Banco Central vê recuperação parcial da economia em maio e junho

O Comitê de Política Monetária (Copom) espera uma recuperação gradual da economia no terceiro trimestre deste ano. Em ata da reunião dos últimos dias 16 e 17, quando a taxa Selic foi reduzida de 3% para 2,25%, o menor patamar da história, o comitê avalia que abril foi o mês mais afetado pela pandemia e que haverá uma “recuperação parcial” da economia em maio e junho.

Na decisão da semana passada, o Banco Central também atualizou suas projeções para a inflação. No cenário que utiliza câmbio fixo e juros do mercado financeiro, a projeção para o IPCA em 2020 caiu de 2,4% para 2,00%. Para 2021, a previsão passou de 3,4% para 3,2%.

Em sua ata, o Copom avalia que continuar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia. O comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia.

“O Copom entende que, neste momento, a conjuntura econômica prescreve estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que o espaço remanescente para a utilização de política monetária é incerto e deve ser pequeno. O Comitê avalia que a trajetória fiscal ao longo do próximo ano, assim como a percepção sobre sua sustentabilidade, serão decisivas para determinar o prolongamento do estímulo.”

O comitê considera que a magnitude do estímulo monetário já implementado parece compatível com os impactos econômicos da pandemia da covid-19. “Para as próximas reuniões, o Comitê vê como apropriado avaliar os impactos da pandemia e do conjunto de medidas de incentivo ao crédito e recomposição de renda, e antevê que um eventual ajuste futuro no grau de estímulo monetário será residual. No entanto, o Copom segue atento a revisões do cenário econômico e de expectativas de inflação para o horizonte relevante de política monetária. O Comitê reconhece que, em vista do cenário básico e do seu balanço de riscos, novas informações sobre a evolução da pandemia, assim como uma diminuição das incertezas no âmbito fiscal, serão essenciais para definir seus próximos passos”, diz a ata.

Fonte: Congresso em foco