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Ministros do STF indicados por Bolsonaro agem em defesa de réus acusados dos atos terroristas de 8 de janeiro

Ministros do STF indicados por Bolsonaro agem em defesa de réus acusados dos atos terroristas de 8 de janeiro

Os votos de Nunes Marques e André Mendonça têm causado desconforto na Corte (Foto: Montagem)

A atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) indicados por Jair Bolsonaro, já causa constrangimento entre os demais ministros da Corte Suprema. André Mendonça e Nunes Marques tomaram decisões altamente comprometedoras  nos últimos julgamentos envolvendo golpistas que participaram dos atos terroristas de 8 de janeiro.

Alvo de críticas por suspender o julgamento de duas mulheres, uma delas a mineira Jupira Silvana da Cruz Rodrigues, residente em Betim, André Mendonça teve que se explicar.  Ele disse que agiu com interesse na Justiça. Para ele, nos casos específicos, é necessário debater melhor a individualização da conduta e da pena.

A mineira Jupira da Cruz e a baiana Nilma Lacerda Alves, beneficiadas pela atuação de André Mendonça, já estão condenadas a 14 anos de reclusão, sendo mais de 12 anos em regime fechado. Elas são acusadas de participar dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro e a decisão do ministro bolsonarista não muda o resultado do julgamento, mas leva o caso a debate no plenário. As duas foram condenadas através de julgamento no plenário virtual do STF.

“Não acredito que algum ministro pense que eu tenha atuado além do interesse na Justiça. Somente alguém com extrema má-fé pensaria diferente”, afirmou Mendonça, que sabia que seria criticado por pedir destaque dos dois processos no plenário virtual. Tanto que justificou por escrito sua atitude “mesmo sem precisar”, como lembrou.

Quando o julgamento foi interrompido, o placar já contabilizava maioria de votos pela condenação das duas mulheres. Prevalecia a pena sugerida pelo relator, Alexandre de Moraes: 14 anos de prisão, sendo 12 anos e seis meses em regime fechado. Agora, caberá ao presidente, Luís Roberto Barroso, agendar o reinício do julgamento no plenário físico.

É praticamente nula a chance de haver reviravolta nos rumos do julgamento e André Mendonça sabe disso. Junto a Kassio Nunes Marques, os dois têm formado uma minoria isolada nas discussões sobre os processos do 8 de janeiro.

Jupira Silvana da Cruz Rodrigues vive em Betim (MG) e foi presa no interior do Palácio do Planalto. Os advogados de Jupira afirmaram que “não há nenhuma evidência” de que ela tenha participado da depredação. Segundo a defesa, ela chegou à Esplanada dos Ministérios após o início da depredação e entrou no Palácio do Planalto para se proteger das balas de borracha e do gás lacrimogêneo lançados contra os manifestantes que estavam do lado de fora.

Nilma Lacerda Alves, de Barreiras (BA), também foi presa no Palácio do Planalto. A defesa declarou que a ré não participou das depredações e sustentou que não há provas no processo para justificar a condenação.

Fonte: UOL

 

 

Com maioria formada pela condenação, ministro do STF suspende julgamento de mineira e outro réu pelos atos de 8 de janeiro

Com maioria formada pela condenação, ministro do STF suspende julgamento de mineira e outro réu pelos atos de 8 de janeiro

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou o desfecho de duas das cinco ações penais que estavam em julgamento nesta semana e que têm como alvo pessoas envolvidas na invasão e depredação das sedes do Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro. A suspensão da análise desses casos se deu por um pedido de destaque do ministro André Mendonça.

Com o pedido de destaque, os casos da mineira Jupira Silvana da Cruz Rodrigues e de Nilma Lacerda Alves saem do plenário virtual, onde estavam sendo analisados, e devem ser enviados para julgamento no plenário físico, em que há debate.

Em despacho no qual justifica os destaques, Mendonça escreveu que o contexto pessoal das acusadas e outros fatos merecem uma discussão mais aprofundada entre os ministros.

“Entendo ser importante o exame do caso com maior detença, em plenário síncrono, em função das peculiaridades fáticas e das circunstâncias pessoais da acusada, a fim de, a meu ver, melhor prestigiar o princípio constitucional da individualização da conduta e da pena”, escreveu Mendonça.

VOTOS

Os julgamentos foram interrompidos quando já havia maioria pela condenação das rés a 14 anos de prisão cada, pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado.

Votaram assim o relator, ministro Alexandre de Moraes, e os ministros Edson Fachin, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli e Cármen Lúcia. O ministro Cristiano Zanin divergiu em parte, votando por uma pena menor, de 11 anos. Os demais ainda não haviam votado. Com os destaques, os julgamentos devem recomeçar do zero, e os ministros podem mudar de posição.

OUTROS RÉUS

Outras três ações continuam em julgamento no plenário virtual do Supremo. O fim da votação está marcado para as 23h59 desta segunda-feira (2).

Até o momento, a maioria dos ministros votou pela condenação do réu João Lucas Vale Giffoni a 14 anos de prisão em regime inicial fechado. Ainda por maioria, Davis Baek foi apenado com 12 anos, e Moacir Jose dos Santos, condenado a 17 anos. Nestes três casos, Mendonça divergiu do relator, votando por penas mais brandas.

ACUSADOS

João Lucas Valle Giffoni mora em Brasília e foi preso em flagrante pela Polícia Legislativa dentro do Congresso. No processo, a defesa do réu afirmou que ele não participou da invasão do prédio e entrou no Congresso para fugir das bombas de gás lacrimogêneo. A defesa de Giffoni acrescentou ainda que ele não apoia atos antidemocráticos e de vandalismo.

A mineira Jupira Silvana da Cruz Rodrigues vive em Betim (MG) e foi presa no interior do Palácio do Planalto. Os advogados dela afirmaram que “não há nenhuma evidência” de que acusada tenha participado da depredação. Segundo a defesa, ela chegou à Esplanada dos Ministérios após o início da depredação e entrou no Palácio do Planalto para se proteger das balas de borracha e do gás lacrimogêneo lançados contra os manifestantes que estavam do lado de fora.

Nilma Lacerda Alves, de Barreiras (BA), também foi presa no Palácio do Planalto. A defesa declarou que a ré não participou das depredações e disse que não há provas no processo para justificar a condenação.

Davis Baek, morador de São Paulo, foi preso na Praça dos Três Poderes e portava dois rojões, cartuchos de gás lacrimogêneo, uma faca e um canivete. A defesa sustentou que ele não participou da depredação.

A defesa de Moacir Jose dos Santos, de Cascavel (PR), preso no Palácio do Planalto, disse que o réu veio a Brasília para participar de uma manifestação “ordeira e pacífica” e não aderiu aos atos de depredação. Também afirmou que o acusado não portou nenhum tipo de armamento e que ele entrou no palácio para se proteger.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram
Com Agência Brasil