Somente de abril até a metade do mês de julho deste ano o robô Solaris, criado exclusivamente para atender as demandas do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG), conseguiu evitar mais de R$ 627 milhões em licitações irregulares. Já o Alice, robô criado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e utilizado pelo TCE mineiro, conseguiu impedir mais de R$ 400 milhões em irregularidades. Os robôs são tecnologias através das quais permite-se o rastreamento de irregularidades com mais precisão.
Juntos, os dois robôs conseguiram rastrear mais de 10 mil licitações e selecionar cerca de 1.500 com possibilidade de erro. Após a análise dos auditores do TCE, foram confirmadas 159 irregularidades em 115 municípios mineiros.
Segundo os dados apresentados pela Diretoria de Fiscalização Integrada e Inteligência do Tribunal de Contas Mineiro, todas prefeituras notificadas já responderam às instruções do TCE, procuraram resolver as pendências e, principalmente, buscaram regularizar os procedimentos de compra.
O coordenador de Operacionalização de Trilhas Eletrônicas de Fiscalização, Fábio Dias Costa, considerou positivo os resultados apresentados pela inteligência artificial e destacou que o objetivo dos robôs não é evitar os gastos públicos e sim, regularizar os processos licitatórios, impedindo, com isso, que os municípios cometam erros e tenham prejuízos.
“O intuito dessas ações de fiscalização é de melhorar a qualidade do gasto público, melhorar a gestão e fazer com que os processos licitatórios sejam realizados da melhor forma ao interesse público, sem restrição de competitividade, sem limitação a marcas, fornecedores ou participantes”, disse o analista.
A polêmica dúvida quanto à utilização da inteligência artificial e a substituição da mão de obra humana, também foi comentada por Fábio Dias. Ele deixou claro que, nas ações do TCE, os robôs trabalham apenas dando suporte de organização e processamento de dados, não limitando o trabalho da inteligência humana.
“O uso da inteligência artificial deve ser um facilitador do auditor. Nós trabalhamos com uma base de dados muito grande, que seria humanamente impossível analisar todos os dados referentes às ações por um auditor humano em tempo real. Então, a utilização dos robôs permite uma filtragem e uma análise mais assertiva”, explicou.
Com informações do TCE-MG