Violência nas unidades de saúde amedronta servidores municipais de Divinópolis e Prefeitura pode apelar para segurança armada

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No dia 6 desse mês servidores da Farmácia Municipal foram ameaçados de morte (Foto: Jotha Lee/Sintram – 06/02/2023)

Os inúmeros casos de violência que vêm sendo registrados no sistema público de saúde administrado pela Prefeitura de Divinópolis, deixaram os servidores de todas as unidades amedrontados e em permanente estado de alerta. Nos três últimos anos foram registradas invasões e depredações em unidades de saúde, além de agressões e ameaças a servidores. Os dois casos mais recentes ocorreram na Farmácia Municipal, no início desse mês, e na última quarta-feira (22), no Centro de Atenção Psicossocial (Caps III), no Serviço de Referência em Saúde Mental (Sersam). O Caps III trabalha com pessoas que sofrem de transtorno mental e necessitam estabilizar o estado psíquico.

FARMÁCIA

No dia 6 desse mês, a Polícia Militar foi chamada na Farmácia Municipal, onde três técnicos de enfermagem foram ameaçados de morte. Na ocasião, o secretário municipal de Saúde, Alan Rodrigo da Silva, compareceu ao local logo após o incidente e garantiu que medidas de segurança seriam tomadas. Informou que o homem responsável pela ameaça seria responsabilizado. Após o incidente, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) não divulgou nenhuma nova informação sobre o caso.

SERSAM

Na última quarta-feira (22), uma médica psiquiatra foi agredida por uma paciente no Sersam, ao ser comunicada de que ela receberia alta. A paciente não concordou com a avaliação da profissional e agrediu a médica com socos e chutes, chegando a jogá-la no chão.

Após a agressão, a Semusa se limitou a divulgar uma nota pouco esclarecedora  e sem anunciar nenhuma medida ou estudo para dar mais segurança aos servidores do sistema de saúde. Na nota, a Semusa se limita a relatar e repudiar o caso.

“A Prefeitura de Divinópolis, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), repudia o incidente ocorrido na tarde de ontem (22/2) no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) III, Serviço de Referência em Saúde Mental (Sersam), onde uma servidora, médica psiquiatra, foi objeto de agressões verbais e físicas por parte de usuária do serviço”, diz a nota.

Segundo a nota, “a médica, em cumprimento das funções, comunicou a proposta de alta à paciente, já que o quadro psíquico desta era estável. No entanto, a usuária não aceitou a alta médica do serviço e agrediu a médica a socos e chutes, atirando-a ao solo e continuando com as agressões”.

Na nota, a Semusa admite o crescente aumento na violência.  “À medida que a saúde se judicializa, e a linha entre casos de segurança pública e aqueles de saúde se afina, situações em que agressividade e violência se confundem com sinais e sintomas de transtornos mentais têm-se tornado mais frequentes. A presença de diagnóstico psiquiátrico não absolve as pessoas da responsabilidade pelas consequências dos atos, que são proporcionais à crítica que a pessoa tem com relação à situação e às ações. O Caps III repudia o fato e solidariza-se com a profissional agredida. Os procedimentos adequados foram seguidos”, afirma a Semusa.

SEGURANÇA ARMADA

Logo após o incidente ocorrido na Farmácia Municipal no dia 6 desse mês, o secretário Alan Rodrigo afirmou que a Semusa está estudando a possibilidade de contratar segurança armada para as unidades de Saúde. Ele relatou que a assessora administrativa e de interface jurídica da pasta, Sheila Salvino, já está trabalhando em um orçamento para avaliar a possibilidade da contratação do serviço armado.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram

 

 


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