O afastamento do secretário municipal de Saúde, Alan Rodrigo da Silva, oficializado nesta segunda-feira (4) pela Prefeitura, gerou uma série de especulações nas últimas horas, motivadas pela situação incômoda em que ele se encontra à frente da pasta. Contestado pela maioria dos vereadores, inclusive por integrantes da base governista na Câmara, Alan Rodrigo também é questionado pela população, diante do quadro caótico enfrentado pela saúde pública do município.
De acordo com a Prefeitura, Alan Rodrigo deixa o cargo por 30 dias para tratamento de saúde. A Secretaria Municipal de Administração informou ao Portal do Sintram que o cargo não será ocupado por um interino, já que o afastamento do secretário foi motivado por uma licença médica. Como não há exoneração do secretário, a Prefeitura indicou a servidora de carreira, Sheila Salvino, diretora de Interface Jurídica da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), como “responsável” pela condução da pasta durante o afastamento do secretário. Ainda de acordo com a Semad, Sheila não será nomeada oficialmente como secretária de Saúde interina.
ATAQUES
As especulações em torno do afastamento de Alan Rodrigo são compreensíveis, já que especialmente esse ano ele vem sendo alvo de duras críticas, especialmente na Câmara Municipal. Embora o tom de alguns vereadores esteja próximo a ataques pessoais, o secretário tem se mantido sereno e não responde publicamente às ofensas, como também não explica com clareza os muitos problemas enfrentados pela pasta.
Alguns exemplos que justificam as críticas a atuação do secretário começam pela falta de planejamento. O Plano Municipal de Saúde foi apresentado com dois anos de atraso e ainda não foi aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde (CMS). A prestação de contas da Semusa foi rejeitada pelo terceiro ano consecutivo e em episódio recente, por falta de cumprimento de atos burocráticos, o município perdeu 196 cargos de agentes de saúde e 27 equipes de saúde bucal.
Para agravar ainda mais o atual quadro, mais de 37 mil divinopolitanos estão na fila de espera de procedimentos médicos agendados e o caos no sistema impede maior agilidade. Na fila de espera estão pacientes aguardando cirurgias bariátricas, tratamentos ortopédicos e oftalmológicos.
Outra situação que gera permanente reclamação é a falta de medicamentos na farmácia pública da Prefeitura. Nesta segunda-feira (4), o site da Prefeitura informou que faltam 34 medicamentos na farmácia municipal que vão desde diuréticos, passando por anti-inflamatórios, até medicação para diabéticos. Segundo a Prefeitura, 263 itens compõem a relação de medicamentos fornecidos pela farmácia pública.
Veja a lista completa dos medicamentos em falta
Reportagem: Jotha Lee
Comunicação Sintram