Autor: Jota

Futuro da eleição para prefeito de São José da Varginha será decidido no Tribunal Superior Eleitoral

Futuro da eleição para prefeito de São José da Varginha será decidido no Tribunal Superior Eleitoral

Mesmo sabendo que não tomaria posse, Netinho comemorou com eleitores o resultado da eleição
(Foto: Reprodução/Instagram)

Os 4.667 moradores da cidade de São José da Varginha continuam na expectativa para saber quem será o prefeito da cidade a partir de 2025. A cidade continua sem prefeito eleito, uma vez que o candidato mais votado, José Alves de Carvalho Neto, o Netinho (PP), continua inelegível, com base na Lei da Ficha Limpa. Os 1.565 votos obtidos por Netinho estão anulados sub judice, uma vez que ainda há recursos. A Justiça Eleitoral aguarda o julgamento de todos os recursos, para definir os rumos da eleição na cidade.

ENTENDA

A candidatura de Netinho vem sendo questionada desde o início do processo eleitoral. Ele conseguiu o registro de sua candidatura após decisão da Justiça de Pará de Minas, que concedeu liminar sob o entendimento de que a condenação de Netinho em processo criminal por tráfico de drogas não acarretaria em sua inelegibilidade. Entretanto a liminar foi derrubada e, a partir de então, Netinho começou uma batalha judicial na tentativa de confirmar o seu registro.

O candidato perdeu todos os recursos que apresentou na tentativa de reformar a decisão que indeferiu seu registro. Perdeu também um pedido de revisão criminal da sentença que o condenou a mais de três anos de prisão.

A última cartada de Netinho foi a apresentação de Recurso Especial, que deverá ser encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O Ministério Público Eleitoral já solicitou que esse recurso seja julgado em terceira instância.

COMO FICA A PREFEITURA?

Enquanto continua esse cabo de guerra na Justiça, os moradores de São José da Varginha continuam sem prefeito eleito. O que pode acontecer?

1 – Se até o dia 1° de janeiro de 2025 ainda não houver julgamento transitado em julgado no caso da inelegibilidade de José Alves Netinho, a cidade terá um prefeito provisório. O cargo será assumido pelo futuro presidente da Câmara Municipal, que será eleito na primeira sessão do ano do Legislativo, que deverá acontecer no dia 1º de janeiro. Ele ficará no cargo até que haja uma decisão final.

2 – Se Netinho conseguiu reverter a decisão na Justiça que cassou o seu registro, em qualquer tempo, ele assumirá o cargo.

3 – No caso de Netinho ser considerado inelegível em definitivo, ou seja, após o julgamento do último recurso, o presidente da Câmara ficará no cargo até que Tribunal Regional Eleitoral (TRE) realize nova eleição na cidade, a chamada Eleição Suplementar.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram

Polícia Civil indicia quadrilha por falsificação de carteiras de motorista

Polícia Civil indicia quadrilha por falsificação de carteiras de motorista

Segundo a Polícia, centena de motoristas dirigem com habilitação falsa (Foto: JIotha Lee/Sintram)

Após uma investigação detalhada denominada operação Infravermelho, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu o inquérito que revelou a atuação de um esquema de fraude envolvendo a venda de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na cidade de Patos de Minas, Noroeste do estado. Dois suspeitos, de 47 e 52 anos, presos no último dia 24 de outubro, foram indiciados pelo crime de estelionato por enganar vítimas com a promessa de obterem o documento sem passar pelas etapas regulares do processo.

Conforme apurado, o homem de 47 anos, ligado a uma autoescola, atuava diretamente na captação das vítimas, especialmente pessoas que já haviam sido reprovadas em testes anteriores. Ele oferecia a garantia da CNH sem a necessidade de realizar exames ou cumprir os requisitos estabelecidos pelo órgão de trânsito, alegando que resolveria a questão com o apoio de um agente público.

Esse suposto facilitador foi identificado – o investigado de 52 anos – e teria fornecido o respaldo necessário para que o esquema ganhasse credibilidade entre as vítimas ao apresentar-se como agente público vinculado ao órgão de trânsito. O trabalho investigativo aponta que os indiciados receberam valores substanciais de várias pessoas, sem nunca entregar o documento prometido.

APURAÇÕES

De acordo com as investigações, a estratégia do grupo seguia um padrão em que as ações fraudulentas eram replicadas com várias vítimas da mesma forma. Com as falsas promessas de que os documentos estavam em processamento, a dupla obtia significativas quantias das vítimas, as quais eram ludibriadas e não recebiam o documento. Em alguns casos, as vítimas eram idosas, o que configura uma qualificação do crime de estelionato com base no Código Penal.

A relação entre os dois homens investigados foi confirmada tanto nos levantamentos iniciais que embasaram as suas prisões quanto por relatos posteriores. A PCMG já ouviu 18 pessoas, as quais confirmaram o repasse de R$ 65,4 mil.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Érico Henrique Resende Rodovalho, a complexidade do esquema e a quantidade de vítimas tornam o caso um exemplo da gravidade dos delitos de estelionato em massa, pois a dupla operava sem preocupação com o cumprimento dos acordos firmados.

“Esse é um crime que afeta não apenas as vítimas diretamente envolvidas, mas também a sociedade como um todo, ao minar a credibilidade do sistema de habilitação e o próprio conceito de justiça”, explica o delegado.

DENÚNCIAS

Em função da complexidade do caso e do número crescente de vítimas, a Polícia Civil orienta quem tenha caído no esquema a registrar a ocorrência e procurar a Delegacia Regional em Patos de Minas (Rua dos Carajas, 461, bairro Caiçaras).

Segundo o delegado, todos os que pagaram pelas habilitações prometidas foram considerados vítimas de um golpe, e novas denúncias são essenciais para dimensionar a extensão do crime. Além disso, Rodovalho reforça que as investigações continuam para identificar outros possíveis envolvidos na rede de fraudes e eventuais novos crimes.

O indiciamento dos dois investigados foi fundamentado no artigo 171 do Código Penal, e ambos seguem com a prisão preventiva decretada.

Fonte: Polícia Civil