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UFMG mapeia contágio hospitalar pela covid-19 nas primeiras mortes registradas em Belo Horizonte

UFMG mapeia contágio hospitalar pela covid-19 nas primeiras mortes registradas em Belo Horizonte

 

Um estudo desenvolvido pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) analisou as primeiras 100 mortes ocorridas em decorrência da covid-19 na região metropolitana de Belo Horizonte. Chamou a atenção dos pesquisadores que quase um quarto delas pode estar associado a uma transmissão intra-hospitalar do coronavírus causador da doença.

Foram examinados os prontuários de 19 hospitais das redes pública e particular. É o primeiro estudo regional detalhado no Brasil das mortes iniciais da pandemia de covid-19.

A transmissão intra-hospitalar ocorre quando o paciente entra no hospital para tratar de outra condição de saúde e é infectado durante a internação. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) define alguns critérios para o enquadramento desse tipo de contágio.

“É o caso da pessoa que dá entrada no hospital sem uma infecção por covid-19 e, depois de sete dias, manifesta sintomas, com um elo epidemiológico de transmissão. Ela pode ter ficado ao lado de uma pessoa que tinha covid-19. Se não houver esse elo de transmissão certo, deve-se considerar o intervalo de 14 dias. Se ela começa com sintomas de covid-19 depois de 14 dias internada, então é considerada infecção hospitalar”, explica a infectologista Karina Napoles, que coordenou a pesquisa e reuniu os resultados em sua dissertação de mestrado defendida no ano passado.

Além de 14 casos que se enquadraram nos critérios da Anvisa, a pesquisa listou como possível infecção hospitalar as demais ocorrências em que o paciente deu entrada no hospital com outro diagnóstico e apresentou sintomas de covid-19 pelo menos dois dias depois. “Como o período de incubação do coronavírus varia de um a 14 dias, a pessoa pode pegar e manifestar sintomas dali a dois dias”, justifica Karina.

As primeiras 100 mortes em Belo Horizonte ocorreram entre 30 de março e 19 de junho de 2020. Segundo o mapeamento, houve ao todo 24 casos em que o contágio pode ter ocorrido em ambiente hospitalar.

Os resultados do estudo foram recentemente encaminhados em artigo para a Revista Médica de Minas Gerais e os pesquisadores acreditam que eles podem contribuir para melhores práticas na gestão da saúde. De acordo com Karina, a transmissão hospitalar foi pouco detectada no início da pandemia.

“Achava-se que a covid-19 ia chegar com os sintomas bem manifestados. Eu observei que em um determinado hospital que registrou diversos casos de transmissão, por exemplo, houve a tomografia de um paciente idoso que demorou a ser checada. Os médicos trocam de turno, fazem plantões de rodízio. E nisso demorou a análise e o diagnóstico de covid-19. Não é que houve uma negligência, mas se pensava pouco na possibilidade de ser covid-19 naquele início de pandemia. O idoso tinha poucos sintomas específicos de covid-19 e nós ainda não estávamos habituados a esses casos”.

Segundo ela, com o alto risco de transmissão hospitalar, a análise da tomografia precisaria ter ocorrido de forma mais célere. A pesquisadora também considera que pacientes que tinham diagnóstico confirmado de covid-19 não deveriam ter dividido o mesmo espaço com aqueles que tinham apenas suspeita. A separação dos leitos seria uma medida sanitária fundamental.

“Não pode misturar nem os suspeitos, porque um suspeito pode ser positivo e o outro ser negativo. E aí acaba transmitindo. Sabemos que, muitas vezes, o hospital não tem estrutura, não tem condição. Mas o principal desafio, a meu ver, é esse: garantir a divisão de leitos”.

A pesquisa também traçou o perfil das vítimas. Foram 47 homens e 53 mulheres. No recorte por idade, 71 tinham mais de 60 anos. Além disso, 57 eram pardos ou pretos. Em média, as mortes ocorreram 15 dias depois do início dos sintomas. A análise também mostrou que a hipertensão estava presente em 47 pacientes e diabetes, em 32.

Fonte: Agência Brasil

 

 

Governo do Estado anuncia concurso público para a educação com abertura de 20  mil vagas

Governo do Estado anuncia concurso público para a educação com abertura de 20 mil vagas

O anúncio do concurso foi feito durante audiência pública da Comissão de Educação da ALMG, que teve protesto pedindo a nomeação de candidatos aprovados no último concurso (Fotos: Ricardo Barbosa/ALMG)

Um novo edital para sete cargos da Educação deverá ser publicado pelo Governo do Estado até o final de maio deste ano. A informação foi dada pela  subsecretária de Gestão de Pessoas da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Kênnya Kreppel Dias Duarte. O anúncio foi feito durante audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quarta-feira (19/4/23).

Segundo ela, este edital é fruto de grupo de trabalho iniciado no ano passado e a atual fase é de finalização do pregão da executora do concurso, que será realizado pela Fundação Getúlio Vargas. “Com a publicação do edital, teremos o prazo do Tribunal de Contas, de 60 dias, e da inscrição, de 30 dias. A previsão de realização das provas deverá ser em 60 dias após isso. E o resultado final, com a homologação, deverá acontecer 240 dias a partir da publicação do edital”, declarou, sem especificar datas.

Os cargos serão de: professor de educação básica; especialista de educação básica; analista educacional; analista em setor de escola; analista de educação; técnico de educação; e assistente técnico de educação básica.

De acordo com o assessor chefe de Relações Institucionais da Secretaria de Estado de Educação (SEE), Fernando Antônio França Sette Pinheiro Júnior, ao todo serão 20 mil vagas. Ele explicou que os auxiliares de serviços de educação básica (ASB) não foram contemplados, o que gerou indignação de alguns presentes. “Fizemos isso para dar celeridade às outras carreiras. Não temos previsão para concurso para ASB, decidimos priorizar as demais carreiras, e a homologação deste novo concurso deverá ocorrer, no mais tardar, no início do ano que vem. Essa é nossa intenção. Queremos também, a longo prazo, que toda nossa rede de professores seja de concursados”, afirmou.

A presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (AL MG), deputada Beatriz Cerqueira (PT), lembrou a decisão do STF de que o governo do Estado cumpra, até maio de 2024, o preenchimento de todos os cargos via concurso público.

Para o edital do concurso ainda vigente, SEE 7/2017, de provimento de cargos das carreiras, em educação básica, de especialista e professor, Fernando Antônio França prometeu a nomeação de mais cinco mil profissionais até o final do ano. “Temos mais de 17 mil servidores nomeados, 11 mil ativos e 800 aguardando exame pericial. Cinco mil foram classificados como excedentes e, após perícia, serão nomeados. Essas nomeações devem ser diluídas de mil em mil nos próximos meses, sendo três mil para a educação básica e dois mil para especialistas. Isso é o que planejamos”, acrescentou.

De acordo com Kênnya Kreppel o número de vagas foi definido após estudo prévio do Secretaria de Estado da Educação. “Mas nada impede que comecemos a trabalhar com projeções futuras posteriormente”, ponderou.

A Coordenadora-Geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute), Denise de Paula Romano, manifestou revolta contra a intenção do governo de excluir os auxiliares de serviço do próximo concurso.  “Queremos acesso a estudos de viabilidade, se eles existirem. Temos muito a contribuir. Esse é o setor com maior volume de servidores, com um vínculo precário de trabalho e vencimentos inferiores ao salário mínimo. E mesmo sendo um setor fundamental dentro das escolas, desde Itamar Franco não se fala de concurso nesse setor”, criticou.

Para Diego Severino Rossi, a política do atual governo é trabalhar para diminuir o número de concursados

O economista e coordenador Técnico do Dieese na Subseção do Sind-Ute, Diego Severino Rossi de Oliveira afirmou que a política do atual governo é trabalhar para diminuir o número de concursados, apesar da decisão do STF, tendo em vista que contratados ganham menos e custam menos aos caixas do estado.

“Vinte mil vagas não vão suprir a necessidade de muitas contratações ainda. Hoje temos 10 mil professores nomeados em exercício de acordo com o Portal da Transparência. Se todos os excedentes fossem chamados, teríamos 60% de concursados e 40% de contratados, então o percentual alto de contratados se manteria. E como eles não têm as vantagens da carreira, ganham cerca de 40% a menos que um concursado”, afirmou Diego.

A deputada Beatriz Cerqueira lembrou que, por não terem direito à carreira, a situação dos contratados é muito precária.  “Além do salário baixo, estão submetidos a situação de instabilidade. Muitos foram convocados, estão trabalhando e já deveriam ter sido nomeados”.

Com informações da ALMG