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Sob protestos, Comissão de Fiscalização Financeira da ALMG aprova projeto de adesão ao  Regime de Recuperação Fiscal

Sob protestos, Comissão de Fiscalização Financeira da ALMG aprova projeto de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal

Muitos protestos durante votação do Projeto na Comissão de Fiscalização Financeira (Fotos: Guilherme Bergamini/ALMG)

Sob protestos de centenas de servidores públicos estaduais, a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) deu parecer favorável ao Projeto de Lei 1.202/19, do governador Romeu Zema, que autoriza o Estado a aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

Nesta terça (5), em reunião acompanhada por servidores de diversos órgãos públicos estaduais, o parecer foi aprovado pela maior parte dos membros efetivos da Comissão, com votos contrários de dois parlamentares da oposição, os deputados Ulysses Gomes (PT), líder do Bloco Democracia e Luta, e Luizinho (PT). Agora a proposição está pronta para ser analisada pelo Plenário em 1º turno.

A novidade está no substitutivo nº 5, apresentado pelo relator, deputado Zé Guilherme (PP), que  assegura expressamente a revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos, mesmo durante a vigência do RRF.

De resto, a proposta mantém as alterações promovidas pelo substitutivo nº 4, apresentado anteriormente pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Outros três substitutivos já tinham sido enviados pelo próprio governador, para atualizar a proposição em virtude de mudanças na legislação federal relacionada ao RRF.

O projeto visa à renegociação de dívidas com a União, calculadas em aproximadamente R$ 156 bilhões. De acordo com a proposta, o RRF terá vigência de nove anos, período durante o qual o governo terá de implementar uma série de medidas para alcançar o equilíbrio fiscal e financeiro.

DEPUTADOS CONTRÁRIOS

Durante a reunião, deputados contrários ao Regime de Recuperação Fiscal buscaram obstruir a apreciação da matéria, se valendo do Regimento Interno da ALMG, sobretudo por meio da apresentação de requerimentos diversos, rejeitados pela maioria dos membros efetivos da comissão.

O deputado Ulysses Gomes ainda pediu a votação em destaque de 90 propostas de emendas, defendendo que elas “corrigem maldades do governo” presentes no projeto. As emendas também foram rejeitadas.

Antes da votação, a deputada Leninha (PT), 1ª vice-presidenta da ALMG, também se manifestou contrariamente ao projeto e a favor das emendas com pedido de destaque. “Elas significam a esperança de que os deputados possam repensar seu voto. Não é justo destruir carreiras de servidores e serviços públicos. Estamos legislando para o futuro”, afirmou.

Ulysses Gomes defendeu ainda que é preciso construir uma alternativa ao RRF e que, para tal, é importante que o prazo para adesão ao regime, o qual termina no próximo dia 20 de dezembro, seja prorrogado. “Mas, pasmem, faltando 15 dias para o fim desse prazo, o governador ainda não encaminhou pedido de prorrogação ao STF”, afirmou o deputado.

Ele ainda destacou que o projeto não deveria ser apreciado, uma vez que nesta quinta-feira (7) deverá ocorrer reunião sobre uma alternativa ao RRF no Ministério da Fazenda. “Esse movimento é para o entendimento de um novo projeto para Minas e para o País”, disse.

A deputada Bella Gonçalves (Psol) e os deputados Professor Cleiton (PV) e Luizho (PT) corroboraram a fala de Ulysses Gomes. Luizinho ainda colocou que, com o RRF, Zema vai pagar R$ 20 bilhões da dívida, deixando para os próximos governadores a maior parte desse pagamento (R$ 50 bilhões, entre 2027 e 2030, e R$ 70 bilhões, entre 2031 e 2034).

Ele acrescentou que o RRF pode congelar os salários dos servidores, o que também foi enfatizado pelo deputado Sargento Rodrigues (PL).

Outro possível desdobramento da adesão ao regime é a precarização do serviço público, segundo os parlamentares contrários ao RRF, o que traria impactos negativos, sobretudo para a população mais vulnerável.

Também se manifestaram de forma contrária ao RRF a deputada Beatriz Cerqueira (PT) e os deputados Doutor Jean Freire (PT) e Leleco Pimentel (PT).

Fonte: ALMG

 

 

 

 

 

Supremo abre inquérito para investigar esquema de rachadinha no gabinete do deputado mineiro André Janones

Supremo abre inquérito para investigar esquema de rachadinha no gabinete do deputado mineiro André Janones

André Janones é acusado de praticar rachadinha em seu gabinete (Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados)

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta segunda-feira (4) abrir inquérito para investigar o deputado federal André Janones (Avante-MG) pelos crimes de associação criminosa e peculato. Fux estabeleceu prazo de 60 dias para realização das diligências.

A investigação foi solicitada na sexta-feira (1°) pela Procuradoria-Geral da República (PGR) após reportagens jornalísticas e notícias-crime protocoladas por políticos de oposição informarem que Janones teria enviado áudios, por meio do WhatsApp, a ex-assessores solicitando o repasse de parte dos salários para ajudar em campanhas eleitorais. Os fatos teriam ocorrido a partir de 2019.

Segundo a vice-procuradora-geral da República, Ana Borges Coêlho Santos, o inquérito vai apurar se o deputado cometeu a prática popularmente conhecida como “rachadinha”.

“Não se pode descartar, lado outro, a possibilidade de o deputado federal André Luís Gaspar Janones ter exigido, para si, diretamente, em razão do mandato parlamentar, vantagens econômicas indevidas dos assessores e ex-assessores, como condição para a sua manutenção nos cargos em comissão em seu gabinete”, afirmou.

Fonte: Agência Brasil