Com o sistema de saúde pressionado e o crescimento da notificação de novos casos da covid-19, Divinópolis chegou a 450 vidas perdas desde o início da pandemia e ainda há 12 mortes em investigação. Nesta quarta-feira (9) a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) confirmou a morte de mais cinco divinopolitanos vítimas da covid-19.
A cidade também ultrapassou a marca dos 70 mil casos notificados. De acordo com o último boletim epidemiológico da Semusa, já são 70.965 notificações, o que significa que 29,51% da população já foi contaminado pelo vírus ou apresentou algum sintoma da doença. Os casos confirmados chegaram a 13.860, sendo 6.457 homens e 7.403 mulheres.
Na rede hospitalar, 93 pacientes estão internados em unidades de terapia intensiva, sendo 58 de Divinópolis e 35 de outros municípios. A taxa de ocupação de leitos em UTI em toda a rede de saúde é de 83,8%. Em enfermarias, são 109 pessoas internadas, com ocupação de 64,1%
UPA PADRE ROBERTO
Para complicar ainda mais a situação na cidade, a vigilância Sanitária interditou na noite desta quarta-feira (9), o CTI Adulto da UPA Padre Roberto, ao mesmo tempo em que lavrou uma intimação para que a situação seja regularizada no prazo de 12 horas. De acordo com o auto de intimação, foram encontradas irregularidades no sistema de ar comprimido da unidade, em consequência da alta demanda de pacientes intubados. Com a interdição, o CTI, que tem quatro leitos vagos, não poderá receber novos pacientes até que as irregularidades sejam sanadas.
Com a notificação, além da proibição de internação em leitos de UTI adulto, os pacientes que se encontram internados serão reavaliados pela equipe médica e de fisioterapia, e deverá ser emitido um relatório demonstrando as condições clínicas dos pacientes, podendo ser solicitadas as transferências de internados.
ENTREVISTA COLETIVA
Em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (10) a Prefeitura se posicionou sobre a interdição do CTI adulto da UPA. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), a inspeção na UPA foi realizada por determinação da administração, após denúncia formulada pela Comissão de Saúde da Câmara Municipal.
Na entrevista, da qual participaram o prefeito Gleidson Azevedo (PSC), Erika Camargos, diretora da Vigilância em Saúde e Leandro Mendes, e o procurador geral do município, a Semusa informou que questionamentos apresentados pela Comissão de Saúde da Câmara Municipal apontavam para a possível ocorrência de falta de medicamentos, notadamente aqueles destinados a sedação de pacientes, situação que estaria demandando a utilização de medicamentos substituto que não figurariam como primeira alternativa bem como a utilização de oxigênio em concentração superior à queda indicada para o suporte ventilatório dos pacientes.
Ainda segundo a Semusa, no relatório emitido pela Vigilância Sanitária do município, foi confirmada a ocorrência da utilização da medicação substitutiva, sobretudo da escassez dos fármacos destinados à intubação em decorrência do grande aumento da demanda em escala global.
Por ser a prescrição e utilização de medicamentos, uma decisão de cunho eminentemente técnico, e resguardado pelo ato médico, e não tendo a Vigilância Sanitária, a competência para interferir nas feridas condutas, as autoridades sanitárias responsáveis pela atuação da unidade, oficiaram ocorrido ao Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, para fins de apuração da adequação da prática adotada na UPA Padre Padre Roberto.
]Quanto a utilização de oxigênio, a Vigilância Sanitária lavrou ato de infração e termos de intimação, concedendo a entidade gestora da unidade um prazo de 12 horas para avaliação de todos os pacientes que se encontram em uso de oxigênio e comunicar a central de regulação de leitos, eventual necessidade de transferência de pacientes em decorrência da falta de estrutura da rede de gatos para atendimento do quantitativo de leitos, hoje existentes no Hospital de Campanha. Todo resultado da avaliação demandada deverá ser apresentado através de relatório que será analisado pelos técnicos da Vigilância Sanitária.
O Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (IBDS), responsável pela gestão da UPA, foi intimado sobre irregularidades, com prazo fixado para as regularizações, portanto, não houve interdição do Hospital de Campanha. A intimação determina a não internação de mais pacientes, mas, estes, serão prontamente atendidos e, caso não seja possível lhes dar os atendimentos adequados, eles serão transferidos para o local indicado pela Central de Regulação de Leitos. A situação permanecerá assim até a solução das irregularidades. Ficou definido ainda que uma auditoria será realizada na UPA.
O IBDS se comprometeu a solucionar todos problemas, no máximo até sábado (12/06), o que fará com que a população seja atendida perfeitamente. Os pacientes continuarão a ser atendidos no Hospital de Campanha da UPA. Eles serão recebidos, atendidos, estabilizados e, imediatamente, a IBDS deverá comunicar a Central de Regulação para providenciar o local adequado para internação, quando necessário.
Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram