O senador tem 19 assessores com salários de R$ 2,8 mil a R$ 28,5 mil
Em mais um daqueles discursos populistas que marcam sua curta carreira política, o Senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) usou a Tribuna do Senado para discursar em defesa dos professores, na comemoração da data da classe. “Todo político do Brasil, eu falo de todos, dando parabéns pelo dia dos professores, é bacana demais, né, mas o que mudou na vida do professor até agora? Não mudou nada”, disparou o senador.
Em um discurso onde prevaleceu a demagogia e o populismo, Cleitinho vociferou: “Não adianta vir com discurso demagogo, se na prática não muda nada. Se na prática, ele [professor] continua ganhando quatro mil reais e os políticos ganhando 40 [mil] e com um monte de benefício, privilégio e regalia e tem ainda R$ 5 bilhões para gastar com campanha política”.
O senador fez ainda algumas comparações: “A média salarial do professor é quatro mil [reais], do político 40 [mil]. O professor tem direito a auxílio moradia? O político tem. O professor tem direito a auxílio paletó? O político tem. O professor tem direito a plano de saúde quase vitalício/ Não, mas o político tem”.
E como se esquecesse de que toda essa mamata é aprovada pelos próprios congressistas, da qual ele faz parte e ainda usufrui dela, Cleitinho disparou: “A gente tem que parar de discurso demagogo e ir para a prática”.
QUASE MEIO MILHÃO
São perfeitamente corretas as críticas feitas pelo senador à situação dos professores. Em Divinópolis, sua cidade, onde seu irmão é prefeito, o vencimento do professor em atuação nos anos iniciais do Ensino Fundamental é de R$ 3.155,02. Portanto, a crítica do senador seria plenamente pertinente, se ele tivesse esse mesmo cuidado em cobrar o próprio irmão a pagar salários dignos aos professores e a todos os servidores municipais. Recomendasse também, que fosse suspenso o calote aos salários dos agentes de saúde, cujo o vencimento não obedece a regra constitucional e a categoria vem tendo perdas consecutivas nos cálculos de benefícios e aposentadoria.
QUANTO CUSTA O SENADOR
Em setembro, o gabinete do senador Cleitinho Azevedo custou aos cofres públicos a bagatela de R$ 408.967,36. O salário bruto do senador foi de R$ 44.008,82. Já os 19 assessores que Cleitinho tem em seu gabinete custaram R$ 351.701,37. Só o chefe de gabinete do senador, Rafael Antônio da Silva, recebe mensalmente R$ 28.549,54, mais vale alimentação mensal de R$ 1.393,11.
Os salários dos 19 assessores de Cleitinho Azevedo estão assim distribuídos:
- Um chefe de Gabinete com salário de R$ 28.549,54
- Cinco assessores com salários de R$ 21.412,14
- Um assessor com salário de R$ 17.843,44
- Um assessor com salário de R$ 16.892,80
- Um assessor com salário de 15.491,14
- Quatro assessores com salário de R$ 14.274,75
- Cinco assessores com salário de R$ 11.261,86
- Um assessor com salário de R$ 5.630,92
- Um assessor com salário de R$ 2.815,44
Cada um dos assessores ainda tem direito ao vale alimentação mensal de R$ 1.393,11. No gabinete do senador ainda há mais quatro funcionários terceirizados, cujos salários não foram incluídos nesse balanço
- O locutor Sílvio França, por exempo, que deixou Divinópolis e hoje ocupa o cargo de Assistente Parlamentar Sênior do Senador, além do vale alimentação, tem salário de R$ 21.412,14.
Esse ano, o senador já gastou R$ 28.147,01 da chamada cota para exercício da atividade parlamentar, sendo R$ 13.624,23 com gasolina.
- Todas informações destas reportagem estão disponíveis no Portal Transparência do Senado Federal
Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram