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Zema aumentou a dívida do Estado em mais de R$ 51 bilhões e quer congelar salários para sanar o déficit

Zema aumentou a dívida do Estado em mais de R$ 51 bilhões e quer congelar salários para sanar o déficit

 

A dívida de Minas Gerais com a União continua sendo tema de debate, porém ainda não se chegou a um consenso sobre a forma de quitar o débito. A opção em análise na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) é o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), através do Projeto de Lei 1.202/2019, de autoria do governador Romeu Zema (Novo). O detalhamento do projeto foi entregue pelo governador à ALMG no mês passado.

A adesão a esse regime, que teria quer ser feita até 20 de dezembro, implicaria a adoção de um teto de gastos, de modo a conter o crescimento de despesas e retomar o pagamento das parcelas da dívida do Estado com a União em valores reduzidos. O modelo apresentado pelo governador privatiza três estatais, além de congelar os salários dos servidores públicos no período de nove anos, o que provocou grande pressão popular.

 CRESCIMENTO

A dívida pública do Estado de Minas Gerais cresceu 44,97% durante o governo Romeu Zema (Novo) entre janeiro de 2019 e outubro de 2023. De acordo com o Portal da Dívida Pública Estadual da Secretaria da Fazenda, a dívida de R$ 114 bilhões herdada por Zema do ex-governador Fernando Pimentel (PT) está hoje em R$ 165,7 bilhões, sendo R$ 156,57 bilhões com a União, entre aquelas diretas e aquelas com instituições financeiras que têm a União como avalista.

Desde o início de 2019, amparado por decisões liminares do Supremo Tribunal Federal (STF) provocadas por ações cíveis originárias (ACOs), Romeu Zema goza de uma carência para pagar a dívida. Durante o período, o governo colocou em dia, por exemplo, o pagamento de salários, 13º e férias-prêmio para os servidores, de fornecedores e de repasses constitucionais aos municípios, ao contrário de Pimentel, que, por sua vez, arcou com as parcelas da dívida.

Por outro lado, a suspensão do pagamento no governo Zema, provocou o crescimento da dívida, já que, como não foi paga, continuou sujeita a juros e encargos. “Cada vez que temos uma ACO que permite que o ente federado não pague (a dívida), que ele suspenda o pagamento, o saldo devedor vai se acumulando e está sujeito a juros e encargos moratórios”, explica a coordenadora-geral de Relações e Análise Financeira dos Estados e Municípios do Tesouro Nacional, Gabriela Abreu.

IMPACTOS

O endividamento de Minas traz impactos diretos na vida das pessoas, comprometendo, por exemplo, a prestação de diversos serviços públicos essenciais. Sem recursos suficientes para arcar com as despesas de pessoal, há o risco de atraso no pagamento dos salários de servidores de áreas primordiais, tais como saúde, educação e segurança pública. Ficariam impossibilitadas, também, a realização de investimentos públicos e outras melhorias nestas áreas sensíveis para o cidadão.

A dívida de Minas Gerais é histórica. Mesmo com os pagamentos desembolsados desde o ano de 1998, o saldo devedor subiu de R$ 14 bilhões naquela época para mais de R$ 165 bilhões hoje. Ao aderir ao RRF, após os nove anos da sua vigência, a dívida passaria a ser de R$ 210 bilhões, segundo dados da própria Secretaria de Estado da Fazenda, e as parcelas aumentariam de R$ 12 bilhões para R$ 17 bilhões.

Se adotado o RRF, o pagamento da dívida do Estado com a União ficaria suspenso por um ano. A partir do segundo ano, os desembolsos seriam retomados gradativamente, até voltarem a ser realizados integralmente após o último ano de sua vigência.

A ideia defendida por Romeu Zema é que os estados em situação de grave desequilíbrio fiscal podem aproveitar o período de pagamento de parcelas mais reduzidas para reorganizar suas finanças e criar condições para a quitação da dívida. Contudo, como ela não é abatida, ao final dos nove anos de vigência do RRF, o saldo devedor seria aumentado, assim como o valor das prestações que deveriam ser pagas.

A dívida de Minas Gerais com a União foi pactuada em 1998. Naquele ano, o governo federal assumiu a responsabilidade pelo pagamento dos débitos que os estados haviam contraído junto a bancos e instituições financeiras.

