No início do mês de maio, o prefeito da cidade de Bom Despacho, Bertolino da Costa Neto (Avante), assinou o decreto 8.968, determinando “a retomada das aulas presenciais nos estabelecimentos públicos e privados de ensino e também a retomada do transporte escolar”. Com os professores ainda sem receber a vacina contra a covid-19, bem como os alunos e a maioria dos pais, imediatamente após receber denúncias das condições inadequadas da rede escolar, o Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram) se posicionou contra a medida.
No dia 19 de maio, a presidente do Sindicato, Luciana Santos, acompanhada do vice-presidente Wellington Silva, se reuniu com o prefeito Bertolino da Costa, para tentar reverter a decisão. Na ocasião, os sindicalistas alertaram que os profissionais e a população estão sendo expostos a alto risco de contágio com essa medida. Apesar do pedido do Sindicato para que a decisão fosse revista, o prefeito garantiu que há condições para que os professores retornem às aulas presenciais.
VISTORIA
Com a retomada das aulas presenciais mantidas, nesta terça-feira (01/06), o vice-presidente do Sintram, Wellington Silva, acompanhado do diretor jurídico do Sindicato, Antônio Leonardo, retornou a Bom Despacho para uma inspeção nas escolas da rede municipal. Durante a visita, os sindicalistas vistoriaram as escolas Coronel Praxedes, Dona Duca, João Dornas Filho e Flávio Cançado Filho, que atendem a 40% da rede escolar da cidade.
Ao contrário do que garantiu o prefeito, as escolas apresentam muitas deficiências na segurança sanitária de professores, pais e alunos. Os dirigentes do Sintram apuraram que a Prefeitura não está fornecendo máscaras aos trabalhadores, que são obrigados a custear o item básico de segurança. O único equipamento de proteção individual fornecido pelo município foi o protetor facial. O Sintram observou, ainda, que a na escola Dona Duca a ventilação está comprometida, uma vez que as janelas estão emperradas, não sendo possível abri-las na sua totalidade.
O sindicato observou que o fornecimento de álcool gel está adequado, com o produto sendo disponibilizado em todas as salas, corredores e entrada da escola. Também tapetes sanitizantes estão disponíveis nos acessos aos prédios escolares.
“O prefeito nos garantiu numa reunião que havia todas as condições sanitárias para o retorno dos professores às aulas presenciais, mas não foi exatamente isso que encontramos nessa vistoria. Vamos oficiar novamente o prefeito para que sejam imediatamente providenciados os equipamentos de proteção individual, além do cumprimento efetivo de todas as medidas que garantam a saúde de professores e alunos”, declarou o vice-presidente Wellington Silva.
Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram