Vereador pede o fim da terceirização na UPA e critica atitude passiva da Câmara e do Município

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VEREADOR CÉSAR TARZAN: “Enquanto não impedirmos a terceirização da saúde, vamos continuar discutindo mortes (Foto: Reprodução/TV Câmara)

Pela primeira vez um vereador questionou de forma veemente o ponto determinante para o caos instalado na saúde pública de Divinópolis, especialmente no caso da UPA Padre Roberto Cordeiro (UPA 24h): a terceirização. Ao contrário dos costumeiros discursos que questionam a gestão da UPA, o vereador César Tarzan (Republicanos) atacou o modelo de gestão da unidade. O vereador se pronunciou pouco depois do depoimento dado por Juliana Pinto, mãe da menina Thallya, que morreu na última sexta-feira na unidade.

“Nós esperamos chegar a um ponto que não tem mais jeito. Quando eu digo nós, eu falo do Legislativo e do Executivo, sim, porque esse é o compromisso que nós fazemos na campanha [política], o [nosso] juramento”, disparou César Tarzan.  Em seguida, o vereador entrou na questão da terceirização, assuntos que a Câmara e a Prefeitura estão jogando embaixo do tapete.

O Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram), através do seu presidente Marco Aurélio Gomes e de toda a diretoria, alerta há anos sobre os malefícios da terceirização, que vão desde a precarização dos serviços, passam pelo desrespeito aos funcionários terceirizados e culminam com um alto preço pago pelo cidadão. A UPA é o pior exemplo da falência da terceirização no serviço público. Desde sua inauguração, em 2014, foi adotado esse modelo de gestão e as três entidades contratadas nesses 10 anos, são alvos de investigações, inquéritos policiais e denúncias de fraudes e descaso no atendimento.

“Terceirizar a saúde é prejuízo. A empresa que ganha a licitação para administrar a UPA quer ter lucro. O município não. O município tem que prestar um serviço de qualidade. A administradora anterior [da UPA] teve o mesmo problema. Teve CPI, mas saiu ela e entrou outra e é a mesma coisa”, discursou Tarzan. “Enquanto nós não trabalharmos para impedir a terceirização da saúde, entra ano e sai ano, nós vamos estar discutindo a mesma coisa, mortes”, declarou o vereador do Republicanos.

César Tarzan foi ainda mais longe. “E a culpa [das mortes] é sempre das empresas, que na maioria das vezes ninguém sabe quem é o dono, mudam de novo o dono quando congestiona o CNPJ das empresas. O caminho é não deixar terceirizar. O município tem que ser responsável pela administração da UPA e prestar um serviço de qualidade sem visar lucro”, finalizou.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram


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