No caso de Minas Gerais, a dívida foi calculada na época em R$ 14 bilhões. Esse saldo devedor deveria ser pago à União em parcelas mensais ao longo de 30 anos, com taxa de juros de 7,5% ao ano mais a inflação.

Os estados foram proibidos de emitir novos títulos de dívida pública. Foi estabelecido um limite para as despesas estaduais, como o gasto com pessoal, por exemplo. Os estados também não poderiam mais pegar empréstimos para financiar despesas correntes de custeio, somente para fazer investimentos. O objetivo dessas medidas era propiciar, ao longo dos anos, o saneamento das contas estaduais.

Foi um bom negócio para os Estados na época. Mas, com o passar dos anos, o custo do financiamento da dívida foi se distanciando das taxas praticadas pelo mercado e acabou se tornando insustentável.

Em 2014, foi autorizado o refinanciamento das dívidas estaduais, que passaram a ser corrigidas pela taxa Selic ou pela inflação mais 4% ao ano (seria escolhido o índice mais favorável para o Estado).

Essa renegociação também acabou com o limite para o pagamento das prestações da dívida, que não poderia exceder 13% da Receita Líquida Real do Estado. Como esse limitador havia aumentado expressivamente o saldo devedor, a retomada do pagamento integral das prestações se tornou impraticável.

Os estados ficaram sem condições de pagar a dívida e se tornaram inadimplentes. No caso de Minas, a situação se agravou a partir de 2015, quando o Estado passou a registrar sucessivos déficits orçamentários, em um contexto de crise econômica nacional.

Graças a decisões liminares do Supremo Tribunal Federal (STF), o Estado suspendeu o pagamento da sua dívida com a União. Essas foram renovadas sucessivamente no último ano do governo de Fernando Pimentel e ao longo da gestão de Romeu Zema. Em junho deste ano, no entanto, o próprio STF determinou que o pagamento da dívida fica suspenso somente até o dia 20 de dezembro de 2023.

Esse período de suspensão também provocou aumento na dívida e, na avaliação de especialistas em finanças públicas, no cenário atual, o montante mostra-se “impagável”. Daí a necessidade de busca por soluções alternativas, como as construídas pela ALMG em conjunto com o Senado.

Agora há uma tentativa de negociar a dívida com a União, sem implantar o Regime de Recuperação Fiscal. O principal ponto da proposta é federalizar empresas estatais. Essa medida manteria o patrimônio de Minas, sem congelar salários dos servidores. O governo federal já sinalizou positivamente para a proposta. Agora, depende da boa vontade de Romeu Zema.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram
Com informações da ALMG

 

 

 

Petrobras seleciona escolas públicas de Minas e de mais sete Estados para receber doação de notebooks

Petrobras seleciona escolas públicas de Minas e de mais sete Estados para receber doação de notebooks

 

A Petrobras lançou, nesta segunda-feira (27), chamada pública para doação de notebooks a escolas públicas federais e estaduais, para selecionar instituições de ensino que possam receber os equipamentos doados pela empresa. Os aparelhos deverão ser utilizados em atividades pedagógicas e de educação digital.

A empresa disponibilizará seis mil notebooks que contribuirão para a inclusão digital de crianças e adolescentes. Deste total, cerca de 4,5 mil serão destinados a escolas públicas em comunidades em áreas de abrangência da Petrobras em Minas Gerais e nos estados do Amapá, Amazonas, Bahia, Pará, Paraná, Pernambuco e Rio Grande do Sul.

Também serão doados 1,5 mil notebooks para organizações da sociedade civil que atualmente têm projetos sociais ou ambientais vigentes no Programa Petrobras Socioambiental.

Para serem elegíveis ao processo, as escolas devem ser da rede pública federal ou municipal de ensino, podendo ser de ensino infantil, fundamental I ou II, médio ou ensino de jovens e adultos, e precisam estar situadas ou atender alunos de alguma das comunidades indicadas na área de abrangência da Petrobras.

Não há requisitos de internet ou sala exclusiva para os computadores, mas as escolas devem estar situadas em locais que possam ser acessados de carro, devido à logística necessária para entregar as doações.

As inscrições estão abertas até 22 de dezembro. A previsão é de que o resultado seja divulgado em janeiro de 2024, e as entregas deverão ocorrer a partir do final de fevereiro.

O regulamento está disponível aqui.

Com Agência Brasil