Servidores da Farmácia da Prefeitura são ameaçados de morte; Polícia é chamada

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Servidores e usuários da Farmácia da Prefeitura viveram momentos de tensão no início da tarde desta segunda-feira (6). Três técnicos de enfermagem foram ameaçados de morte por um homem ainda não identificado. Os servidores Bruno Barbosa da Silva, Wagner Martins e Ruthe Rocha, relataram ao Portal do Sintram que uma mulher não identificada compareceu à Farmácia para retirar o medicamento Tocilizumabe, utilizado no tratamento de artrite reumatóide ativa, moderada a grave em pacientes adultos. Entretanto, a medicação que é fornecida pelo Estado e estava disponível, não pode ser entregue à paciente, uma vez que ela estava com o Laudo Médico Específico (LME) vencido.

O LME é um documento formal, onde o médico especialista descreve o resultados de exames e indica se há características de normalidade ou alterações no diagnóstico do paciente. Ele é exigido para a retirada de medicamentos específicos. Logo na entrada do setor de espera da Farmácia há o seguinte aviso: “A partir de 12/01/2023, de acordo com a legislação, não atenderemos receitas e LME que não estiverem datados pelo médico”. Como o documento da paciente não atendia à exigência, a medicação não poderia ser fornecida. Ela deveria retornar ao médico, atualizar o documento e retornar amanhã para retirar o medicamento.

Aviso na entrada da área de espera da Farmácia informa sobre as restrições diante do vencimento da data da LME

De acordo com o relato dos servidores, pouco depois entrou um homem que se identificou como marido da paciente. Transtornado, ele agrediu verbalmente aos servidores, gritando palavras de baixo calão, chamando-os de bando de sem vergonha e de vagabundos e logo a seguir os ameaçou de morte. O homem tentou agredir os servidores, além de ter causado pânico entre os usuários da farmácia. O servidor Bruno Barbosa, ainda assustado com o ocorrido, contou que o homem disse ter “marcado a cara” dos servidores e que iria pegá-los na rua.

SECRETÁRIO

O secretário municipal de Saúde, Alan Rodrigo da Silva, chegou pouco depois ao local para prestar solidariedade aos servidores e tomar as primeiras providências. Em tom indignado, o secretário afirmou que servidor público deve ser tratado com respeito. “Vamos tomar todas as medida cabíveis para isso nunca mais se repita numa unidade de saúde”, garantiu o secretário. Disse ainda que é possível identificar o agressor. “Estamos na expectativa de que alguma câmara tenha feito imagens e também identificamos o carro utilizado pelo homem, como também pelos nossos registros é possível fazer a identificação”, afirmou.

A Polícia Militar chegou ao local pouco depois do ocorrido. Os servidores foram ouvidos  e, de posse do boletim de ocorrência, da descrição do veículo e características dos suspeito, a PM saiu em rastreamento.

SEGURANÇA ARMADA

Essa não é a primeira vez que situações de violência são verificadas em unidades de saúde de Divinópolis. Em vários postos de saúde já foram verificadas situações semelhantes, nas quais a integridade física dos servidores é colocada em risco.

O secretário Alan Rodrigo disse ao Portal do Sintram, que a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) está estudando a possibilidade de contratar segurança armada para as unidades de Saúde. Ele relatou que a assessora administrativa e de interface jurídica da pasta, Sheila Salvino, já está trabalhando em um orçamento para avaliar a possibilidade da contratação do serviço armado. “É impensável você ter que usar segurança armada em uma unidade de saúde, mas as circunstâncias nos obrigam a colocar essa meta como uma de nossas prioridades”, finalizou o secretário.

SINTRAM

O Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram) se posicionou através do presidente Marco Aurélio Gomes, Lucilândia Monteiro. “O sindicato vai cobrar a administração para que sejam adotadas medidas de segurança em alguns setores da Prefeitura, principalmente no sistema de saúde. O servidor não pode ficar exposto dessa forma, ainda mais em local de grande movimento, como é o caso da Farmácia da Prefeitura. Vamos cobrar medidas efetivas, pois essa não é a primeira vez servidor sofre ameaças”, afirmou Marco Aurélio.

Apesar da tensão provocada pelo incidente, a Farmácia continuou funcionando normalmente. As 13h o movimento era normal e  o atendimento estava sendo feito com agilidade.

O Portal do Sintram não publicará fotos dos servidores vítimas da agressão para evitar exposição pública, uma vez que eles foram ameaçados de morte.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram

 

 


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