
O Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram) convocou assembleia geral extraordinária dos servidores municipais de Divinópolis para votar indicativo de greve. A assembleia está marcada para as 17h45, na primeira chamada, e 18h, em segunda chamada, do dia 12 de março, no auditório do Sintram. A convocação foi motivada pelo descaso do Executivo, que ignorou o pedido de uma reunião de negociação feito pelo Sintram há mais de um mês.
ENTENDA – No dia 23 de janeiro, em assembleia, os servidores lançaram a campanha salarial 2025. Entre as principais reivindicações, a categoria pleiteia 20% de aumento salarial, para cobrir parte das perdas dos últimos 10 anos, e equiparação do vale alimentação ao benefício pago pela Câmara Municipal. Os servidores da Prefeitura recebem hoje o valor diário de R$ 15 pelo vale alimentação, enquanto a Câmara paga R$ 32.
No mesmo dia ficou pronto o Decreto 16.470/2025 que concedeu revisão de 7,52%, mais o vergonhoso aumento de R$ 1 no vale alimentação. O texto do Decreto ficou pronto as 11h29 do dia 23, seis horas antes da assembleia dos servidores. O documento foi assinado as 12h52 pelo procurador Leandro Luiz Mendes e as 15h26 pelo secretário de Governo Matheus Tavares. O prefeito assinou o Decreto no dia 24, as 8h53, quando o documento já estava publicado no Diário Oficial.
No início da tarde do dia 24, o presidente do Sintram, Marco Aurélio Gomes, protocolou ofício na Prefeitura, solicitando uma reunião com o Executivo para discutir as reivindicações aprovadas pelos servidores na assembleia realizada no dia anterior. Passados 33 dias do protocolo, a administração não deu nenhuma resposta ao Sindicato. Em entrevista concedida na manhã desta quinta-feira (27) à Rádio Minas, Marco Aurélio Gomes confirmou a convocação da assembleia. “Como não recebemos nenhuma resposta da equipe do prefeito, convocamos a assembleia para votar um indicativo de greve ou uma paralisação, para forçar o governo a uma negociação com a categoria”, informou o presidente.
De acordo com Marco Aurélio Gomes, o que o sindicato e os servidores querem é negociar com o Executivo. “A greve é a única arma que a gente tem. Depois que fracassam todas as tentativas de negociação, é hora de a categoria ir pra luta. Estamos passando por um arrocho salarial, um vale refeição defasado, denúncias de assédio moral que não param de chegar, então é preciso que a administração aceite uma mesa de negociação para ouvir as demandas da categoria”, afirmou o presidente.
PERDAS
Tomando por base os últimos 10 anos, a partir da oficialização do IPCA/Ipead como o índice oficial da revisão salarial dos servidores, a perda salarial da categoria chega a 19,9%. Em 2016, no governo Vladimir Azevedo, houve uma perda de 11,82%. Em 2018, na administração Galileu Machado, a perda foi de 3,94%. Em 2021, primeiro ano da gestão Gleidson Azevedo, a categoria perdeu 5,03%.
Reportagem: Jotha Lee
Sintram Comunicação