Ex-assessora de Flávio Bolsonaro confessa participação no esquema de ‘rachadinha’

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Uma ex-assessora do gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) na época em que ele era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), admitiu em depoimento o esquema das “rachadinhas” no gabinete. As informações foram reveladas pelo jornal O Globo, que obteve o depoimento da ex-assessora. Ela informou ao Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) que nunca atuou como servidora para Flávio e que era obrigada a devolver mais de 90% dos vencimentos.

Flávio foi denunciado pelo MP-RJ ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) por organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita ocorridos entre 2007 e 2018. Além dele, também foram denunciados o ex-policial militar e assessor do senador Fabrício Queiroz, preso em junho no escritório de advocacia de Frederick Wassef, em Atibaia (SP). Ele atuava como advogado de Flávio no caso e também trabalhava para o presidente Jair Bolsonaro.

VALE ALIMENTAÇÃO

Em depoimento, a ex-assessora afirmou que descobriu que teria que devolver seu salário quando foi tomar posse. Além do salário, ela tinha que devolver 13º, férias e vale-alimentação. Segundo o jornal, o primeiro salário bruto da mulher foi de R$ 4.966,45, quando estava lotada no gabinete de Flávio, e o último foi de R$ 5.264,44, quando estava na TV Alerj. Ao MP, no entanto, ela informou que ficava com apenas R$ 700.

Ela informou aos investigadores que sabia de outras pessoas que também atuavam da mesma maneira – não trabalhavam e devolviam os salários. Ela também foi um dos alvos da operação de junho deste ano, que prendeu Queiroz.

DEFESA DE FLÁVIO BOLSONARO

Em nota, a defesa de Flávio Bolsonaro disse que “está impedida de comentar informações que estão em segredo de Justiça”, mas que “pode afirmar que o parlamentar não cometeu qualquer irregularidade e que ele desconhece supostas operações financeiras entre ex-servidores da Alerj”. “A defesa garante ainda que todas as contratações feitas pela Alerj, até onde o parlamentar tem conhecimento, seguiam as regras da Assembleia Legislativa. E que qualquer afirmação em contrário não passa de fantasia e ficção”, ressaltou.

Sobre a denúncia do MP, a defesa do senador afirmou que ela já era esperada,”mas não se sustenta”. “Dentre vícios processuais e erros de narrativa e matemáticos, a tese acusatória forjada contra o senador Bolsonaro se mostra inviável, porque desprovida de qualquer indício de prova. Não passa de uma crônica macabra e mal engendrada. Acreditamos que sequer será recebida pelo Órgão Especial. Todos os defeitos de forma e de fundo da denúncia serão pontuados e rebatidos em documento próprio, a ser protocolizado tao logo a defesa seja notificada para tanto”, pontuou.

Fonte: O Globo

 

 

 


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