O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais atendeu 642 chamadas relacionadas a incêndios florestais ocorridos entre o início da madrugada de sábado (18) e a desta segunda-feira (20), em todo estado. Segundo a corporação, no meio da tarde de segunda-feira, já não havia nenhuma ocorrência “de vulto”, ou seja, de destaque, mas o calor e a baixa umidade causados por uma massa de ar seco estacionada sobre a região central do país exigem cuidados redobrados.
Nesta madrugada, um incêndio atingiu a Estação Ecológica do Cercadinho, em Belo Horizonte. O fogo começou à margem da rodovia MGC-356, de onde as chamas se espalharam rapidamente, atingindo a uma área de difícil acesso da unidade de conservação, que abriga nascentes e é estratégica para o abastecimento de água da capital.
As causas e a extensão do estrago ainda estão sendo avaliadas, mas o Corpo de Bombeiros estima que cerca de cinco mil metros quadrados de vegetação foram destruídos (cada hectare corresponde, aproximadamente, às medidas de um campo de futebol oficial).
Em Sabará, na região metropolitana da capital mineira, bombeiros e brigadistas passaram dias tentando controlar as chamas que consumiram parte da vegetação de encostas no bairro Borba Gato. Os primeiros focos foram identificados na quarta-feira (15). Controlado na noite da quinta-feira (16), o incêndio recomeçou na tarde de sábado.
Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, outras ocorrências de “natureza diversa”, como incêndios residenciais, mobilizaram efetivos em todo o estado, incluindo a ameaça a vários imóveis do bairro de Pirapitinga, em Ituiutaba, a cerca de 240 quilômetros de Uberaba.
Testemunhas disseram que o fogo foi causado por ação humana e se propagou rapidamente pela vegetação seca, liberando grande quantidade de fumaça.
Desde o último dia 13, diversos órgãos públicos estaduais participam de uma força-tarefa para tentar coibir incêndios criminosos, principalmente em unidades de conservação mineiras. A iniciativa envolve policiais militares e civis, bombeiros e servidores da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e do Instituto Estadual de Florestas.
Ao anunciar a ação, a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do estado, Marília Melo, disse que, assim como em outras regiões do país, Minas Gerais enfrenta um período crítico de estiagem, o que potencializa os riscos de incêndios florestais. “Nas condições climáticas atuais, qualquer incêndio se torna um grande incêndio. O anúncio de uma fiscalização ostensiva vem, neste momento, buscar a redução da ocorrência de incêndios florestais e o consequente impacto ambiental que provocam, seja na qualidade do ar, no solo, seja na perda de biodiversidade”, destacou Marília.
A um dia para o fim do inverno e o início da primavera, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê a ocorrência de chuvas esparsas a partir do fim da semana, o que, de imediato, deve começar a melhorar ao menos a umidade relativa do ar
DIVINÓPOLIS
Em Divinópolis, o índice de queimadas na área urbana de janeiro a julho subiu 58,85% esse ano em comparação ao mesmo período do ano passado. De acordo com o Corpo de Bombeiros, de janeiro a julho do ano passado, foram registradas 236 queimadas na cidade, contra 401 esse ano.
Os meses de julho e agosto, que não entram nesta estatística, registraram queimadas em vários pontos da área urbana, com destaque para o incêndio que destruiu toda a vegetação do Morro das Antenas.
A notícia para Divinópolis ainda não é animadora, pois embora haja previsão de chuvas isoladas, a umidade relativa do ar continuará baixa e o calor intenso. Segundo o Instituto Climatempo, nesta quarta-feira (22) pode chover 5 mm na cidade, porém o calor vai bater em 35 graus e a umidade relativa do ar ficará em 25% no período da tarde, índice considerado crítico. A previsão é de que, embora possam haver ocorrências de chuvas nos próximos dias, a umidade do ar atingirá até a 21%.
Reportagem: Jotha Lee
Com informações a Agência Brasil