Bolsonaro tenta melar eleições e usa presidente do PL para contestar eficiência das urnas

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O presidente nacional do (PL), Valdemar Costa Neto, em entrevista tentou justificar o ato golpista patrocinado por seu partido (Foto: Agência Brasil)

O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, sucumbiu às ordens de Jair Bolsonaro e aceitou o papel de garoto de recado do presidente. Após a derrota nas eleições, além dos atos golpistas de bloqueio e interdições de vias patrocinados por empresários e políticos, Jair Bolsonaro vem pressionando o presidente do PL para contestar formalmente o resultado do pleito.

Nesta terça-feira (22) Costa Neto anunciou que o partido entrou com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para anular votos de cerca de 280 mil urnas eletrônicas usadas no segundo turno das eleições, no último dia 30 de outubro. O documento aponta que “em todas as 279.336 urnas eletrônicas dos modelos UE2009, UE2010, UE2011, UE2013 e UE2015, utilizadas no Segundo Turno das Eleições Gerais de 2022” foram verificadas inconsistências.

Segundo Costa Neto, laudo técnico de uma auditoria realizada pela entidade Instituto Voto Legal, contratada pelo PL, indica que foram constatadas evidências de mau funcionamento de urnas eletrônicas, por meio de eventos registrados nos arquivos logs de urna, que são os registros com dados dos equipamentos eleitorais. As falhas teriam ocorrido apenas no segundo turno das eleições, em cinco dos seis modelos usados.

PRIMEIRO TURNO

O que chama a atenção é que o partido de Bolsonaro contesta apenas o resultado do segundo turno. As mesmas urnas colocadas sob suspeita pelo PL foram usadas no primeiro turno. Entretanto, a ação do partido pede anulação somente da votação no segundo turno. No primeiro turno, com as mesmas urnas, o PL elegeu a maior bancada da Câmara, com 99 deputados, além de 14 senadores e vários governadores.

Na noite desta terça-feira, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ministro Alexandre de Morais, tomou a primeira medida para encerrar de vez a tentativa delirante do PL e de Jair Bolsonaro de melar o resultado das urnas. Morais determinou que o partido inclua na ação, em 24 horas, questionamento  também do resultado do primeiro turno. Com essa medida, Morais mata no nascedouro a mais uma tentativa golpista de Jair Bolsonaro, que desde o resultado das urnas não trabalhou mais. Permaneceu trancado no Palácio da Alvorada tendo como principal atividade conspirar contra a democracia. No início da tarde desta quarta-feira, logo após o PL cumprir sua ordem, Bolsonaro reapareceu.

“As urnas eletrônicas apontadas na petição inicial foram utilizadas tanto no primeiro turno, quanto no segundo turno das eleições de 2022. Assim, sob pena de indeferimento da inicial, deve a autora aditar a petição inicial para que o pedido abranja ambos os turnos das eleições, no prazo de 24 horas”, decidiu o ministro.

Reportagem: Jotha Lee
Com informações do STF

 

 

 


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