No início desse mês, o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Warlon Carlos Elias, protocolou uma denúncia no Ministério Público contra o prefeito de Divinópolis, Gleidson Azevedo (PSC), a vice-prefeita, Janete Aparecida (PSC) e o secretário municipal de Saúde, Alan Rodrigo da Silva, pela condução da pandemia do coronavirus. Segundo o Conselho, ação do Executivo, representado pelos três denunciados, contribui para o aumento do número de casos e mortes pelo coronavirus na cidade.
Após a medida, o presidente do Conselho passou a sofrer ameaças de apoiadores do prefeito, situação que se agravou na semana passada, após uma transmissão em redes sociais feitas pelo prefeito Gleidson Azevedo e pelo vereador Flavio Marra. Apesar dos números altamente negativos divulgados pela própria Prefeitura, dando conta do aumento do ritmo de contágio de 26 para 28 pontos na região de Divinópolis, o prefeito continua defendendo a abertura da cidade.
Em nota publicada na sexta-feira passada, a Prefeitura reafirmou a grave situação da cidade: “A Prefeitura de Divinópolis continua pedindo a todos que, sempre que possível, permaneçam em isolamento social, quando sair de casa que respeitem o distanciamento, não façam festas e demais comemorações, que respeitem o decreto de Onda Roxa, utilizem máscaras e façam higiene frequente das mãos. Somente com a união de todos, é que a situação pode melhorar. Fiquem em casa e só saiam para o que for absolutamente essencial”, diz a nota.
Apesar do posicionamento da própria Prefeitura, durante a transmissão ao vivo da semana passada, o prefeito e o vereador Flávio Marra defenderam a abertura do comércio e transferiram a responsabilidade de todas as medidas ao governo do Estado e ao Conselho Municipal de Saúde. Após esse posicionamento, as ameaças contra Warlon Carlos Elias aumentaram e ele registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil.
“Compareceu a esta DEPOL, no plantão, o Sr. Warlon, onde relata que está recebendo ameaças de diversas pessoas por todos os meios de comunicação, entre elas, ligações por WhatsApp, Facebook, etc. – Segundo Warlon, estas ameaças começaram quando o prefeito de Divinópolis, Gleidson Azevedo juntamente com o vereador Flavio Marra. postaram um vídeo em diversas mídias responsabilizando o Conselho Municipal de Saúde por fechar o comércio da cidade – Warlon diz estar indignado pelo fato de o prefeito indiretamente responsabilizar o Conselho Municipal e não o Governador de Minas Gerais, que foi responsável pela ação. Afirmou ainda que o prefeito divulga que o Conselho é seu opositor político – Warlon cita também um vídeo postado por Joe Augusto no Facebook onde o responsabiliza pelo fechamento do comercio e fornece o seu endereço virtual fazer incitações para que a população o ataque virtualmente”, diz o texto da representação feita por Warlon Elias na Delegacia de Polícia.
CONCENTRAÇÃO
Na sexta-feira, passou a circular na internet uma convocação para uma carreata com concentração na Praça da Bíblia no Bairro São José para depois os manifestantes seguirem até a residência de Warlon Elias. Segundo o site Divinews, na manhã de sábado (17), cerca de 10 veículos se concentraram na Praça da Bíblia apareceram uns 10 veículos, porém os manifestantes desistiram de seguir para residência do presidente do Conselho Municipal de Saúde, já que três viaturas da Policia Militar estavam no local para evitar tumulto e garantir a integridade física do presidente de Warlon Carlos Elias.
NOTA OFICIAL
No início da tarde desta segunda-feira (19), a Prefeitura de Divinópolis divulgou nota oficial sobre os ataques ao presidente do Conselho de Saúde e também à vereadora Lohanna França e a ex-candidata a prefeita, Laiz Soares. Elas também foram alvo de ataques em redes sociais.
Veja a íntegra da nota divulgada pela Prefeitura
“O Município de Divinópolis vem a público esclarecer que não comunga com os ataques e fakes news sofridos pela vereadora Lohanna França, por Warlon Carlos Elias, presidente do Conselho Municipal de saúde e pela candidata à prefeita nas últimas eleições, Laís Soares.
É importante ressaltar que as manifestações que ferem o princípio da legalidade e a democracia não estão de acordo com os ideais da atual gestão.
Esclarecemos que foi uma decisão liminar, em ação impetrada pelo Estado de Minas Gerais, que ficou determinada a suspensão do decreto e da Nota Explicativa que flexibilizava a Onda Roxa na cidade de Divinópolis.
Deixamos claro que o princípio da transparência e publicidade serão sempre as primícias desse governo”.
Reportagem: Jotha Lee
Com informações do Divinews