Sindicato classifica Cleitinho Azevedo de inescrupuloso e arremedo de senador

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Presidente do Sindágua, Eduardo Pereira, disse que Cleitiho finge de bobo ao falar sobre a Copasa (Foto: Reprodução/Facebook)

O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) foi duramente atacado pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto (Sindágua-MG), que representa os trabalhadores da Copasa. O ataque ocorreu após o senador gravar parte de uma reunião que teve com o presidente da companhia, Guilherme Augusto de Faria, no último sábado. Na reunião, o senador cobrou da entidade a suspensão da cobrança da taxa de esgotamento sanitário para os usuários que não possuam o serviço.

Em 2021, por decisão do governador Romeu Zema (Novo), a Agência Reguladora dos Serviços de Água e Esgoto (Arsae), determinou a cobrança de tarifa única de 74% do valor da conta de água para o serviço de esgotamento sanitário. A cobrança passou a ser feita de todos os consumidores, independente se havia ou não a prestação do serviço.

Na reunião, gravada pelo senador e postada em rede social, Cleitinho Azevedo pergunta ao presidente da Copasa se Divinópolis tem 100% do esgoto tratado. Ao ouvir a resposta negativa, Cleitinho afirma: “então a cobrança da taxa é um roubo”,

Embora a forma espalhafatosa e populista adotada pelo Senador, a cobrança feita ao presidente da Copasa é justa. Cobrar por um serviço que não é prestado fere o Código de Defesa do Consumidor, e se não configura “roubo”, como definiu o senador, no mínimo é má-fé do governador do Estado, que nomeia o presidente da Agência Reguladora, além de ainda ser o principal dono da Copasa. Entretanto, não bastam apenas vídeos agressivos. São necessárias ações políticas concretas, o que o senador ainda não fez.

SINDÁGUA

O vídeo do Senador causou reação do presidente do Sindágua-MG, Eduardo Pereira. Ele afirmou que o senador “finge de cego ou de bobo” após vídeo em que chama de “roubo” a cobrança de taxa de esgoto em algumas cidades de Minas Gerais. O presidente do Sindágua, que em tese defende os trabalhadores da Copasa, defendeu a cobrança da taxa de esgoto.  “A sua cobrança é válida e justa, pois ninguém quer pagar tarifa de esgoto sem o devido tratamento. (…) Você finge de cego ou de bobo, pois sabe que quem determina essas tarifas é a Arsae”, afirmou o presidente do sindicato.

Em nota publicada no site da entidade, o Sindágua continuou os ataques ao senador. “Não surpreende a ninguém as baixarias e escândalos provocados pelo cidadão Cleitinho, que se ungiu tragicamente como senador da República por Minas Gerais”. A nota pública do Sindágua diz, ainda, que Cleitinho foi eleito pela falta de instrumentos eleitorais capaz de barrar aproveitadores. “Eleito na onda de fake news e da omissão de instrumentos institucionais fiscalizadores e disciplinadores eleitorais para barrar aproveitadores e irresponsáveis, que usam as redes sociais de forma irregular e ilegal como trampolim para manipularem a opinião pública e tirarem proveito político”, afirma o Sindágua.

A indignação do Sindágua contra Cleitinho foi motivada pelo fato de o senador não ter esclarecido que as tarifas são determinadas pela Arsae, agência reguladora controlada pelo Estado.  Para o Sindágua, Cleitinho está a serviço de Zema quando ataca a Copasa. “Cleitinho presta serviço de difamação com ataques sistemáticos à Copasa, como estratégia para atender interesse de Zema, que tenta privatizá-la, passando por cima da Constituição Mineira, que exige consulta à população através de plebiscito e 3/5 dos votos dos deputados para vender a empresa”, diz o Sindicato.

O Sindágua classifica Cleitinho de inescrupuloso a serviços de Zema. “O inescrupuloso é bolsonarista de primeira hora, tendo feito campanha e continua a serviço de Romeu Zema em seu propósito de vender as estatais mineiras, como a Copasa e a Cemig, não imputando ao governador a responsabilidade por lotear os cargos nestas empresas”, afirmou a nota do sindicato. “Não podemos ficar calados e omissos, não respondendo à molecagem a serviço dos entreguistas de Zema, que difama e dilapida estruturalmente a Copasa para vendê-la a preço de banana”, acrescenta.

PRIVATIZAÇÃO

A Copasa, assim como a Codemig e a Cemig, podem ser privatizadas caso o Regime de Recuperação Fiscal (RRF) do governador Zema seja aprovado pela Assembleia Legislativa de Minas. A oposição afirma que isso irá prejudicar os funcionários públicos e a população mineira. Zema, com respaldo da Assembleia, já mudou a Constituição do Estado e suprimiu o dispositivo que obrigava uma consulta pública para vender empresas do Estado.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram

 

 


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