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Economista do Dieese revela que mais de 50% dos professores da rede estadual são contratados temporariamente

Economista do Dieese revela que mais de 50% dos professores da rede estadual são contratados temporariamente

A Comissão de Educação da Assembleia discutiu a nomeação de professores para rede estadual (Fotos: Alexandre Netto)

Com o concurso público de 2017 da educação básica prestes a vencer, a Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) cobrou, em audiência realizada nesta quinta-feira (7), a nomeação de todos os candidatos aprovados no certame. As representantes do Governo do Estado garantiram uma nova chamada, mas ponderaram ser impraticável nomear todos os classificados.

Com validade de dois anos, renováveis por mais dois, o concurso está em vigor até o dia 12 de abril, por ter sido paralisado durante a pandemia de Covid-19. Foram disponibilizadas 16,8 mil vagas, entre professores e especialistas. Até o momento, o governo nomeou cerca de 22 mil candidatos aprovados, considerando os excedentes.

Para Diego Rossi, economista e técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), esse número ainda é insuficiente, diante do grande número de contratados nos quadros da educação básica em Minas, superior ao de efetivos.

Segundo o economista, do total de aprovados no concurso, apenas 38% (14,4 mil) entraram em exercício, um indicativo de que as carreiras precisam ser revistas, para se tornarem mais atraentes.

A Secretaria de Estado de Educação abriu novo edital em 2023, com a oferta de quase 20 mil vagas. De acordo com Diego Rossi, mesmo que todos os aprovados em ambos os concursos fossem nomeados, o número de professores efetivos, por exemplo, representaria pouco mais de 50% do total.

NOVAS NOMEAÇÕES

A subsecretária de Gestão de Pessoas da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Kênnya Kreppel, informou que o governo está finalizando um estudo para definir todos os classificados do concurso de 2017 que podem ser aproveitados na rede estadual, com o objetivo de nomear, em um mesmo lote, o maior número possível de aprovados, até a primeira semana de abril.

Ela destacou que 8 mil excedentes já foram nomeados, mas argumentou que nem todos os classificados podem ser chamados. Não houve candidatos aprovados para 4,5 mil vagas, enquanto outras já foram completamente preenchidas e não comportam mais nenhuma nomeação.

A Subsecretária de Gestão de Recursos Humanos da Secretaria de Estado de Educação, Gláucia Cristina Ribeiro acrescentou que muitos profissionais da educação contratados não ocupam vagas de efetivos, por atuarem em substituição ou em posições que entraves burocráticos impedem a realização de concurso.

Esse seria o caso de 37% dos cargos na educação básica. Do restante, 45% é composto por efetivos e outros 18% poderiam ser preenchidos com a nomeação de novos concursados. Gláucia Ribeiro ainda informou que há estudos para a realização de novos concursos.

Autora do requerimento para a audiência, a deputada Beatriz Cerqueira (PT) abordou as distorções causadas pela política de contratações, em detrimento da nomeação de efetivos. Os trabalhadores temporários não têm acesso à carreira e a direitos como férias-prêmio e adicionais por tempo de serviço.

Ela acredita que as contratações recorrentes são o primeiro passo para a privatização da educação. Para reivindicar a nomeação dos aprovados no concurso de 2017, ela solicitou visitas técnicas ao Tribunal de Contas (TCE), ao Ministério Público Estadual e ao Ministério Público Federal.

A deputada Macaé Evaristo (PT) cobrou maior compromisso do governo com a garantia de estabilidade do corpo docente nas escolas, de forma a possibilitar uma proposta pedagógica de maior qualidade. Ela disse ser possível um fluxo mais ágil de nomeações.

Fonte: ALMG

 

 

Médico que acumulou cargos em quatro prefeituras de Minas é multado pelo Tribunal de Contas

Médico que acumulou cargos em quatro prefeituras de Minas é multado pelo Tribunal de Contas

O conselheiro Telmo Passareli foi o relator do processo que puniu o médico (Foto: TCE)

A Primeira Câmara do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE), determinou a aplicação de uma multa no valor de R$ 58.826,89 ao médico Filipe Flávio Rodrigues por acúmulo ilegal de cinco cargos em quatro municípios da região metropolitana de Belo Horizonte: Matozinhos, Prudente de Morais, São José da Lapa e Sete Lagoas.

A multa foi consequência de uma representação promovida pelo Ministério Público de Contas (MPC). Na conclusão, o TCE afirmou que “o servidor praticou três atos ilícitos distintos, porquanto a cada contrato firmado posteriormente ao seu segundo vínculo infringira a vedação constitucional de acumulação remunerada de cargos públicos. Ou seja, o terceiro, o quarto e o quinto vínculos representam atos ilícitos autônomos”. O médico assinou dois contratos distintos com a prefeitura de Sete Lagoas.

O relator do processo no TCE, conselheiro Telmo Passareli, reconheceu que “resta, portanto, inafastável a conduta consciente e deliberada do servidor em omitir dos municípios envolvidos as informações a respeito de sua real situação funcional”.

O Tribunal decidiu, ainda “recomendar aos responsáveis pelos Órgãos de Controle Internos com atuação nas Secretarias de Saúde dos municípios envolvidos que adotem controles eficazes da jornada de seus servidores, sobretudo dos médicos, preferencialmente por sistemas eletrônicos, observando as normas pertinentes aos respectivos regimes jurídicos”.

O relator Passareli destacou, ainda, “que o MPC registrou em seu parecer conclusivo já ter oficiado o Ministério Público do Estado de Minas Gerais para a adoção de medidas no âmbito de sua competência, com relação à subscrição pelo servidor representado de declaração de inexistência de vínculos funcionais com conteúdo falso”.

Fonte: TCE/MG