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Polícia Civil apura esquema de fraudes em exames de trânsito e investiga pagamento de propina para obtenção de carteiras

Polícia Civil apura esquema de fraudes em exames de trânsito e investiga pagamento de propina para obtenção de carteiras

A operação da Polícia Civil apura envolvimento de servidor público do Estado em fraudes em exames de trânsito (Foto: Jotha Lee)

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, em Belo Horizonte, a operação Fraude a Laser, nesta quarta-feira (3), com o cumprimento de sete mandados de busca e apreensão em investigação relacionada com crimes de corrupção ativa e passiva envolvendo esquema de facilitação de exames de legislação de trânsito.

De acordo com as apurações coordenadas pela equipe da 1ª Delegacia de Polícia Civil Venda Nova, são investigados cinco funcionários terceirizados de uma Unidade de Atendimento Integrado (UAI), um instrutor de autoescola e duas autoescolas daquela região.

Até o momento, já foram identificados quase 30 candidatos à habilitação que teriam se beneficiado indevidamente ao serem aprovados em exames no ano de 2023.

BUSCAS

As buscas foram realizadas em uma autoescola, em endereço ligado a um instrutor de outra autoescola investigada, além das residências dos cinco funcionários terceirizados da UAI Venda Nova.

Foram recolhidos celulares, documentos que comprovam a materialidade do crime, além de objetos utilizados na prática da facilitação/fraude dos exames de legislação, como apontadores laser.

CORRUPÇÃO

Delegado responsável pela investigação, Gabriel Ciriaco Fonseca detalha que valores entre R$ 2 mil e R$ 3 mil, por candidato, eram pagos nas autoescolas.

Após a captação da propina, um instrutor de autoescola repassava a informação aos funcionários terceirizados da UAI Venda Nova, que eram responsáveis pela aplicação do exame de legislação.

“A prova é realizada inteiramente por meio de computador. Assim, para fraudar o exame, os funcionários colocavam um apontador a laser – habitualmente usados para auxiliar apresentações – debaixo do braço, se posicionavam atrás do candidato que pagou pela facilitação e, de forma bem sutil, indicavam com o laser, na tela do computador, qual era o gabarito correto”, revela Fonseca.

COLABORAÇÃO

A partir de denúncia anônima, a gestão da UAI identificou o comportamento dos funcionários, por meio de vídeos que foram compartilhados com a Polícia Civil e com a Coordenadoria Estadual de Gestão de Trânsito (CET-MG). O acesso do atendente foi bloqueado e a gestão da unidade registrou o Boletim de Ocorrência.

“Alguns dos demais funcionários já foram ouvidos e informaram qual era a rotina normal de aplicação de provas, deixando claro que os aplicadores não poderiam ficar parados atrás de nenhum candidato, não podiam recorrer ao celular ou olhar relógio, exatamente o contrário do que os investigados faziam”, reforça o delegado.

PRÓXIMOS PASSOS

A Polícia Civil juntou informações de que alguns dos candidatos investigados já haviam sido reprovados em outras tentativas no exame de legislação em unidades distintas de atendimento e somente a partir do esquema de fraude foram aprovados.

“Nossa investigação teve como foco o recorte em 2023, contudo descobrimos que os funcionários investigados atuam na mesma unidade há cerca de três anos. Portanto, acreditamos que o número de pessoas beneficiadas criminosamente com o esquema possa ultrapassar os quase 30 candidatos já identificados”, ressalta o delegado.

O delegado regional em Venda Nova, Domiciano Monteiro, acrescenta que, além da corrupção para aprovação na prova, os candidatos ainda burlavam a cidade de origem, dizendo que residiam em Belo Horizonte, sendo residentes em outras cidades.

“Faziam isso de modo a poderem se beneficiar da fraude. Há casos, inclusive, de diversos candidatos cadastrados com o mesmo endereço fictício no sistema para poderem realizar a prova com facilitação”, observa.

O inquérito policial está em fase final, e os investigados poderão ser indiciados por corrupção ativa/passiva, fraude em exames públicos e outros crimes.

Fonte: Polícia Civil de Minas Gerais

 

 

Com 22 elevadores quebrados, Cidade Administrativa coloca em risco usuários e servidores

Com 22 elevadores quebrados, Cidade Administrativa coloca em risco usuários e servidores

22 elevadores estão quebrados e interditados na Cidade Administrativa (Foto: Reprodução)

O desleixo da administração do governo Zema ficou evidenciado essa semana, com a publicação de um laudo encomendado pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) que mostram a situação precária nos prédios que compõem o conjunto da Cidade Administrativa, sede do governo estadual.

Elevadores sociais com riscos em função de “colapso dos pilares metálicos decorrente de vícios construtivos” foram a causa da interdição de 22 equipamentos do prédio Gerais da Cidade Administrativa, em 21 de novembro do ano passado. Desde então os elevadores não funcionam e usuários e servidores são obrigados a subir enormes lances de escadas. Os problemas também foram atestados nos aparelhos do prédio Gerais, que continuam em operação.

Essas informações constam nas mais de 900 páginas de um laudo contratado pela Seplag, em que três engenheiros responsáveis pela avaliação orientam a realização de obras corretivas. A situação deixa tensos os servidores que trabalham no complexo de edifícios que compõem o centro de poder do Estado de Minas Gerais. Segundo a Seplag, intervenções serão feitas, mas não sabe quando.

De acordo com a TV Globo Minas, um servidor morreu após subir vários lances de escadas. A TV não divulgou o nome do servidor.

PROCDEDIMENTOS

Após a divulgação do laudo, a Seplag disse que está finalizando os procedimentos para a contratação, ainda esta semana, da empresa de engenharia para a correção das falhas que interditaram 22 elevadores do Prédio Minas, da Cidade Administrativa. Segundo a Seplag a interdição dos equipamentos foi necessária para garantir a segurança de servidores e visitantes. Disse ainda que foi solicitada a realização de perícia técnica de engenharia para identificar a causa e apontar as intervenções necessárias para a retomada segura da utilização dos elevadores. A partir da conclusão do laudo, foram iniciados os procedimentos para a execução dos serviços, garantiu a Seplag. Entretanto, a pasta não informou quando os elevadores estarão novamente em condições de uso.

A Seplag disse ainda que solicitou orçamentos de três empresas especializadas de engenharia para a execução do serviço conforme estabelecido no documento técnico. Informou que em março recebeu os orçamentos e realizado o processo, que inclui análise técnica e jurídica, para definir a empresa que irá realizar o serviço conforme as regras da dispensa de licitação por emergência. Definida a empresa, o procedimento de contratação já está em andamento, garantiu.

O laudo apontou que, na construção da Cidade Administrativa, os pilares metálicos dos contrapesos dos elevadores não foram chumbados conforme projeto, resultando um espaço vazio entre a viga de concreto armado e as chapas de fixação dos pilares, provocando um efeito “pino”. A situação seria decorrente, conforme o documento, de obra mal feita pelo então governo de Aécio Neves, responsável pela construção da Cidade Administrativa.

A Seplag disse que o laudo não aponta problemas na estrutura predial e que a falha detectada “não afeta a integridade, nem estabilidade nem a solidez da estrutura do Prédio Minas”. No caso do Prédio Gerais, o documento constata que não há colapso estrutural e que é necessário o reforço apontado como prevenção a ocorrências futuras.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram