Governo do Estado lança campanha para enfrentar crise hídrica em Minas

O Governo do Estado anunciou, nesta terça-feira (5), medidas para minimizar os impactos da escassez hídrica no Estado. Dentre elas, o início dos testes da captação de água no Rio Paraopeba, que já opera com cerca de 20% da capacidade prevista e deve atingir, até o fim do ano, sua capacidade máxima, o que representa 33% do abastecimento da região metropolitana da capital. Essa medida terá efeito somente na região metropolitana de Belo Horizonte.

“Isso nos permitirá maior tranquilidade na segurança hídrica”, afirma Guilherme Frasson, diretor de operações da Copasa. Ainda segundo ele, novas captações passarão a funcionar em breve no estado. “Em Montes Claros, onde a situação é mais delicada, por enquanto estamos conseguindo abastecer e a expectativa é de que teremos uma nova captação no São Francisco, a mais de 150 quilômetros, que vai garantir o abastecimento da região por mais alguns anos, tanto em Montes Claros quanto nas cidades do entorno”, conta.

Segundo o governo do Estado, a crise hídrica em Minas Gerais é provocada pelo baixo índice de precipitação no último período chuvoso (de outubro de 2020 a março de 2021), considerada abaixo da média histórica em quase todo o estado, e que exige medidas para minimizar os impactos da seca.

Diante disso, o Governo de Minas criou um grupo estratégico de resposta à seca, com o objetivo de promover ações coordenadas dos órgãos e entidades do Estado relacionadas às consequências decorrentes da seca. Um plano de ação está em desenvolvimento, com atividades de curto, médio e longo prazo, com o objetivo de mitigar os efeitos da falta de água na vida dos cidadãos.

O grupo é composto pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene), Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

As ações envolvem a emissão de alertas, elaboração de boletins de situação hídrica, restrição de usos para equilíbrio entre demanda e oferta de água, transporte e distribuição de água, apoio aos municípios que enfrentam problemas com a seca, entre outras medidas.

As estratégias formuladas consideram cinco eixos de atuação: potencializar a capacidade de resposta; ampliar as atividades de gestão e acompanhamento; fomentar a participação dos municípios; ampliar a capacidade logística e de obras; além de ampliar a comunicação social e de difusão das informações.

DIVINÓPOLIS

De acordo com Guilherme Frasson, diretor de operações da Copasa, Minas está em situação de alerta, no entanto o cenário ainda não é de risco, principalmente na região metropolitana da capital. “As questões mais críticas na região metropolitana ocorrem principalmente nas regiões de ocupação irregular, onde há excesso de consumo e a distribuição não fica homogênea. Mas, em termos gerais, sobre a garantia de abastecimento para a região metropolitana, a população pode ficar tranquila”, destaca.

Atualmente, em Minas, as cidades de Bugre, Campanário, Rubim, Frutal e Dores do Indaiá registram racionamento de água.  Além disso, outras dez cidades estão em estado de atenção.

“Já estamos tomando medidas para minimizar os impactos nessas cidades e trabalhando para aumentar a produção. As chuvas deste período também podem impactar positivamente, melhorando a captação. Hoje, em Minas, mesmo com o cenário de pior estiagem até o ano que vem, não traria risco de chegar ao volume morto dos reservatórios. A situação é relativamente tranquila”, afirmou Guilherme Frassom.

Em Divinópolis, a situação já foge do controle e, embora a Copasa não tenha admitido publicamente, já há racionamento de água. Em dias alternados, o abastecimento de água é suspenso em vários bairros, como aconteceu, por exemplo, nesta terça-feira (5). Há mais de 24 horas, os bairros Maria Helena, Mangabeiras, Del Rei e outros mais daquela região da cidade, estão completamente sem água.

Situações como essa provocam reações duras na Câmara. Na sessão desta terça-feira (5) o vereador Hilton de Aguiar (MDB) cobrou uma atitude concreta do prefeito Gleidson Azevedo (PSC). “Nosso prefeito afirmou no início do mandato que ia dar um jeito na Copasa. Mas até agora eu não estou vendo nada disso. Aquela conversa, aqui tem prefeito, aquela lorota, e a Copasa continua fazendo covardia com o povo”, afirmou. Hilton Aguiar citou o caso de Pará de Minas, onde o então prefeito Antônio Júlio rescindiu o contrato com a Copasa pela má prestação de serviços. “Em Divinópolis, eu não sei que macumba esse povo fez, mas ninguém consegue dar um jeito nessa Copasa”, acrescentou.

O vereador Ademir Silva também cobrou uma postura do prefeito. “Ficar gritando e fazendo videozinho não vai resolver nada não. Vamos chamar a Copasa e resolver isso de uma vez”, provocou.

Reportagem: Jotha Lee
Com informações da Agência Minas