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Comissão constata deficiências do Ipsemg que vão do agendamento de consultas à falta de médicos

Comissão constata deficiências do Ipsemg que vão do agendamento de consultas à falta de médicos

Comissão da Assembleia encontra Ipsemg lotado de servidores a espera de atendimento

Carência de médicos, consultórios ociosos e pacientes à espera de vaga para consulta foram alguns dos problemas verificados nesta segunda-feira (19) em visita ao Centro de Especialidades Médicas (CEM) do Ipsemg, o Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais.

Para verificar as condições de funcionamento da unidade, situada no bairro Santa Efigênia, em Belo Horizonte, a Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) esteve no CEM a requerimento da deputada Beatriz Cerqueira (PT).

A visita fez parte da série de atividades que vem sendo realizada para apurar deficiências no atendimento prestado pelo Ipsemg aos seus beneficiários, que somente na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) somam 205 mil, dos quais 90 mil da Capital. No caso do CEM, a unidade é responsável pela realização de consultas eletivas e pré-agendadas, ou seja, aquelas que não demandam urgência.

Durante a visita chamou a atenção a presença no local de muitos beneficiários vindos de longe, sem agendamento, mas contando com a sorte de uma desistência.

A professora aposentada do Estado Walderez Rocha não consegue marcar consultas por nenhum dos serviços anunciados pelo Ipsemg (Fotos: Luiz Santana/ALMG)

Caso de pacientes como a professora aposentada do Estado Walderez Rocha, que por não conseguirem vaga para agendar consulta pela central 155, pelo site ou pelo aplicativo do Ipsemg, comparecem pessoalmente ao centro apostando numa vaga de última hora. “O Ipsemg está servindo só para cobrar de nós a contribuição porque na hora que se precisa não se tem assistência”, diz a professora.

Desde novembro a professora aposentada aguarda uma consulta ginecológica para tratar de pólipos no útero e nesta segunda (19) ela saiu de sua casa em Sete Lagoas (Central), a 70 km da Capital, às 4h30, para tentar chegar a tempo de pegar uma das primeiras senhas que são distribuídas na unidade para casos de possíves desistências. Uma rotina que segundo ela tem se repetido há duas semanas.

Outra opção de beneficiários como Walderez seria buscar atendimento na rede conveniada do Ipsemg, mas conforme denunciado durante a visita seriam muitos os casos de recusa ou interrrupção de atendimento fora da rede própria do instituto. Este seria inclusive o caso do hospital conveniado de Sete Lagoas, onde mora Walderez e que, segundo representantes dos beneficiários e sindicalistas, deixou de atender pelo Ipsemg há mais de um ano.

Membro do Conselho de Beneficiários do Ipsemg, Geraldo Antônio da Conceição avaliou a situação encontrada como complicada e disse que o aumento da demanda no CEM está relacionado à falta de médicos, ao fechamento de alas do Ipsemg e à dificuldade de acesso a atendimento também na rede conveniada.

ESPERA LONGA

Ana Clarice Villefort, que veio de Felixândia (Central), a 180 km de Belo Horizonte, também tentava nesta segunda (19) uma desistência que lhe permitisse conseguir pelo menos um dos três atendimentos que disse estar precisando: em cardiologia, gastroenterologista e psicologia. “Paguei o Ipsemg por 32 anos e fora três partos, usei pouco. Agora estou revoltada porque na hora que a gente precisa não consegue consulta”, disse ela.

Maria Lúcia Jardim, aposentada do Hospital João XXIII (HPS), disse sofrer de queda de bexiga e que tenta marcar uma correção cirúrgica desde 2022. Finalmente em janeiro deste ano ela foi informada de que a cirrugia seria encaminhada, o que até agora não ocorreu.

Junto ao alívio inicial, ela disse ter sido informada agora de que teria que iniciar o processo do zero e contou que por isso aguardava uma vaga para consulta no CEM. “É uma falta de respeito e de humanidade o que fazem”, resumiu.

De mais longe ainda veio Terezinha Barroso, que saiu de Peçanha (Rio Doce), há mais de 300 km da Capital, para tentar tratar de glaucoma e catarata, mas ainda não tinha conseguido vaga para consulta no CEM.

Ela contou que permanece ativa no Estado justamente para não perder o direito aos benefícios do Ipsemg, que são permanentes somente para o quadro efetivo. No seu caso, como auxiliar de serviços gerais contratada do Estado, ela poderia ter se aposentado há quatro anos, mas pelo INSS, e sem o direito dos demais.

O gerente do CEM, Aldemar de Castro, informou que há 104 consultórios no centro, e segundo ele, todos estariam em funcionamento, porém com horários ou turnos ociosos, entre outros pela falta de pessoal.

Aldemar disse esperar que sejam nomeados para o CEM pelo menos mais 20 médicos aprovados em concurso, além dos 42 aprovados que já ingressaram na unidade de novembro do ano passado até agora, sendo que três já deixaram a unidade. Segundo ele, a meta da atual gestão do Ipsemg é recuperar a média histórica de atendimento do CEM, que chegou a 28 mil consultas/mês, contra a média atual, na faixa de 19 mil.

Em apresentação à comissão, ele demonstrou, entre outros, que os maiores gargalos do CEM estão nas cinco especialidades mais demandadas na unidade, sendo elas ortopedia, cardiologia, ginecologia, oftalmologia e dermatologia.

Nestas cinco áreas juntas, a média diária de pacientes procurando presencialmente por uma desistência em 2023 foi de 127 pessoas, com 48 obtendo êxito. Ao longo de 2023 o percentual mensal de pessoas atendidas em razão dessas esperadas desistências oscilou entre 35% e 43%.

GOVERNO SERÁ COBRADO

Para novos encaminhamentos da comissão quanto à situação, a deputada Beatriz Cerqueira solicitou à gerência da unidade o envio de dados mais detalhados, por exemplo quanto à carência de médicos por áreas e quanto à espaços e horários ociosos. “Vimos como tem sido difícil as pessoas terêm acesso ao Centro de Especialidades e o Governo do Estado não pode ignorar isso”, afirmou a deputada Beatriz Cerqueira.

A deputada adiantou que de posse das informações e dos relatos obtidos na visita serão feitas cobranças à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) de providências para que o Ipsemg tenha seu potencial de atendimento valorizado, incluindo a nomeação de mais médicos.

Fonte: ALMG

 

 

 

Zema apresenta no STF defesa de posição de não cobrar vacina em escolas de Minas

Zema apresenta no STF defesa de posição de não cobrar vacina em escolas de Minas

 

Cleitinho, Zema e Nikolas Ferreira em campanha contra vacinas (Foto: Reprodução)

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, apresentou nesta segunda-feira  (19) ao Supremo Tribunal Federal (STF) manifestação na qual afirma que a apresentação do cartão de vacinação nunca foi obrigatória para a matrícula na rede de ensino estadual.

Zema havia sido notificado a se manifestar pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes, relator de uma ação aberta por parlamentares do Psol. A iniciativa foi tomada depois da publicação, no último dia 8, de um vídeo em que o governador diz que tornaria opcional a imunização a alunos da rede pública de Minas.

O governador justificou a fala afirmando que “visou a informar as famílias acerca da inexistência de impedimentos à matrícula escolar, decorrentes de eventuais retardos ou omissões no acompanhamento do calendário vacina”.

Ele acrescentou que a não apresentação do cartão de vacinação nunca impediu o exercício “do pleno direito de acesso à educação”, embora o documento seja pedido no momento da matrícula como forma de conscientização.

“Atualmente, a apresentação do cartão de vacinação para os estudantes com até 10 anos é solicitada como forma de sensibilização aos pais/responsáveis sobre a importância dos cuidados com a saúde da criança”, disse Zema ao Supremo.

No vídeo que causou polêmica, Zema disse que “em Minas, todo aluno independente[mente] ou não de ter sido vacinado, terá acesso às escolas”. As parlamentares de oposição pediram ao Supremo a remoção do vídeo. Elas também pediram que qualquer decisão formal do governador sobre o assunto, o que ainda não ocorreu, seja revogada.

Elas alegaram possível ofensa à decisão do próprio Supremo, que durante a pandemia de covid-19 determinou a vacinação de crianças e adolescentes, com base no dever constitucional de proteção à saúde infantil.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) determina, no artigo 14, que é obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias, independentemente do imunizante e da doença.

Fonte: Agência Brasil