Em meados do mês passado, o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram), Wellington Silva, fez uma vistoria ao Cemitério Parque Divino Espírito Santo, localizado no bairro Jusa Fonseca, para verificar as condições de segurança oferecidas pela Prefeitura de Divinópolis aos servidores que prestam serviços no local. O vice-presidente ficou alarmado com a situação que encontrou. Falta total de higiene, condições de trabalho que colocavam em risco a integridade física dos trabalhadores e ferramentas quebradas, sem condições de uso. Os equipamentos de proteção individual não atendiam às necessidades da função e muitos já sem condições de uso. O que também chamou a atenção de Wellington Silva foi o mau cheiro exalado do interior do cemitério.
Imediatamente após a vistoria, o Sintram encaminhou ofício ao Centro de Referência à Saúde e Segurança do Trabalhador (Creest) solicitando a adoção de medidas imediatas para garantir a saúde e a segurança física dos oficiais coveiros. Também foi enviado ofício com o mesmo pedido ao secretário municipal de Serviços Urbanos, Gustavo Mendes, cuja pasta responde por todo o Serviço Municipal do Luto.
Na resposta enviada ao Sintram, o Creest informou que no dia 27 do mês passado a enfermeira do Trabalho e Coordenadora Inara Tavares, o técnico de segurança no Trabalho Cyro Máximo, a engenheira de segurança do Trabalho, Rinara Duarte, e o secretário Gustavo Mendes, realizaram uma inspeção no Cemitério Parque do Divino Espírito Santo, em atendimento à solicitação formulada pelo Sindicato.
Segundo o Creest, o pedido de aquisição de equipamentos de segurança ainda não foi atendido pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), mas garantiu que botinas de segurança, botas de PVC, luvas de raspa e látex estão disponíveis para entrega imediata, podendo ser retiradas pelos servidores. Informou, ainda, que segundo o oficial coveiro Juliano Pinto da Silva, o fornecimento de material de higienização e limpeza está normal, porém a quantidade de álcool em gel disponibilizada não está sendo suficiente para atender à demanda, já que são apenas 500 ml (meio litro) por semana. O Creest disse ainda que já foram fornecidas novas ferramentas de trabalho, como pás, enxadas e carrinho de mão.
AUMENTO DOS SEPULTAMENTOS
De acordo com o secretário Gustavo Mendes, o número de sepultamentos diários no Cemitério Parque do Divino Espírito Santo subiu da média de dois para seis enterros diários, o que dá um aumento de 200% por dia. Disse ainda que “o ritmo da construção de novos túmulos (execução por equipe da Emop) não permite que haja um espaçamento físico entre sepultamentos recentes, ocasionando o intenso mau cheiro na área”.
Como forma de eliminar o mau cheiro, o Creest informou que foi solicitada ao secretário a compra de cal virgem para depósito nos túmulos, vedação das sepulturas com massa podre [massa que pode ser reaproveitada], além da disponibilidade de máscaras de vapores orgânicos.
O vice-presidente do Sintram, Wellington Silva, disse que retornará ao cemitério para uma nova vistoria. “Felizmente nesse caso tivemos uma resposta rápida das autoridades e pelas informações que recebemos, a situação parece ter melhorado. Vamos voltar ao cemitério e confirmar se de fato as condições de trabalho e de segurança agora atendem o básico para que o servidor possa executar suas funções com dignidade e mais protegido”, disse ele.
Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram