Categoria: Minas Gerais

No Portal Sintram, você acompanha as principais notícias do funcionalismo público de Minas Gerais e da região centro-oeste do estado

Supremo suspende concurso da Polícia Militar de Minas por limitar seleção de mulheres

Supremo suspende concurso da Polícia Militar de Minas por limitar seleção de mulheres

 

O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta quinta-feira (29) o concurso para formação de soldados Polícia Militar de Minas Gerais, marcado para 10 de março.

O ministro atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para suspender a seleção em função da restrição de participação de 10% de mulheres no concurso, que oferecerá 2,9 mil vagas.

Nunes Marques reiterou decisões anteriores do Supremo, que também suspenderam concursos da PM e de Bombeiros em todo país pelo mesmo motivo.

“A proibição de que mulheres disputem a totalidade das vagas disponíveis em concursos públicos destinados à ocupação de cargos em carreira militar contribui para reforçar a histórica exclusão desse grupo nos ambientes profissional e educacional, em inobservância direta aos postulados constitucionais que vedam a discriminação e determinam a proteção do mercado de trabalho feminino”, decidiu o ministro.

A suspensão vale até o julgamento definitivo da questão ou a adequação do edital para retirar as restrições para mulheres.

Em outubro do ano passado, a PGR entrou com 14 ações no Supremo para contestar leis que limitam a participação de mulheres em concursos públicos para a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. Em geral, a restrição prevista nos editais é de 10% para mulheres.

As ações questionam a limitação de vagas destinadas a mulheres prevista em normas dos seguintes estados: Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.

Em outras decisões, liminares de ministros do Supremo já suspenderam concursos da PM no Pará, no Rio de Janeiro, em Santa Catarina e no Distrito Federal.

Fonte: STF

 

 

Governo do Estado anuncia pagamento proporcional do piso dos professores

Governo do Estado anuncia pagamento proporcional do piso dos professores

 

Nesta quarta-feira (28), data do lançamento oficial da campanha salarial de 2024 dos profissionais da educação básica da rede estadual, o governo do Estado anunciou, em audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que irá cumprir o reajuste anual do piso salarial nacional dos professores.

No entanto, a manutenção do pagamento proporcional à carga horária de 40 horas semanais desagradou representantes da categoria, que acusam a gestão do governador Romeu Zema (Novo) de adotar uma estratégia deliberada para o sucateamento do serviço público.

O líder do Governo na ALMG, deputado João Magalhães (MDB), informou o compromisso do Executivo estadual com o reajuste. Contudo, a subsecretária de Gestão de Pessoas da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Kênnya Kreppel, confirmou que Minas seguirá com a proporcionalidade e não soube precisar quando projeto de lei com a recomposição do piso será encaminhado para o Parlamento mineiro. “Só quando tiver garantia de fluxo de caixa para arcar com o pagamento o governo irá enviar o projeto”, explicou a subsecretária.

O piso nacional do magistério é regulamentado pela Lei Federal 11.738, de 2008. Em 2024, o Ministério da Educação (MEC) definiu o seu reajuste em 3,62%, retroativo a janeiro, chegando ao valor de R$ 4.580,57 para uma jornada de até 40 horas semanais. Em Minas, a Lei 21.710, de 2015, definiu a carga horária de 24 horas semanais como referência no Estado.

Está aí o ponto de maior discordância: enquanto os profissionais da educação reivindicam o pagamento integral de R$ 4.580,57 para a jornada de 24 horas, em atendimento à legislação estadual, o governo entende que deve pagar R$ 2.748,34 para a mesma carga horária, adotando a proporcionalidade, um aumento de R$ 92 em relação ao salário-base atual.

“A proporcionalidade é um absurdo, algo superado pela legislação desde 2015. A carreira da educação em Minas é uma das piores do País, paga um dos piores salários. Não há rede pública que se sustente com um processo tão longo de precarização”, criticou a deputada Beatriz Cerqueira (PT), autora do requerimento para a audiência pública realizada ontem.

“Não há vontade política para pagar o piso, o governo não respeita a categoria”, pontuou a presidente da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino, Marilda Araújo.

A Coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Denise Romano classificou os salários da educação básica no Estado como uma humilhação.

Ela salientou que os professores se encontram em situação de penúria, tendo de optar por quais contas do mês pagar. A sindicalista entende que é preciso esclarecer que a diferença do que a categoria pleiteia para o que o governo propõe não é para enriquecer ninguém, mas apenas para oferecer o mínimo de qualidade de vida.

De acordo com o economista e assessor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Diego Rossi, nos cinco anos do governo Zema o Estado investiu no setor R$ 4 bilhões a menos do que prevê o mínimo constitucional da educação.

Especificamente sobre o piso nacional dos professores, a diferença seria de 52% – o piso foi reajustado em 86% de 2019 a 2024, enquanto Minas concedeu a recomposição de apenas 34%.

Ainda segundo o economista, os R$ 50 bilhões destinados ao Estado pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) já seriam suficientes para bancar todas as despesas com pessoal da categoria.

CENSO ESCOLAR

A deputada Lohanna França (PV), que participou da audiência, comentou outro dado alarmante sobre a educação em Minas: o Censo Escolar da Educação Básica, divulgado em fevereiro pelo MEC, aponta que apenas 19% dos professores da rede estadual mineira são efetivos, concursados, o menor percentual do Brasil. “A contratação deve ser de excepcional interesse, não rotina”, frisou a parlamentar.

“Esse é o primeiro passo para a desvalorização da profissão. É um projeto político”, acrescentou Roberto Leão, secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

A subsecretária Kênnya Kreppel replicou, porém, que o censo está errado. Em Minas, 43% dos professores são efetivos – número ainda assim preocupante, destacou Beatriz Cerqueira.

Fonte: ALMG