A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram) voltou a questionar a decisão tomada pela Prefeitura de Divinópolis, que essa semana determinou a volta ao trabalho dos servidores municipais com mais de 60 anos. Por pertencerem ao grupo de risco, esses servidores estavam afastado do trabalho desde o início da pandemia e foram mantidos em isolamento domiciliar, mesmo após o retorno parcial das atividades na Prefeitura em abril. Além dos trabalhadores com mais de 60 anos, servidores com registro prévio de comorbidades que os coloquem no grupo de risco para a covid-19, que também estavam mantidos em isolamento domiciliar, deverão retornar ao trabalho.
O vice-presidente do Sindicato, Wellington Silva, informou que já encaminhou ofício à Prefeitura, solicitando uma reunião de urgência para discutir a volta ao trabalho dos servidores do grupo de risco. “Encaminhamos o ofício, mas ainda não obtivemos resposta do Executivo. Vamos cobrar essa reunião no mais tardar para o início da semana que vem”, disse ele. Preocupado com o aumento de novos casos da covid-19 e do número de mortes em Divinópolis, o vice-presidente voltou a pedir prudência à administração municipal. Somente essa semana, até o final da tarde desta quinta-feira (1º), Divinópolis havia contabilizado 63 novos casos da doença e mais três óbitos, totalizando 56 mortes desde o início da pandemia. “A administração precisa ter muito cuidado e muita responsabilidade ao chamar esses servidores do grupo de risco para retornar ao trabalho com atendimento presencial. Os novos casos confirmados da covid-19 aumentaram significativamente essa semana e já foram três óbitos. Ora, não é preciso ser nenhum especialista para perceber que a propagação do vírus está em curva crescente na cidade. Expor esses servidores do grupo de risco nas atuais circunstâncias chega a ser uma medida irresponsável, cujas consequências são temerárias”, alertou Wellington Silva.
“A Diretoria do Sintram não quer ninguém em casa. O que queremos é o servidor trabalhando, mas exercendo sua função protegido e sabendo que a administração está zelando pela segurança de sua saúde. Expor o servidor do grupo de risco nas atuais circunstâncias é correr um risco totalmente desnecessário”, disse o vice-presidente.
TRÊS MORTES – Essa semana a covid-19 teve um crescimento preocupante em Divinópolis. De acordo com os dados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), de segunda-feira até ontem a tarde foram contabilizados 63 novos casos confirmados e três pessoas morreram vítimas do vírus, elevando para 56 mortes desde o início da pandemia. Divinópolis atingiu a 13.032 casos notificados, com 1.466 confirmados. O número de óbitos chegou a 56 e uma morte está sob investigação. A taxa de Isolamento está em 32%, a taxa de letalidade em 3,82 e o ritmo de contágio em 1,17.
De acordo com a Semusa, o óbito confirmado ontem, ocorreu no último domingo (27). A vítima foi uma idosa de 74 anos, que apresentava doença cardiovascular crônica e doença neurológica crônica. Ela foi hospitalizada na UTI da UPA no dia 23 de setembro.
Ocupação hospitalar
A Semusa informa, ainda, que há um total de 84 leitos ocupados, totalizando 38,4% de sua ocupação. Destes, 50 correspondem ao setor de enfermaria e 34 ao setor de CTI. O número de pacientes atendidos em ambulatório atingiu a 4.516.
Em meio a essa onda de crescimento da covid-19, além de convocar para o trabalho servidores municipais do grupo de risco, a Prefeitura de Divinópolis liberou mais atividades, anteriormente interrompidas pela pandemia de Covid-19.
Atividades de lazer como cinemas, teatro, parques de diversão, fliperamas e afins foram liberados para funcionamento, desde que os responsáveis enviem protocolo para a Vigilância Sanitária e que seja aprovado pela mesma. Os jogos de sinuca em bares também foram permitidos, desde que as mesas e os tacos sejam higienizados constantemente. Os feirões de veículos também foram autorizados.
ONDA AMARELA
A microrregião de Divinópolis, que estava na onda verdade do Programa Minas Consciente, que permite o maior volume de atividades, vai retroceder para a onda amarela em razão do aumento de mortes e casos confirmados da covid-19 essa semana. Além de Divinópolis, a microrregião inclui também as cidades de Araújos, Carmo do Cajuru, Cláudio, Itapecerica, Perdigão, São Gonçalo do Pará e São Sebastião do Oeste.
Embora pelas regras do programa Minas Consciente esses municípios tenham que retroceder para a onda amarela, que significa sinal de alerta e cujas restrições são muito mais amplas, a decisão o final caberá aos prefeitos.
Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram