Sem ação preventiva, incêndios criminosos colocam em risco tráfego rodoviário e imóveis em Divinópolis

Compartilhe essa reportagem:

No início de junho um grande incêndio destruiu boa parte da vegetação nos fundos do Centro Administrativo; a queimada e a ação dos bombeiros foram registradas por servidores (Fotos: 06/06/2024)

A utilização de queimadas criminosas para limpeza de lotes vagos e terrenos em Divinópolis em uma prática antiga. Basta chegar o período mais sedo do ano, a partir do início do ano, a fumaça de queimadas criminosas são vistas em toda a cidade. Extensas áreas de proteção, como a Mata do Noé e o Morro das Antenas, sofrem danos irreparáveis à fauna e à flora. O percurso da linha férrea na área urbana, também é alvo de queimadas corriqueiras especialmente em regiões onde há pouca manutenção e limpeza, como no trecho entre os bairros Ponte Funda e Maria Helena. Residências, área hospitalar e escolas são colocadas sob riscos permanentes.

Fogo no Centro Administrativo exigiu um trabalho intenso dos bombeiros (Foto: 06/06?2024)

No início de junho desse ano, um incêndio criminoso atingiu uma grande área em um terreno anexo ao prédio do Centro Administrativo. O fogo intenso e a fumaça espessa exigiram a presença do Corpo de Bombeiros, que por mais de três horas trabalharam para debelar as chamas.

MG-050

As margens das rodovias também sofrem. De acordo com a Via Nascentes, concessionária que administra o Sistema MG-050, entre janeiro e maio desse ano foram registrados 48 focos de queimadas ao longo dos 371,4 do sistema. O número é 62% maior em comparação com as 30 ocorrências registradas no mesmo período do ano passado.

Como forma de prevenir acidentes na rodovia, a concessionária alerta para os prejuízos ao meio ambiente e os riscos à segurança viária que as queimadas trazem. “Os incêndios causam sérios danos ambientais e comprometem a segurança dos motoristas, pois a fumaça reduz a visibilidade, criando um cenário propenso a acidentes”, afirma a concessionária.

Concessionária usa caminhão pipa para debelar incêndio às margens da MG-050 (Foto: Assessoria)

Para combater este problema, a concessionária conta com o apoio técnico da equipe de operações e conservação, além de um Plano de Prevenção e Combate a Incêndios. Este plano inclui ações como controle de focos com caminhões-pipa, abafadores e bombas costais, implantação e manutenção de aceiros durante os períodos de estiagem, e roçada da vegetação em todo o trecho sob concessão ao longo do ano.

Segundo Bruno Novais, coordenador de meio ambiente da Via Nascentes, as consequências das queimadas são prejudiciais tanto ao meio ambiente quanto à saúde humana. “Diretamente, as queimadas causam destruição ambiental nos biomas afetados, reduzem a cobertura vegetal, diminuem a fertilidade do solo, comprometem a qualidade do ar e prejudicam a saúde da população. Além disso, elas provocam o deslocamento de animais para a pista, e a fumaça reduz a visibilidade, o que representa um importante risco de acidentes”, destaca Novais.

Para os motoristas que tenham que passar por um local onde esteja ocorrendo um incêndio, a concessionária dá as seguintes dicas:

  • Fechar os vidros do veículo;
  • Manter distância segura do veículo à frente;
  • Circular com farol baixo aceso;
  • Não acionar o pisca-alerta enquanto o veículo estiver em movimento;
  • Não parar na faixa de rolamento.

SEM PLANOS

Os incêndios criminosos na área urbana de Divinópolis poderiam ser minimizados, se houve um plano elaborado entre as forças de segurança e o município. Isso porque os locais onde ocorre a maioria dos incêndios se repetem todos os anos. Os incendiários criminosos ateiam fogo sempre nos mesmos locais, como é, por exemplo, o caso do Morro das Antenas, que todos os anos perde grande parte de sua vegetação por ação criminosa.

Esse ano, o Corpo de Bombeiros já foi acionado duas vezes para debelar incêndios no Morro das Antenas. Nas duas vezes, várias residências estavam sob risco iminente de serem atingidas pelas chamas.

Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram


Compartilhe essa reportagem: