Alexandre de Morais suspende investigações da Polícia Federal sobre os Institutos de Pesquisa

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A campanha do candidato à reeleição a presidente Jair Bolsonaro, com  a utilização da máquina governamental, tentou interferir nos Institutos de Pesquisa, mas foi barrada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Morais.

Nesta quinta-feira (12) a Polícia Federal (PF) confirmou a instauração de um inquérito policial para apurar a atuação dos institutos de pesquisa de opinião pública durante o processo eleitoral. O procedimento administrativo para investigar se empresas do setor atuaram irregularmente, de forma a prejudicar o presidente da República e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), ficaria sob responsabilidade da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários da Superintendência da PF no Distrito Federal.

A instauração do inquérito foi solicitada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, ao qual a PF está subordinada. No último dia 4, ou seja, dois dias após a realização do primeiro turno das eleições gerais, Torres anunciou, no Twitter, que tinha pedido a abertura de inquérito policial para apurar supostas “condutas que, em tese, caracterizam a prática de crimes perpetrados” por alguns institutos.

MINISTRO BARROU

Na noite desta quinta-feira, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), suspendeu os inquéritos da Polícia Federal e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra institutos de pesquisa.

Em sua decisão, Moraes afirmou que as tentativas de abertura de inquéritos foram “açodadas” e buscam “satisfazer a vontade eleitoral” do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. Na visão do ministro, compete à Justiça Eleitoral a fiscalização destas entidades, “inclusive com a participação e possibilidade de impugnação dos envolvidos e com o exercício de poder de polícia para garantir a legitimidade eleitoral”.

Além de barrar os inquéritos do Cade e da PF, Moraes determinou o envio da decisão à Corregedoria-Geral Eleitoral e a Procuradoria-Geral Eleitoral, para apuração de eventual prática de abuso de poder político. O presidente da Corte Eleitoral considera a possibilidade de suposto uso de órgãos administrativos para favorecer a “determinada candidatura”, sem mencionar o nome de Bolsonaro.

A investigação do Cade foi determinada por Alexandre Cordeiro Macedo através de ofício ao superintendente-geral do Cade, Alexandre Barreto e Souza. Houve determinação para uma investigação paralela especificamente contra Ipec, Ipespe e Datafolha.

Grande parte dos institutos de pesquisas apontavam uma vantagem maior do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta reeleição, do que a vista nas eleições. Alguns, inclusive, mostravam possibilidade de vitória do petista sem necessidade de um segundo turno.

Desde as eleições em primeiro turno, com vantagem de Lula de cerca de 5 pontos percentuais, Bolsonaro criticou os institutos e os acusou de interferirem na democracia. Além disso, aliados do presidente decidiram fazer uma ofensiva no Congresso e no Tribunal Superior Eleitoral contra as empresas, enquanto uma investigação da Policia Federal chegou a ser anunciada pelo ministro da Justiça, Anderson Torres.

Com informações da Folha de S.Paulo

 

 


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