Tribunal de Contas de Minas usa inteligência artificial para fiscalizar prefeituras e câmaras municipais

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Luciana Canaan, técnica do TCE-MG, durante evento de apresentação da inteligência artificial (Foto: Vinicius Dias/TCE-MG)

O Tribunal de Constas de Minas Gerais (TCE) é o órgão de controle de contas públicas com mais órgãos e entidades fiscalizadas no Brasil. São mais de 18 mil CNPJ’s sob a jurisdição da Corte de Contas mineira, que agora utiliza a inteligência artificial para ampliar o controle. “A inteligência artificial foi fundamental para que o Tribunal conseguisse fazer a busca ativa dessas entidades”, diz a assessoria de comunicação. Com a ferramenta CAJU (Classificador Automático de Jurisdicionados), o TCE saltou de pouco mais de 3 mil jurisdicionados em 2017 para quase 12 mil em 2018. Em 2023, já são 18.040 órgãos e entidades públicas fiscalizadas pelo Tribunal.

“A ferramenta coleta os CNPJs de sistemas internos e bases de dados externas, como a Receita Federal e o SABPO (CNPJs de entidades estaduais), e faz a classificação entre grupos (estadual ou municipal) e tipos de entidades, como prefeitura, secretarias municipais ou fundos”, explica Luciana Canaan, coordenadora do Laboratório de Análise de Dados do TCEMG.

O CAJU foi 100% criado pelo Laboratório de Análise de Dados da Diretoria de Fiscalização Integrada e Inteligência do TCE. “O coração da ferramenta está nos modernos modelos de Processamento de Linguagem Natural (PLN), que são capazes de entender, interpretar e extrair significado de textos, convertendo a linguagem humana em dados compreensíveis pelos computadores”, explicou Canaan.

A inteligência artificial é capaz de analisar uma enorme quantidade de informações em um curto período, identificando padrões, conteúdos e contextos para atribuir a cada caso a categoria correspondente. “O CAJU utiliza essa capacidade para realizar a triagem e a classificação ágil e precisa dos jurisdicionados. A precisão do CAJU é notável, uma vez que sua capacidade de aprendizado contínuo permite aprimorar-se constantemente a partir de novos dados e feedbacks, resultando em decisões mais consistentes e minimizando erros a cada nova execução”, concluiu a coordenadora.

A região central do Estado comporta mais de 4,4 mil entidades fiscalizadas pelo TCE. O Sul de Minas, com 2,6 mil, a Zona da Mata, com 2,5 mil, e o Norte de Minas, com 2 mil, vem na sequência.

CENTRO-OESTE

De acordo com o TCE, na Região Centro-Oeste do Estado, onde está Divinópolis e todos os municípios da base do Sintram, está uma população de 1.120.202 pessoas distribuídas em 56 municípios, todos com prefeituras, câmaras municipais, autarquias e vários outros segmentos fiscalizados pelo órgão.

Em relação aos tipos de entidades, destaque para as Caixas Escolares, com 8.590 CNPJs cadastrados. Na sequência, estão os fundos municipais (3.635), secretarias municipais (1.032), câmaras municipais (857) e prefeituras (853). No Estado, são 588 sociedades de economia mista, 153 secretarias e 117 empresas públicas.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram
Com informações do TCE-MG

 

 


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