Funcionária comissionada do Centro de Atendimento ao Cidadão tenta impedir ação do Sindicato

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram), Marco Aurélio Gomes, acompanhado de membros da diretoria, está realizando essa semana visitas a vários departamentos da Prefeitura. As visitas fazem parte dos preparativos para a assembleia geral extraordinária marcada para o próximo dia 12, as 18h, no auditório do Sintram, ocasião em que os servidores municipais poderão votar a proposta de greve por tempo indeterminado.
“Estamos encontrando servidores revoltados com a situação na Prefeitura, seja pela questão salarial, relacionamento com chefias e condições de trabalho. A categoria já está chegando ao seu limite e isso a gente pode observar na conversa durante as visitas”, relata o Diretor Financeiro do Sintram, Elder Cássio Ferreira Quadros.
A categoria está em estado de greve após o prefeito Gleidson Azevedo (Novo) ignorar as decisões aprovadas em assembleia, além de ter recusado o pedido de uma reunião com o Sintram para discutir as reivindicações que constam da pauta da campanha salarial. “A administração trata o servidor com total menosprezo. Pedimos uma reunião com o Executivo para abrir uma mesa de negociação no dia 24 de janeiro e nem obtivemos resposta. Quando o prefeito e sua equipe ignoram e desrespeitam o sindicato, os atingidos são os servidores, que hoje acumulam uma perda salarial gigantesca, um vale alimentação vergonhoso, além de enfrentar situações de assédio e péssimas condições de trabalho”, destaca Marco Aurélio Gomes.
Nesta quinta-feira (6) os diretores do Sintram tiveram uma demonstração da forma como ocupantes de cargos comissionados que não são efetivos desdenham dos servidores de carreira. Durante uma visita ao Centro de Atendimento ao Cidadão (CAC) uma funcionária comissionada tentou impedir os diretores do Sintram de afixar no local uma convocação para a assembleia do próximo dia 12. Os representantes do Sindicato ignoraram a ameaça, porém antes de deixar o CAC, ouviram da comissionada que o aviso seria rasgado.
“A truculência está presente em todos os setores do governo. O servidor continua trabalhando com eficiência pelo comprometimento que a categoria tem com sua função, não pelos patrões temporários que ocupam a Prefeitura. Vamos continuar trabalhando e nos esforçando para uma relação civilizada com o Executivo, porém se o servidor entender que a greve é a única saída, o sindicato acatará a decisão”, afirmou o presidente do Sintram.
2016

Marco Aurélio Gomes lembrou a grande greve de 2016, quando centenas de servidores aderiram a uma greve que durou 38 dias. “Aquela greve deve servir como inspiração aos servidores de que o slogan “unidos somos mais fortes” não é apenas uma peça de propaganda sindical. É a realidade. Milhares de servidores foram para as ruas e mostramos a nossa força”, declarou.
Ele lembra, ainda, que foram feitas dezenas de tentativas por parte do então prefeito Vladimir Azevedo de esvaziar o movimento. “Todo mundo se lembra que em 2016 enfrentamos uma administração autoritária e truculenta, como estamos enfrentando hoje. Houve muitas tentativas de desmobilizar a categoria, como estamos enfrentando hoje. Mas a união de todos permitiu recuperar muitos direitos que poderiam ter sido perdidos. Infelizmente nada mudou nos últimos anos, temos que reagir”, concluiu o presidente.
Reportagem: Jotha Lee
Sitnram Comunicação