplos recentes que teve uma gama de servidores empossados com idade mais avançada. Então, pelo contrário, isso pode até gerar um prejuízo para o Diviprev, porque irão se aposentar por lá. Então, isso vai ter que analisar caso a caso, com base na capacidade contributiva e retributiva. Não afeta diretamente a ausência de concurso no Diviprev. É o meu entendimento”, afirmou Agnaldo.

O Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram) vem alertando nos últimos quatro anos sobre a situação do Diviprev e pedindo soluções que não sejam somente através das reformas que cortam direitos dos servidores e que não apresentam eficácia comprovada para reduzir a pressão que o Instituto vem enfrentando, cujo débito atuarial já passa de R$ 1,5 bilhão. “O concurso público é a forma certa e eficaz de aumentar a arrecadação do Diviprev. Nos últimos anos, a receita corrente do Diviprev está com registros frequentes abaixo da despesa. Entendemos que são necessários ajustes para garantir a sobrevivência do Diviprev, mas não podemos aceitar que isso seja jogado somente nas costas dos servidores, com reformas que reduzem direitos sem que haja uma contrapartida da Prefeitura”, afirma a presidente do Sintram, Luciana Santos.

PRESSÃO

Um levantamento feito pela Secretaria Municipal de Administração (Semad) e que está disponível no edital do processo de seleção para contratação de entidade fechada para a gestão do regime de previdência complementar da Prefeitura de Divinópolis, mostra que a pressão sobre o Diviprev tornou-se mais forte nos últimos três anos.

Veja o edital do processo de seleção 001/2022

De acordo com o levantamento feito pela Semad, em setembro, 4.532 servidores da Prefeitura, incluídos contratados e comissionados, estavam aptos a contribuir com a Previdência. Considerando que também em setembro o Diviprev pagava 1.838 benefícios, a composição da população de servidores de Divinópolis demonstra que o total de aposentados e pensionistas representa uma parcela de 40,55% da massa de servidores ativos. Esta distribuição aponta para uma proporção de 2,46 servidores ativos para cada benefício concedido.

Há três anos, conforme mostra publicação feita pelo site do Diviprev no dia 17 de janeiro de 2019, o total de aposentados e pensionistas representava 27,37% dos servidores e a proporção era de 3,65 servidores ativos para cada benefício.

Na ocasião, o Diviprev alertou que “considerando que a massa de servidores ativos tende a uma estabilidade, e considerando a evolução na expectativa de vida da população brasileira e mundial, a proporção de participantes em gozo de benefício aumenta, podendo chegar à equiparação com a massa de servidores ativos”.

O Diviprev alertou ainda que “torna-se essencial a constituição de um plano previdenciário plenamente equilibrado e financiado pelo Regime Financeiro de Capitalização, tendo em vista a formação de Reservas Matemáticas para a garantia de pagamento dos benefícios futuros”.

CONTRIBUINTES

Na reforma feita no Diviprev que entrou em vigor esse ano, através da Lei Complementar 227/2022, atendendo a uma solicitação do Sintram, foi incluída a alíquota progressiva, ou seja, quem ganha menos, paga menos e quem ganha mais, paga mais. A medida foi aprovada pelos vereadores, porém foi vetada pelo então prefeito Galileu Machado. Os mesmos vereadores que aprovaram a alíquota progressiva mantiveram o veto do prefeito, incluindo a atual vice-prefeita Janete Aparecida (PSC). Nessa reforma, a contribuição do servidor foi elevada de 11% para 14%.

O levantamento feito pela Semad mostra que a grande maioria dos servidores ativos que contribuem com o Instituto ganha menos de dois salários mínimos e meio. Segundo a Semad, 1.774 servidores (39,14%) ganham de R$ 1.212 a R$ 3 mil, ou ganham de um a 2,4 salários mínimos. Entre os salários mais altos, são 33 servidores que recebem entre R$ 16 mil e R$ 17 mil e 16 trabalhadores na Prefeitura com salários acima de R$ 17 mil.  Na Câmara Municipal, são 13 servidores com salários acima de R$ 17 mil.

REUNIÃO

Conforme o Portal do Sintram informou está agendada uma reunião entre representantes do Executivo e da Superintendência do DivIprev com os todos os membros dos Conselhos Fiscal e Administrativo para discutir uma nova reforma no Instituto. A reunião, que estava marcada para esta segunda-feira (17), foi reagendada para as 18h30 desta quarta-feira (19).

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram