Vereador Flávio Marra ataca Clube dos Servidores e faz acusações sem apresentar provas

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O vereador Flávio Marra (Patriota), que tem se notabilizado por seus frequentes ataques aos servidores públicos municipais de Divinópolis, voltou a atacar essa semana. Na sessão da Câmara da última terça-feira (31/08) o vereador voltou sua metralhadora giratória para a diretoria do Clube dos Servidores Municipais (CMS), com ênfase ao presidente João Aparecido Ribeiro, que é servidor lotado na Secretaria Municipal de Obras.

O ataque do vereador se originou por seu desconhecimento ao Estatuto do Clube. Marra questionou o porquê trabalhadores de empresas terceirizadas, que prestam serviços à Prefeitura e à Câmara, não têm direito a cota do que ele chamou “clube da Prefeitura”. Se conhecesse o estatuto do Clube, o vereador já teria a resposta: “O clube compõe-se de um número ilimitado de sócios, sem distinção de qualquer espécie, devendo, entretanto, ser servidor municipal de Divinópolis, ativo ou aposentado, ou possuir vínculo contratual direto com o município, facultada a admissão de outras pessoas mediante vínculo temporário, cujo número será limitado e terá regulamento próprio”, diz o artigo 3º do Estatuo do Clube.

Flávio Marra sugeriu que no clube sempre se dá “um jeitinho” e, sem apresentar nenhuma prova, disparou: “A gente sabe que aí no clube é uma farra do boi gordo. A gente sabe que se você der um jeitinho, patrocinar um time, você entra como sócio, mas tem que pagar R$ 600. A gente sabe que gente da sua família [referindo-se ao presidente] toma conta do administrativo e ganha alto salário aí no clube”.

Marra disse ainda que já enviou vários ofícios pedindo informações e não obteve resposta e ameaçou: “Se o senhor [presidente João Aparecido] não me responder, eu vou denunciar ao Ministério Público e se não adiantar, eu vou pedir uma CPI para investigar tudo de errado que tem aí no clube. Tem muito caroço debaixo desse angu e eu não tenho medo”.

RESPOSTA

Em resposta ao vereador, o presidente do Clube dos Servidores enviou ofício à Câmara, que foi lido em plenário na sessão desta quinta-feira (2). João Aparecido lembrou que, ao contrário do que afirmou o vereador, não se trata de um clube da Prefeitura e, sim, como o nome indica, o clube é dos servidores. Disse ainda que o clube foi construído com o único objetivo de proporcionar lazer e entretenimento à família e ao servidor público municipal e Divinópolis.

“Lamentamos que o vereador não tenha procurado se inteirar do assunto (…) antes de colocar em dúvida nossa idoneidade moral”, disse o presidente do CSM. Ele também desmentiu as afirmações do vereador sobre os pedidos de informações, garantindo que até a última terça-feira não havia recebido nenhuma solicitação do gabinete de Flávio Marra. “O vereador se equivoca ao comparar o servidor terceirizado com o servidor municipal, aquele que possui vínculo com administração direta e indireta, a quem o estatuto garante filiação ao Conselho dos Servidores Municipais”, esclareceu João Aparecido.

O presidente do CSM esclareceu, ainda, que o clube é dirigido por um Conselho Diretor, que é fiscalizado por um Conselho Fiscal, além de uma Comissão de Sindicância, todos eleitos pelos filiados. “Não existe nenhuma farra do boi gordo e muito menos ainda se dá um jeitinho para filiação ao quadro social, havendo, sim, uma atuação estritamente dentro do estatuto social”, afirmou João Aparecido.

“Quanto aos terceirizados, cumpre informar que é antiga a reivindicação para inscrição no quadro social, porém o estatuto exige o vínculo direto do servidor com o município, o que não ocorre nesse caso, posto que as contratações são feitas pelas empresas que prestam serviços à Prefeitura e à Câmara”, esclareceu o presidente do CSM. Ele disse ainda que já foram feitas várias tentativas de mudança no estatuto para permitir a filiação de terceirizados, porém as propostas sempre foram rejeitadas pela assembleia geral que delibera a respeito.

João Aparecido esclareceu, ainda, que os membros da Diretoria do clube, em sua maioria, são sócios fundadores e que não recebem nenhuma vantagem, a qualquer título, para o exercício do cargo.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram
Credito Foto: Comunicação Sintram

 

 


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