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Sindicato dos professores critica projeto de revisão salarial e diz que governador Romeu Zema mente e engana

Sindicato dos professores critica projeto de revisão salarial e diz que governador Romeu Zema mente e engana

Servidores e professores acompanharam a votação das galerias (Foto: Guilherme Dardanhan/ALMG)

Os projetos de revisão salarial de servidores de Poderes e órgãos estaduais foram aprovados pelo Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em 2º turno, na Reunião Ordinária desta terça-feira (29). As matérias já foram aprovadas em redação final e seguem para a sanção do governador.

Entre as propostas aprovadas, está a revisão salarial de 5,26% para professores da rede estadual. O SindUTE, sindicato que representa a categoria, criticou a revisão aprovada e disse que o reajuste foi imposto pelo governo Zema. “Com esta decisão, o governo mineiro continua violando a legislação e os interesses dos trabalhadores em educação. Pior: é um gesto que evidencia o descaso com o ensino público e com a valorização dos educadores e demais setores da educação pública”, afirmou o sindicato em nota oficial.

O Sindicato disse ainda que o governador Romeu Zema segue descumprindo leis. “Mais uma vez, Zema segue fora da lei, mente e engana com o discurso raso da proporcionalidade e descumpre a Lei do Piso Salarial Nacional que estabelece um reajuste de 6,27%. Este percentual representaria um salário de R$ 4.867,77 para profissionais de nível médio”.

O sindicato explica que em Minas a formação exigida para ingresso na carreira é de nível superior, portanto, o Piso para professores com licenciatura plena deveria ser maior que o Piso para quem tem formação de nível médio. “Isso significa ainda que o Piso para os profissionais de nível médio deveria ser de R$ 3.436,30. Pelo texto, o salário base de um professor com um cargo completo no Estado, que é de 24 horas semanais, passa de aproximadamente R$ 2,7 mil para R$ 2.920,66. Esse valor equivale a pouco menos que dois salários mínimos”, criticou o sindicato.

O Sindicato disse que a categoria vai seguir mobilizada por melhores salários. “Os trabalhadores da educação devem seguir mobilizados e lutando contra os desmandos do governo Zema, buscando reduzir danos e construir caminhos para superar esta trágica fase da história da educação pública mineira”.

Reportagem: Jotha Lee
Sintram Comunicação

Comissão da Assembleia comandada por Zema dá parecer contrário a propostas de revisão salarial para servidores

Comissão da Assembleia comandada por Zema dá parecer contrário a propostas de revisão salarial para servidores

Das galerias, servidores acompanharam a votação na Comissão de Fiscalização Financeira (Foto: Guilherme Dardanhan/ALMG)

A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) rejeitou as quatro emendas parlamentares apresentadas ao Projeto de Lei 3.503/25, que trata do reajuste dos servidores estaduais da Educação. A Comissão, presidida pelo deputado Zé Guilherme (PP), um dos principais aliados de Zema, aprovou parecer pela rejeição das emendas em reunião realizada na tarde desta segunda-feira (28). Com isso, o projeto já pode retornar ao Plenário para votação preliminar (1º turno).

De acordo com o projeto, de autoria do governador Romeu Zema (Novo), o reajuste dos vencimentos das carreiras, de cargos comissionados e gratificações de funções da educação básica, terá efeitos retroativos ao dia 1º de janeiro deste ano.

O índice de 5,26% será aplicado para todas as carreiras da educação básica, os cargos de provimento em comissão de Diretor e de Secretário de Escola e as gratificações de função de Vice-Diretor e de Coordenador de Escola e de Coordenador de Posto de Educação Continuada. Beneficiará, ainda, os servidores inativos e pensionistas que fazem jus à paridade e os contratados temporariamente com atribuições análogas.

AS EMENDAS REJEITADAS

As quatro emendas apresentadas em Plenário, que foram analisadas nesta segunda-feira e rejeitadas pela Comissão que tem o comando de Zema, tratam, em resumo, dos seguintes temas:

EMENDA N°1 – autoriza o governador a estender o reajuste de 5,26% a 18 outras carreiras do Poder Executivo, servidores de função pública e contratados provisoriamente, além de servidores inativos e pensionistas que fazem jus à paridade. É assinada pelo líder do Bloco Democracia e Luta, deputado Ulysses Gomes (PT), todos os demais integrantes do bloco e também o deputado Sargento Rodrigues (PL)

EMENDA N° 2 – determina que os servidores públicos civis e militares da administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo não receberão uma remuneração menor do que o salário mínimo. De autoria da deputada Beatriz Cerqueira (PT); e também assinada pelos demais integrantes do Bloco Democracia e Luta e pelo deputado Sargento Rodrigues

EMENDA N° 3 – autoriza o governador a  estender o reajuste de 5,26% a todas as categorias de servidores da área de segurança pública. A emenda de autoria do deputado Sargento Rodrigues, assinada também por outros 30 parlamentares

EMENDA N° 4 – autoriza o governador a estender o reajuste de 5,26% também aos servidores do Colégio Tiradentes da Polícia Militar. Beatriz Cerqueira e Sargento Rodrigues são os autores desta emenda.

Na avaliação do presidente da Comissão e relator do projeto, deputado Zé Guilherme (PP), as quatro emendas não têm relação com o tema do projeto, que trata exclusivamente do reajuste dos servidores da Educação. Além deste argumento, o relator também justificou seu parecer pela rejeição pelo fato de as emendas gerarem aumento de despesa, algo que seria medida de iniciativa privativa do governador do Estado.

O parecer foi aprovado com votos contrários da deputada Beatriz Cerqueira (PT) e dos deputados Sargento Rodrigues (PL) e Hely Tarquínio (PV). Durante a discussão do parecer, os dois primeiros parlamentares questionaram a avaliação do relator de que as emendas ferem a iniciativa privativa do governador para propor aumento da remuneração dos servidores. Na avaliação de Beatriz Cerqueira e Sargento Rodrigues, não há esse problema, porque as emendas apenas autorizam o governador a conceder o reajuste, mas não o determinam.

O deputado Sargento Rodrigues exibiu uma gravação em áudio em que o governador Romeu Zema promete realizar a revisão salarial anual dos servidores. Entretanto, já 15 dias, Zema mudou o discurso e declarou que não fará revisão salarial este ano para outras carreiras, além da educação.

“(Nossas emendas) Não tem vício de iniciativa, o que tem neste momento é vício de caráter do governador, porque um homem precisa cumprir a sua palavra. A única coisa que a gente queria do governador é que ele honrasse o compromisso assumido”, afirmou o deputado Sargento Rodrigues

Com relação à emenda que obriga o Estado a pagar aos servidores pelo menos uma remuneração equivalente ao salário mínimo, Beatriz Cerqueira lembrou que milhares de servidores ainda recebem menos do que isso, entre os quais trabalhadoras que preparam a merenda escolar.

“Eu sou obrigada a dizer que esperava um pouquinho mais. Quem determina que o trabalhador não pode receber menos do que o salário mínimo é a Constituição Federal. Se nós não tratarmos disso aqui, o servidor não tem nenhuma perspectiva, porque o governador não vai enviar (projeto  com esse objetivo), disse Beatriz Cerqueira.

Apesar de as quatro emendas terem recebido parecer pela rejeição da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, todas elas seguem para o Plenário para votação, junto com o projeto.

Com informações da ALMG