Serviço Municipal do Luto sofre novos alagamentos em Divinópolis e funcionamento fica insustentável

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Prefeitura busca novos imóveis e irá interditar o atual local do Serviço Municipal do Luto

Durante o último fim de semana, chuvas atingiram a cidade, provocando o alagamento do Serviço Municipal do Luto – situação que se repete de forma alarmante. 

Esse problema não é inédito: alagamentos já foram registrados em 2023, em dezembro de 2024 e também há apenas uma semana, evidenciando a recorrência dos estragos e a falta de medidas eficazes por parte da Prefeitura de Divinópolis.

INFRAESTRUTURA PRECÁRIA E PREJUÍZOS IRREPARÁVEIS

A ação das chuvas, nem tão intensas assim, resultou não apenas na entrada de água em todas as dependências do serviço, mas também na destruição completa do asfalto da rua em frente à instituição. A má qualidade do pavimentado ressalta a ineficiência do serviço de asfaltamento feito pela Prefeitura de Divinópolis, contribuindo para o agravamento dos alagamentos e dos danos ao patrimônio público.

O asfalto da rua do Serviço Municipal do Luto está completamente comprometido (Foto: Pedro Gianelli/Sintram)

Em visita realizada hoje (24), membros da diretoria do Sintram constataram o cenário devastador: cerca de 10 caixões, essenciais para a continuidade do serviço, foram danificados e estão fora de uso, além de documentos importantes terem sido molhados. 

Salas, banheiros e outros cômodos se encontravam completamente alagados, impossibilitando o funcionamento normal do serviço e prejudicando os servidores que ali trabalham. Uma servidora, que preferiu não se identificar, relatou para o Sintram a dificuldade de trabalhar nessas condições. “Mais do que o alagamento, o mais difícil é ter condições psicológicas de atender uma pessoa enlutada com a água batendo em nossas pernas”, desabafou.

Além das péssimas condições de trabalho, o alagamento deixou perdas irreparáveis, como documentos e caixões. (Fotos: Pedro Gianelli/Sintram)

INTERDIÇÃO

Em meio a tanta gravidade, o presidente do Sintram, Marco Aurélio Gomes, manifestou sua indignação e reforçou a necessidade de providências imediatas. “Não podemos aceitar que, repetidamente, a falta de infraestrutura adequada e a negligência da Prefeitura comprometam um serviço tão importante para a população. Exigimos a interdição imediata do local até que todas as medidas necessárias sejam implementadas para garantir a segurança e a preservação dos bens e documentos. É inaceitável que caixões e estruturas essenciais sejam comprometidos por alagamentos recorrentes”, declarou o presidente.

O presidente do Sintram afirmou que, em conversa com a vice-prefeita, Janete Aparecida, a Prefeitura de Divinópolis irá interditar o local onde está alocado o Serviço Municipal do Luto para uma completa reestruturação e está apenas buscando um imóvel para abrigar a instituição.

Ele ainda ressaltou que a recuperação do local deve ser prioridade, com investimentos que garantam obras de qualidade para evitar novas enchentes e a continuidade dos prejuízos. “A prefeitura de Divinópolis precisa assumir a responsabilidade e agir de forma transparente e eficaz. A população merece um serviço digno, sem riscos de novos incidentes que afetem tanto o trabalho dos servidores quanto a memória dos que partiram”, concluiu.

Diversos caixões foram atingidos pela água e estão completamente sem condições de uso. (Foto: Pedro Gianelli/Sintram)

MOBILIZAÇÃO

Diante deste cenário preocupante, o Sintram convoca os servidores, a sociedade e os órgãos de fiscalização para que acompanhem de perto as demandas por melhorias e responsabilização dos gestores públicos. Seguiremos mobilizados, pressionando as autoridades para que a situação seja revertida com urgência e que os investimentos em infraestrutura e manutenção sejam realizados de forma planejada e sustentável.

Enquanto isso, a população de Divinópolis espera por respostas e ações concretas que impeçam que episódios como este voltem a ocorrer, preservando a memória e o respeito que o Serviço Municipal do Luto merece.


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