A Prefeitura de Divinópolis começa a tomar medidas para evitar uma nova epidemia de dengue, a exemplo do que ocorreu nos dois últimos anos. O último levantamento do índice de infestação do mosquito transmissor da doença apresentado na última sexta-feira (17) indicou que o município está sob alto risco de uma nova epidemia da doença. Segundo a Vigilância em Saúde Ambiental, o índice médio de infestação foi de 6,6. De acordo com o Ministério da Saúde, o índice satisfatório vai de zero a 0,9, entre 1 e 3,9 representa média infestação, já a partir de 4 caracteriza-se alto risco de uma epidemia.
Segundo a Vigilância, 88% dos focos foram encontrados nas residências e 12% em lotes desocupados. Chama a atenção o fato de que o descarte irregular de lixo representa o maior perigo, já que 42,8% dos focos estavam em recipientes passíveis de remoção, como embalagens plásticas, latas, garrafas e pneus, enquanto 35% foram encontrados em bebedouros de animais, pratos e vasos de plantas. Já 9,9% estavam em locais de armazenamento de água para consumo humano, como caixas d’água, tanques, poços, tambores e manilhas e 11,2% dos focos estavam em ralos, caixa de passagem, sanitários em desuso e fontes ornamentais.
MORTES
De janeiro de 2023 a dezembro de 2024, 28 pessoas morreram em Divinópolis vítimas da dengue. Em 2023 foram 8.550 casos confirmados de dengue. Esse número dobrou no ano passado, quando foram registrados 17.517 casos da doença.
Embora Divinópolis esteja sob alto risco de dengue, a Prefeitura ainda não está divulgando os boletins regulares sobre a evolução da doença em 2025. De acordo com a Vigilância em Saúde, nas duas primeiras semanas desse ano foram feitas 14 notificações de dengue, não havendo ainda confirmação de nenhum caso. Já a Chikungunya apresentou quatro notificações e um caso confirmado.
AGENTES DE SAÚDE
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram), Marco Aurélio Gomes, já foi comunicado que uma das medidas a serem adotadas pela Prefeitura para conter o avanço da dengue, será estender o trabalho dos agentes de saúde aos sábados. Ainda não foi feito um cronograma de como essa medida vai funcionar, porém os agentes deverão trabalhar durante quatro horas aos sábados visando principalmente visitar as residências que ficam fechadas durante a semana, em função de a família encontrar-se no trabalho.
“A gente ainda não sabe como será o esquema, mas haverá uma regra definida pela administração e o trabalho dos agentes nos fins de semana será compensado, não acarretando nenhuma perda e nenhum excesso de carga horária para a categoria. E o sindicato vai acompanhar como será feito esse processo para que os trabalhadores tenham preservadas todas as suas garantias. O Sintram reforça para a população atender aos agentes de saúde, deixar que eles vistoriem suas casas e seus quintais, porque esse trabalho é fundamental para a gente não passar pelas dificuldades que passamos nos dois últimos anos”, declarou Marco Aurélio Gomes.
Reportagem: Jotha Lee
Sintram Comunicação