Categoria: Minas Gerais

No Portal Sintram, você acompanha as principais notícias do funcionalismo público de Minas Gerais e da região centro-oeste do estado

Ação da Polícia Federal em Minas e mais seis estados mira tráfico internacional de drogas

Ação da Polícia Federal em Minas e mais seis estados mira tráfico internacional de drogas

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (2), em sete estados, a Operação Terra Fértil para desarticular uma organização criminosa atuante no tráfico internacional de drogas. A estimativa é que o montante de valores ilegalmente movimentados ultrapasse R$ 5 bilhões em um período de pouco mais de cinco anos.

Cerca de 280 homens cumprem nove mandados de prisão preventiva e 80 mandados de busca e apreensão, além de outras medidas cautelares, como sequestro de bens e bloqueio de contas, expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal da Comarca de Belo Horizonte, nos estados de Minas Gerais, do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Paraná, de Santa Catarina, da Bahia e de Goiás.

Em nota, a corporação informou que as investigações revelaram “uma complexa engrenagem montada pelo grupo criminoso e a grande quantidade de indivíduos interconectados, alguns deles com envolvimento com conhecida facção criminosa”.

“Um narcotraficante internacional e pessoas físicas e jurídicas a ele associadas faziam parte de uma rede que cometia diversos delitos, visando principalmente ocultar e dissimular o patrimônio proveniente da prática de inúmeros crimes, dentre os quais o tráfico internacional de drogas.”

O homem, segundo a PF, já havia sido investigado em outras ocasiões. A suspeita é de que ele enviava cocaína para países das Américas do Sul e Central, com destaque para remessas a cartéis mexicanos.

“Durante as investigações, constatou-se que os envolvidos criavam empresas de fachada, sem vínculo de empregados no sistema CAGED, e adquiriam, por meio dessas empresas, imóveis e veículos de luxo para terceiras pessoas, assim como movimentavam grande quantia de valores, incompatíveis com seu capital social.”

Ainda de acordo com o comunicado, os sócios das empresas investigadas geralmente não possuíam vínculos empregatícios há anos. “Alguns até receberam auxílio emergencial”, destacou a corporação.

A PF também constatou que algumas das pessoas jurídicas investigadas efetuavam transações com empresas no ramo de criptomoedas e de atividades que não tinham relação com o ramo de negócio, “o que leva a crer que os investimentos estivessem sendo usados para mascarar a origem ilícita dos valores”.

Fonte: Polícia Federal

Pessoas negras jovens são principais vítimas de homicídio entre população trans e travesti de Minas Gerais, aponta UFMG

Pessoas negras jovens são principais vítimas de homicídio entre população trans e travesti de Minas Gerais, aponta UFMG

O relatório foi apresentado em solenidade nesta segunda-feira (Fotos: Assessoria/MP)

Estudo produzido pelo Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBTQIA+ (NUH), da UFMG, em parceria com o Ministério Público Estadual, mostrou que 74,6% dos homicídios em Minas Gerais de pessoas trans e travestis entre 2014 e 2022 teve pessoas negras como vítimas.

Pessoas jovens pretas e pardas são as maiores vítimas da violência contra travestis e trans de Minas Gerais. A conclusão é do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBTQIA+ (NUH) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que divulgou nesta segunda, 1º de julho, relatório sobre homicídios tentados e consumados contra trans e travestis em Minas Gerais entre 2014 e 2022. O estudo é resultado de parceria entre o núcleo e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Coordenadoria de Combate ao Racismo e Todas as Outras Formas de Discriminação (CCrad).

A pesquisa identificou 151 vítimas trans e travestis no período, sendo que 58,9% dos casos resultaram em mortes violentas, enquanto o restante foi registrado como tentativa. Entre as 89 mortes violentas consumadas, 74,6% eram de pessoas negras e 39,3% tinham entre 18 e 29 anos. Para chegar a esses números, os pesquisadores realizaram uma imersão nos Registros de Eventos de Defesa Social (Reds) da Polícia Civil e cruzou esses dados com notificações comunitárias organizadas por movimentos sociais, notícias da imprensa e outras estatísticas governamentais e de centros de pesquisa.

“Os movimentos sociais há muitos anos produzem informações que são muito parecidas com as nossas. Então está consolidado esse perfil. Se mata mais pessoas trans negras abaixo de 30 anos do que qualquer outro grupo social no Brasil”, assegura o coordenador do NUH, Marco Aurélio Máximo Prado.

Ele explica que a violência extrema contra este grupo está relacionada à dificuldade de acesso a instituições de assistência social, saúde, educação e segurança, o que coloca as jovens trans negras em situação de extrema vulnerabilidade e facilita a ação de agressores. “Se a gente quiser sair dessa situação horrorosa, nosso foco precisa estar em trans e travestis pretas em situação de vulnerabilidade”, explica o professor.

QUALIDADE DE INFORMAÇÕES

Para além dos dados apresentados, o estudo identificou a carência pela melhoria das informações públicas sobre estes crimes. Alguns poucos avanços aconteceram a partir de 2016, quando os formulários dos Reds preenchidos pelos policiais passaram a permitir a inclusão de nome social, orientação sexual e identidade de gênero, facilitando a constatação de crimes de LGBTfobia. Entretanto, tais campos nem sempre são preenchidos corretamente, gerando subnotificação.

O estudo também apontou que o preenchimento cuidadoso do histórico da ocorrência pelo agente de segurança é fundamental, pois dali pode-se retirar elementos que permitem o enquadramento do crime como um atentado LGBTfóbico. Por fim, o estudo aponta a necessidade de integração de dados entre os diferentes sistemas públicos, como segurança e saúde, para gerar mais dados confiáveis sobre este tipo de violência de gênero.

O coordenador do CCrad, Allender Barreto, destacou que o relatório identificou avanços no reconhecimento de crimes LGBTfóbicos pelos sistemas de segurança e Justiça. “O relatório nos dará subsídio para dialogar tanto dentro do sistema de Jutiça quanto de segurança pública, para cobrarmos o aprimoramento do atendimento, da investigação e do processamento de crimes de natureza LGBTfóbicas”, disse o promotor.

Para ver o estudo completo, clique aqui

Com informações do MP e do NUH