O STF iniciou essa semana o julgamento que decidirá se abre ou não uma ação penal para tornar réus os 100 denunciados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Os primeiros julgamentos relativos aos atos antidemocráticos tiveram início na última terça-feira (18) e estão previstos para durar até as 23h59 da próxima segunda-feira (24), no plenário virtual, modalidade em que os ministros depositam seus votos eletronicamente, sem deliberação presencial.
Na madrugada desta quinta-feira (20) O plenário do STF formou maioria para tornar réus a primeira leva de cem bolsonaristas denunciados por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro, que culminaram na invasão e depredação das sedes dos três Poderes.
Até o fechamento desta reportagem, as 11h50, o placar já havia atingido seis a zero, o que permitiu a formação de maioria para transformar os acusados em réus. O relator das investigações, Alexandre de Moraes, foi o primeiro a votar contra os denunciados no dia 18 de abril. Ele foi acompanhado por Dias Toffoli, Edson Fachin, Cármen Lúcia, Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes. Os ministros André Mendonça, Nunes Marques, Rosa Weber e Luiz Fux ainda precisam apresentar seus votos, via plenário virtual do Supremo, até a próxima segunda-feira (24).
Outra sessão virtual já foi marcada pela ministra Rosa Weber, presidente do STF, para começar em 25 de abril, com mais uma leva de denunciados. A previsão é que todas as denúncias sejam apreciadas dentro de três meses.
Até o momento, a Procuradoria-Geral da República apresentou 1.390 denúncias, todas focadas nos executores e nas pessoas acusadas de incitar os atos. No total, 86 mulheres e 208 homens seguem encarcerados no sistema penitenciário do Distrito Federal.
DIVINÓPOLIS
Com a formação de maioria pelo STF, a artesã Andrea Maria Maciel Rocha e Machado, que foi presa em flagrante no dia 8 de janeiro, será a primeira pessoa de Divinópolis a ser transformada em réu pela participação nos atos terroristas. Andrea ainda não quis se manifestar sobre o caso.
A bolsonarista Andrea Maria Maciel é conhecida por participação na vida da cidade. Em janeiro de 2022, por exemplo, ela assinou com a Prefeitura o termo de cooperação e adotou o canteiro localizado na Rua Engenheiro Benjamim de Oliveira, no Bairro Esplanada. A partir da adoção, ela passou a ser responsável pelo paisagismo, com organização das plantas já existentes, poda de gramado, limpeza do local, substituição e pintura dos meiofios quebrados. Andrea também assumiu a liderança de uma associação fundada em favor dos direitos das famílias que perderam restos mortais de parentes no desmoronamento de parte do Cemitério da Paz.
Apesar de sua relevante participação social, a artesã terá que responder a vários crimes, após participar dos atos que chocaram o país no dia 8 de janeiro, quando bolsonaristas inconformados com a legítima vitória eleitoral do atual presidente Lula, cometeram as mais violentas cenas de vandalismo contra bens públicos já presenciadas no país.
MAIS 17 PESSOAS
Além de Andrea, outros 17 divinopolitanos também poderá ser transformados em réus pela participação no ataque terrorista aos Três Podres em 8 de janeiro. Outras 17 pessoas também foram presas em flagrante. São eles: Antonio Carlos de Souza, Edson Gonçalves, Ezequiel de Oliveira Souza, Marcio Rodrigues de Melo, Marco Afonso Campos dos Santos, Paulo Roberto de Souza, Renato Rodrigues de Melo, Vander Alves Dias, Willian Fonseca Amorim, Evandra do Rosário Souza, Juliana Marçal de Souza, Magda Eliana Lima, Maria de Lourdes Souza Grego, Odicéia Andrade Campos, Sirlei Aparecida Alves, Thayna Mhery Alves de Oliveira e Aucidia de Maria Jesus Souza.
Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram